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ArtigosViagem & Turismo

O que fazer quando o medo de viajar te paralisa?

O medo jamais te abandona.

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Na vida, de forma literal ou não, tudo se trata de uma viagem. Pode ser uma viagem pela existência humana desde o nascer ao morrer ou uma viagem literal do Brasil ao Japão, da Inglaterra à Argentina, dos Estados Unidos à África ou da Austrália à Islândia. A questão é que sendo uma viagem literal ou não, você sempre terá um companheiro: o medo, mesmo sendo ele oculto, ele jamais te abandona. E, mesmo sabendo que ambas são transformadoras e incomparáveis, podendo ser complementares entre si, dependendo do ponto de vista de cada um, ele se fará presente e tentará burlar os seus sonhos e desejos, a não ser por uma razão. Qual seria ela?

Em uma das belas passagens citadas por Andrew Solomon, eu seu livro, Lugares Distantes, ele descreve que viajar reduz uma pessoa à sua essência descontextualizada. Você nunca se vê com tanta clareza como quando está imerso num lugar completamente estranho. Em parte, isso acontece porque as pessoas fazem diferentes suposições a seu respeito: com frequência, as expectativas se relacionam à sua nacionalidade mais do que detalhes de sua maneira de falar, ao corte de sua roupa ou aos indicadores de referências políticas. Essas diferenças se transformam em medo de ser julgado e enfrentar o desconhecido.

Ao empreender uma viagem, muitos dos seus limites são colocados à prova, pois você precisa enfrentar várias barreiras que pode ser a língua e, muitas vezes, mesmo dominando-a, surgem o sotaque, as gírias, os dialetos que podem deixar um viajante de cabelo em pé. Outro grande entrave, frequentemente, é a alimentação que pode variar assustadoramente de um país para o outro, pois em certos lugares se come insetos, animais exóticos ou simplesmente as pessoas comem diretamente com as mãos, sem utensílio algum, isso sem falar que, em muitos lugares a higiene é péssima.

Os obstáculos acima são apenas dois que você pode encontrar. Porém, nem eles e nem qualquer outro pode impedir você de viajar, pois testando os seus limites, você descobre que tem mais força e é mais destemido que imaginava e percebe que tem a possibilidade de ir cada vez mais adiante. Chega um momento em que você se percebe tão forte e corajoso que sente que o mundo está aos seus pés e que é capaz de visitar cada canto deste planeta, basta um pouco de organização e acredite-me, dinheiro pode nem ser a grande questão que te impeça de viajar, mas sim o medo que habita o seu interior, apenas esperando um descuido seu para te sabotar.

A grande questão é o medo de se aventurar pelo desconhecido, de imaginar que tudo o que está distante dos seus olhos é assustador. O medo de entrar em um avião, cruzar o oceano, desembarcar em algum aeroporto, não falar quase uma palavra na língua local, ter que tomar um táxi ao aeroporto sem conseguir se comunicar verbalmente com o motorista, apenas por sinais, chegar ao hotel, novamente a barreira da língua, perder-se pelas ruas das cidades, ir a um restaurante e comer o óbvio por receio de se sentir mal após a refeição… A lista de medos é interminável, mas uma vez que você os enfrenta, jamais deixa de viajar, mesmo eles sendo constantes.

A grande barreira em nossas vidas são os medos, pois eles podem te paralisar e te impedir de sentir as melhores sensações que a vida pode lhe proporcionar. Então, você deve viajar, pois ao fazê-lo uma, duas, três vezes, você se sentirá poderoso e perceberá que também, aos poucos, pode superar o medo que te assombra no seu dia a dia. Aquele medo que te impede de ir atrás de seus sonhos e de realizar o grande chamado de sua alma, como diz a Professora Lúcia Helena Galvão.

Enquanto você não dominar o seu medo de ir atrás de seus sonhos, você provavelmente vai viver algo sempre perturbando o seu sossego. O livro A Arte da Guerra de Steven Pressfield, entre várias histórias interessantes, conta a de Henry Fonda que, aos seus 75 anos, continuava a vomitar antes de cada apresentação no palco, de tanto medo que sentia ao saber que teria que enfrentar o público, mas não tinha outra saída a não ser ir adiante. Aqui podemos ver que é importante saber que o medo não te abandona, então é essencial que você o domine, pois, uma vez dominado, ele será algo semelhante a um cão preso à coleira. Quem será o guia é você e não ele.

Para dominá-lo, você deve enfrenta-lo. Essa é a grande dica que é muitas vezes proferida por especialistas da área da psicologia. Eles sempre dizem que a melhor maneira de superar aquilo que te assusta, é encara-lo de frente. Por mais cruel que esse conselho possa parecer, você somente descobrirá se funciona, quando seguir a dica. Você tem medo de viajar de avião? Viaje! Você tem medo de falar em público? Fale! Você tem medo do seu chefe? Enfrente-o, no sentido cordial. Você tem medo de largar aquele emprego que te faz infeliz? Largue-o. Falando, isso parece simples, mas não. Não é simples, mas você precisa dar aquele pontapé inicial, caso contrário seu medo será maior que você por toda sua vida e liquidará os seus sonhos.

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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