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Agricultura

Projeto Lúpulo faz balanço do primeiro ano comemorando potencial da cultura no RS

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Resultados devem ser apresentados na Câmara Setorial das Bebidas Regionais

O produtor Fábio Mezzomo, de 36 anos, do município de Serafina Corrêa, cultiva lúpulo em meio hectare em sua propriedade. Começou em 2018 com interesses bem específicos: queria reduzir o custo de produção da cerveja que produz e consome de forma artesanal e também vender sua produção para cervejarias. “Eu produzo cerveja em casa desde 2009, sempre pensei em produzir lúpulo justamente por não possuir nada significativo no país”. Trabalha sozinho e faz contratos eventuais na época de poda e colheita.

Segundo ele, os resultados ainda são tímidos, existe um trabalho a ser feito de aceitação do produto pelas cervejarias, mesmo com a boa qualidade do lúpulo. “Ainda temos muito o que aprender”, afirma Fábio.

Ele participa do Projeto Monitoramento e Desenvolvimento da Cultura do Lúpulo, desenvolvido pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (DDPA/SEAPDR), em parceria com a Emater-RS e as universidades UCS e Uergs. “A iniciativa do projeto é muito boa para termos dimensão dessa cultura. Foram feitas análises de terra e estamos no aguardo da análise dos lúpulos (óleos essenciais e teor de alfa ácido). Acredito que com esses dados também será possível realizar um comparativo entre as propriedades”, afirma.

Em uma reunião virtual nesta segunda-feira (30) a noite entre os produtores, técnicos e pesquisadores envolvidos no Projeto Lúpulo, foram apresentados os primeiros resultados.

A pesquisa, feita com oito produtores, mostrou um perfil mais jovem e empreendedor. 62,5% têm idade entre 30 e 39 anos, sete são homens e apenas uma produtora é mulher, 62,5% fazem parte de alguma associação, a maioria (62,5%) é proprietária da terra e 50% realiza outra atividade além da produção de lúpulo. O interesse neste cultivo veio pelo desafio de uma nova atividade, por ser uma atividade inovadora e com boa rentabilidade ou por já desenvolver uma produção caseira de cerveja.

Nos aspectos mais referentes ao cultivo, foram registradas algumas dúvidas sobre o manejo, como capina, adubação química e manual e também sobre a forma de colheita. A maioria realiza a colheita manual, em função do preço dos equipamentos.

A pesquisa também apontou que existem dificuldades na comercialização do produto, seja por falta de conhecimento por parte das empresas, pelo preço ou pelo produto não ser peletizado, transformado em grânulos. A maioria da produção foi vendida para microcervejarias artesanais (50%) e para cervejeiros artesanais (12,5%).

De acordo com o pesquisador do DDPA e coordenador do Projeto, Alexander Cenci, a ideia inicial neste primeiro ano era uma pesquisa exploratória sobre a situação do lúpulo que contemplaria três propriedades do entorno de Caxias do Sul. Mas a proposta acabou se ampliando para nove propriedades, incluindo além da Serra, a região dos Campos de Cima da Serra e das Hortências.

“O que se percebeu foi que existe um enorme potencial que esta cultura pode ter aqui no Rio Grande do Sul, em função da cadeia produtiva da cerveja, em especial das cervejas artesanais. A demanda por lúpulo está aumentando e em função da singularidade das cervejas artesanais, é possível pensar em se produzir um lúpulo específico para cada região, para cada local’, afirma Cenci.

Segundo o pesquisador, como é uma cultura recente para a grande maioria dos produtores, ainda existe um processo de aprendizagem neste momento. “Por ser uma cadeia produtiva nova, então ainda tem muitas questões por organizar e produzir materiais científicos que respaldem estas características necessárias para a assistência técnica. Mas o projeto piloto extrapolou as expectativas iniciais”, destaca Cenci.

Os resultados do Projeto serão apresentados para a Câmara Setorial das Bebidas Artesanais da SEAPDR, em data ainda a ser definida.

Parceria com as universidades

A Universidade de Caxias do Sul (UCS) está participando do Projeto Lúpulo com a realização de análises químicas de diferentes variedades produzidas em várias regiões da Serra, Campos de Cima da Serra e Hortências.

“Foram feitas análises de extração de óleos essenciais por hidrodestilação e da composição química por cromatografia gasosa e espectrometria de massas (CG/EM)”. afirma o professor e pesquisador Gabriel Pauletti, Diretor do Instituto de Biotecnologia e coordenador da área experimental da UCS, que disse que “também está em desenvolvimento uma metodologia para avaliação de alfa ácidos”.

Segundo ele, a identificação química, principalmente dos óleos essenciais, que conferem o aroma da cerveja, e dos alfa ácidos, que conferem o amargor, é importante para determinar a qualidade do lúpulo cultivado nas condições edafoclimáticas do Rio Grande do Sul e diferenciar variedades.Já a professora adjunta Eleia Righi, da Uergs de Caxias e Vacaria, fez uma análise das características geográficas das propriedades, com avaliações de solo, relevo, altitude, ventos, relevo, entre outros elementos. Como a produção no Brasil é recente, sendo cultivada em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, além dos estados da Região Sul, ainda existem poucos estudos sobre o assunto. Os próximos passos do trabalho, segundo ela, são a avaliação do potencial que o Rio Grande do Sul tem para desenvolver a cultura do lúpulo e a partir da produção de alguns estilos de cervejas artesanais com lúpulo gaúcho, analisar os parâmetros químico-físicos.

Próximos Passos

Alexander Cenci destaca que neste segundo ano do Projeto, que está começando agora, a ideia é consolidar esta rede de pesquisa em lúpulo no Rio Grande do Sul, ampliando as parcerias já estabelecidas com a UCS e a Uergs para outras universidades e centros de pesquisa.

No caso do Centro de Pesquisa do DDPA em Veranópolis e também no de Porto Alegre, a proposta é criar uma área de experimentos com plantas de lúpulo instaladas, fazer uma casa de vegetação e ações laboratoriais de cultivo in vitro das mudas. Com o apoio da Emater, também se pretende ampliar o projeto para produtores interessados de todo o Rio Grande do Sul e organizar cursos de capacitação para eles e para os profissionais da assistência técnica.

“Nós também vamos buscar o apoio da Câmara Setorial das Bebidas Artesanais para ajudar na organização da cadeia, com incentivo e apoio para a criação de cooperativas e abertura de linhas de crédito para o setor. Além da realização de estudos de viabilidade econômica”, destaca Cenci.

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lupulo Mapa todas propriedades
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Fonte: Seapdr

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