Noite de celebração da Cultura Afro em Erechim
Noite de festa em Erechim marca a data de 13 de maio e celebra a beleza da cultura e historicidade afro no município
O Sindicato dos Municipários de Erechim e o Movimento Étnico-Cultural dos Negros de Erechim (MENÊ) prestaram uma homenagem às famílias negras de Erechim pela trajetória e legado deixados por meio do Clube Treze de Maio, na sede do sindicato. O evento aconteceu nesta sexta-feira (13) com a presença de autoridades do município, integrantes da entidade, homenageados e população em geral.
A história do Clube Treze de Maio se iniciou em 13 de maio de 1949. Por 73 anos, foi o espaço do associativismo das famílias negras de Erechim e região. O clube deixou de existir em 1992, quando o terreno de sua sede foi doado para a associação dos funcionários municipais.
Monique Rosset, presidente do MENÊ, em sua fala, destacou que o Clube Treze de Maio permanece vivo dentro de todos que fazem parte do grupo dando continuidade ao que foi construído lá atrás. Entre outros assuntos, ela também pontuou que os negros fazem parte da construção histórica civil e cultural de Erechim e as famílias são muito especiais para o MENÊ .
O Presidente da Câmara de Vereadores de Erechim, Alessandro Dal Zotto, destacou a grandeza daqueles que doaram o terreno para a construção do clube, o qual objetivava combater a desigualdade e o preconceito, assim como o trabalho escravo. Ele também frisou a alegria e a constância do povo negro, a cultura, a religião e a fé, apesar das dificuldades enfrentadas.
A noite ainda contou com a apresentação da dança folclórica Maculelê por crianças de Cruzaltense acompanhadas do professor Maurício de Oliveira; do Canto das Três Raças com coreografia de Fabiana Vaz e homenagem especial e entrega de flores às pessoas que fizeram parte do clube. Além disso, discursaram a vereadora Ana de Oliveira, proponente da homenagem; Carla Talgatti, secretária de Cultura e Esportes de Erechim; o presidente do Sindicato dos Municiários de Erechim, Sidnei do Prado, entre outros representantes de entidades do município, como a OAB e UFFS.
Rosa Albuquerque de Lima, uma das primeiras integrantes do Clube Treze de Maio, emocionou-se ao receber flores e uma homenagem. Em um breve relato ao Portal Roda de Cuia, ela comenta que quando era mais jovem era cuidadora da copa e seu marido, do clube. Para ela, o clube sempre foi motivo de orgulho, alegria e dança. “O clube era uma outra vida, era o ponto de união e gostaria muito de que aquele velho tempo voltasse, pois foi um tempo inesquecível que vivi com meus amigos.” diz ela.
Além de seu discurso, Monique Rosset, falou ao Portal Roda de Cuia, sobre a entidade e seus propósitos.
“O MENÊ veio para resgatar a história e cultura do negro em Erechim e difundi-las para os cidadãos erechinenses. Além disso, ainda há a questão dos direitos dos negros, o racismo e todo esse trabalho e mudança social, no sentido de empoderamento e valorização da comunidade negra local. O MENÊ foi fundado por 4 pessoas; eu, minha mãe, o historiador Rodrigo Pereira e o professor Maurício de Oliveira, em uma reunião realizada em minha casa no dia 4 de fevereiro de 2009 e registrada em uma ata de fundação para, assim como o Clube Treze de Maio, termos um espaço para convivência, história, religiosidade e todas as questões dos negros, já que não encontrávamos isso na cidade. Na sequência, convidamos várias pessoas que tinham o mesmo interesse para se juntar a nós. Já no dia 13 de maio do mesmo ano, nos reunimos no subsolo do Castelinho, fizemos uma festa típica e apresentamos o MENÊ à sociedade erexinense, de lá para cá, já são treze anos de história. ”
Multimídia
Créditos das fotos para Portal Roda de Cuia.
