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Existe sustentabilidade no metaverso?

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Para a maioria das pessoas, o metaverso ainda é uma ideia muito distante. Para muitos, chega a ser incompreensível e assustador, mas o fato é que ele já tem uma grande presença em nossa sociedade – ao menos na bolha em que vivemos. Segundo um artigo do Venture Beat, o metaverso será uma oportunidade de US$ 10 trilhões a US$ 30 trilhões nos próximos 10 a 15 anos.

Mas o fato dele existir no mundo virtual, não significa que ele não seja nocivo. Então, qual é exatamente o impacto ambiental do metaverso? Como qualquer outra coisa, o metatarso emite gases de efeito estufa – e as métricas são assombrosas.

Os datacenters necessários para executar os mundos do metaverso não são baratos do ponto de vista do consumo de energia. Vamos pegar como exemplo a Intel: a empresa calcula que é necessário um aumento de 1.000 vezes sobre a capacidade de computação coletiva atual para alimentar o metaverso – o que elevaria ainda mais sua pegada de carbono.

Hoje, os serviços relacionados a TI, incluindo serviços em nuvem, respondem por cerca de 2% da emissão global de carbono, aproximadamente igual ao setor de aviação, segundo um artigo escrito por Americana Chen, do World Institute of Sustainable Development Planner.

Para ter uma referência de quanto é isso em números, a Amazon emitiu cerca de 60 milhões de toneladas métricas de CO2 em 2020, um aumento de 15% em relação a 2019, principalmente devido ao aumento do uso de serviços digitais na pandemia.

“Se você juntar o uso de eletricidade pelos data centers e as redes que se conectam aos nossos dispositivos, ficaria em sexto lugar entre todos os países. É um número bastante significativo e que certamente crescerá”, diz Gary Cook, analista internacional de TI do Greenpeace.

O impacto dos games e NFTs

Games de realidade virtual também deverão gerar cada vez mais emissões de carbono. Uma pesquisa da Lancaster University descobriu que, se 30% dos jogadores migrarem para plataformas de jogos em nuvem até 2030, haverá um aumento de 30% na emissão de carbono. O poder de processamento de dados exigido pelas imagens de alta resolução no metaverso, além de um crescente número de novos usuários provavelmente aumentarão ainda mais esse número.

Para ter a melhor experiência no metaverso, é preciso comprar as novas tecnologias como óculos e headsets para interagir com os mundos de realidade virtual e aumentada. Os produtos ainda são muito caros, mas é uma  questão de tempo até surgir opções mais acessíveis. E como acontece com tecnologia, que vive em evolução, a cada semestre ou ano, vamos ter os produtos mais novos, mais eficientes, assim como acontece com os lançamentos da Apple, estimulando o desejo e frustração e gerando um grande influxo de lixo eletrônico, que por sua vez, polui nosso solo, águas e aterros.

A responsabilidade está nas mãos das corporações, que precisam encontrar formas ecologicamente corretas de construir suas realidades virtuais, e da sociedade, que precisa aprender a reciclar seu lixo eletrônico adequadamente e passar a comprar eletrônicos de segunda mão.

Algumas empresas se comprometeram a tomar medidas para reduzir o impacto de seus datacenters com o metaverso. O Google se comprometeu a operar com energia livre de carbono 24 horas por dia, 7 dias por semana em todos os seus datacenters até 2030. A Microsoft pretende ser “negativa em carbono” até 2030, o que inclui um plano para parar de usar diesel em seus geradores de datacenter até 2030. E a Amazon Web Services (AWS) pretende alimentar suas operações com 100% de energia renovável até 2025.

Já os NFTs (Non-Fungible Token) usam tecnologias Blockchain para permitir a negociação de itens digitais exclusivos. Mas pouco de fala sobre seus efeitos colaterais. Estimativas da Digiconomist sugerem que uma única transação Etherum emite cerca de 110 kg de CO2, equivalente a 42.734 transações VISA ou a 18.253 horas assistindo ao Youtube.

Mais perguntas que respostas

“Será um universo mais inclusivo e igualitário, prometido pela forma descentralizada de construí-lo, ou exacerbará a desigualdade e dará às grandes corporações como Facebook e Microsoft o poder de controlar nossos pensamentos e nossa percepção de mundo? E quanto à questão da privacidade de dados? Todas essas são questões que precisamos refletir para garantir que o Metaverso esteja alinhado com os princípios do Desenvolvimento Sustentável”, diz Chen.

O fato é que o metaverso ainda traz mais questões do que respostas ou soluções. Como uma marca sustentável vai comunicar sustentabilidade dentro de um mundo virtual? É um ambiente possível para empresas pequenas e independentes? A moda vai recriar seu universo “exclusivo” e para poucos ou vai aproveitar a oportunidade para derrubar essas barreiras, ao menos no mundo imersivo?

Fonte: Uol

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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