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Agricultura

Cientistas usam espécies silvestres no melhoramento genético da mandioca

O uso de espécies silvestres em programas de melhoramento pode ampliar a variabilidade genética, transferir características de interesse econômico e amenizar limitações da cultura como pragas e doenças.

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Nas variedades silvestres, geralmente não comestíveis, os pesquisadores buscam genes de interesse para a produção agrícola relacionados a características como produtividade, resistência a doenças e maior teor de amido.

Pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) estão usando espécies silvestres de mandioca para promover o melhoramento genético da raiz. Nessas variedades pouco conhecidas, geralmente não comestíveis, são prospectados genes de interesse para a produção agrícola relacionados a características agronomicamente interessantes como produtividade, resistência a doenças e maior teor de amido (característica demandada pela indústria).

O trabalho faz parte do chamado pré-melhoramento que visa identificar características de interesse úteis em acessos pouco adaptados às condições de solo e clima local e disponibilizar esses genes em genótipos mais adaptados, com boas características agronômicas, para que sejam inseridos no programa de melhoramento.

A Pesquisa

Quase 20 anos atrás, projeto liderado pelo pesquisador Alfredo Augusto Cunha Alves em parceria com o International Center for Tropical Agriculture (Ciat), da Colômbia, buscava descobrir o potencial de utilização das espécies silvestres de mandioca quanto a resistência às principais pragas e doenças (estresses bióticos), bem como à tolerância à seca e à deterioração fisiológica pós-colheita (estresses abióticos).

A introdução de espécies silvestres do gênero Manihot na unidade de pesquisa na Bahia começou em 2005, com sementes botânicas de várias espécies transferidas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) e expedições de coletas realizadas nas regiões do Semiárido e do Cerrado. Hoje são cerca de 60 mil sementes de 14 espécies de Manihot.

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Um exemplo é a espécie Manihot flabellifolia, utilizada em cruzamentos com cultivares comerciais visando à obtenção de cultivares resistentes à mosca-branca Aleurothrixus aepim. Consideradas pragas-chave para a cultura da mandioca, as moscas-brancas são insetos sugadores de seiva e, portanto, enfraquecem e prejudicam o desenvolvimento da planta, afetando a produção e a qualidade das raízes.

A Manihot flabellifolia e outras de ocorrência no Brasil foram exaustivamente procuradas pelo pesquisador da Embrapa Carlos Alberto da Silva Ledo e pelos professores e taxonomistas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRBMárcio Lacerda Lopes Martins e Paulo Cézar Lemos de Carvalho, já aposentado. A equipe fez expedições no Distrito Federal e em mais 14 estados da federação, com coletas e registros em mais de 300 pontos.

Parceria com quem produz

Desde o início dos anos 1990, como aliado à pesquisa convencional, o programa usa a metodologia participativa, que envolve agricultores familiares, indígenas e quilombolas, e se tornou uma ferramenta eficiente para elevar o nível de adoção e difusão das variedades geradas pelas pesquisas, agilizando a sua incorporação pelos produtores e ampliando a diversidade genética de mandioca nas lavouras.

Recentemente, com a ampliação da importância do uso da mandioca para fins industriais, as parcerias com a iniciativa privada têm incluído também grandes produtores de raízes e indústrias de amido, especialmente no Centro-Sul do País. O programa vem desenvolvendo cultivares que se somam às de mandioca de mesa lançadas com alta qualidade nutricional e boa conservação pós-colheita, usadas no processamento de produtos com alto valor agregado.

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Contrariando o ditado “Casa de ferreiro, espeto de pau”, bem próximo à Embrapa Mandioca e Fruticultura existem duas destacadas agroindústrias de beneficiamento: a unidade de produção de beijus Dois Irmãos, na zona rural de Cruz das Almas, e a Associação Comunitária do Brinco (Abrinco), no município de Maragogipe.

Assim que passou a produzir os beijus coloridos que aprendeu com o pesquisador Joselito da Silva Motta e reformou a estrutura física da Dois Irmãos, José Carlos Mendonça começou a fornecê-los para a merenda escolar por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – além de vender em seu box no mercado municipal.. Hoje, o empreendedor emprega 17 pessoas e vende cinco mil pacotes por semana para padarias, mercearias e supermercados do Recôncavo e Região Metropolitana de Salvador. “Trabalhamos de segunda a sexta, das 7h às 12h e das 13h às 17h, mas não conseguimos dar conta da demanda. De pouco a pouco vamos ampliar”, relata.

Já a Abrinco explora outro nicho e tem uma lista diversificada de produtos com o Selo da Agricultura Familiar: massa de aipim, aipim resfriado, aipim com casca, goma de tapioca para beiju, tapioca granulada e farinha de mandioca. Depois de treinamentos sobre processamento e Boas Práticas de Fabricação no Laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos, a associação escoa cerca de 19 toneladas mensais para o Recôncavo, Salvador e Lauro de Freitas, com potencial de aumentar para 40 t por mês.

Fonte: Texto adaptado da pesquisa original publicada pela Embrapa.

Nelsir Luterek

Empresário, colunista, especialista em TI, mentor, CTO e consultor estratégico em inovação.

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