O drama político dinamarquês Borgen está de volta na Netflix

No início da nova temporada de Borgen, o programa de sucesso sobre uma versão fictícia da primeira primeira-ministra da Dinamarca, Birgitte Nyborg fica na cozinha durante a festa de aniversário de seu filho e lava pratos com seu ex-marido. É uma cena íntima que em temporadas passadas teria terminado com Nyborg fugindo com culpa para resolver alguma crise em formação; apesar de toda a sua ênfase política, Borgen sempre foi, em seu cerne, sobre o duplo vínculo que as mulheres enfrentam ao tentar equilibrar suas obrigações profissionais com as necessidades de suas famílias. E desta vez também Birgitte mal tem tempo de secar o último prato antes de voltar correndo para o escritório. Mas ela não sente mais culpa. “Estou tão feliz”, ela confessa ao ex, “por não ter que se desculpar por trabalhar tanto”.

Quando sua quarta temporada começou a ser transmitida na Netflix em 2 de junho, quase 10 anos se passaram desde que a televisão dinamarquesa transmitiu o que deveria ser o final de Borgen e, nessa década, muita coisa mudou. Redes sociais, mudanças climáticas, populismo, guerra: o próprio mundo se tornou um lugar mais sombrio e o programa, que sempre se deleitou em fazer referência a eventos da vida real, reflete isso. Grande parte do enredo desta temporada gira em torno da crise multifacetada que se desenrola quando o petróleo é descoberto na Groenlândia, uma região autônoma da Dinamarca, cujos valiosos recursos naturais – tanto na série quanto na vida real – são objeto de intensa luta geopolítica entre os EUA, China e Rússia, e visto internamente como uma forma de financiar a independência.

No entanto, a mudança maior está dentro de Birgitte e, de certa forma, no retrato da série de mulheres realizadas em geral. Não mais chefe de Estado, mas ministra das Relações Exteriores da Dinamarca, Nyborg é 10 anos mais velha do que quando a vimos pela última vez, com seus filhos crescidos, sem marido para cuidar e uma vontade nua de manter o poder a qualquer custo. Altamente de princípios e idealista no passado – uma versão dinamarquesa de Jed Bartlett de The West Wing – ela agora abandona alguns valores em favor da conveniência política, trai aliados e até membros da família e mina qualquer um que ela perceba como ameaçando seu poder.

Veja o teaser abaixo.

Por Time