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Geral

Dia Mundial da Alfabetização: temos algo a celebrar?

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Hoje, 8 de setembro, é comemorado o Dia Mundial da Alfabetização, data criada em 1967 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A data foi criada com o objetivo de instituir a discussão de assuntos e questões ligados à alfabetização no mundo todo, incentivando o amplo debate sobre a importância desse processo, principalmente em países que ainda possuem índice de analfabetismo considerável.

Uma conversa com a Flávia Souza, Pedagoga e Professora da UFFS campus Erechim

Pedagoga Flavia Souza
“Aprender a ler e escrever é um direito que todo ser humano tem para poder alcançar outros direitos”

Ressalta que hoje dia mundial da alfabetização “não sei se é realmente um dia para comemorar, já que no nosso país ainda temos cerca de 11 milhões de pessoas analfabetas. Quando se vai a fundo nas pesquisas e se conhece as características desse número, percebemos que os mais pobres, negros, idosos e as pessoas do campo formam a grande maioria da população analfabeta em nosso país”.

Flávia questiona o fato de um país que se diz tão rico ainda ter esse número expressivo de pessoas que tiveram seu acesso à educação negado e como ainda não conseguimos efetivar políticas públicas de qualidade para erradicar o analfabetismo.

“E se engana quem pensa que isso é somente uma questão da escola e de seus métodos de alfabetização. Alfabetizar é um ato político, de escolhas sobre o futuro da nação. É pensar se queremos ou não que o povo tenha acesso à informação, ao conhecimento, que se empodere, que conheça seus direitos e que mude sua realidade. Esse expressivo número de analfabetos em nosso país só reforça a desigualdade social injusta que habita o Brasil, como já afirmou Paulo Freire em 1971”, explica a professora.

Neste Dia Mundial da Alfabetização, Flávia comenta “eu gostaria que nós, enquanto brasileiros, começássemos a estranhar o óbvio, aquilo que é corriqueiro nas escolas e na sociedade, aquilo que não ajuda seu povo a evoluir e a pensar. Aquilo que já foi naturalizado: a desigualdade, a fome, a miséria, a falta de dignidade humana. Na sociedade, vemos cada vez mais crescer a desigualdade social e como manter crianças, jovens, adultos e idosos na escola se quando a realidade chama para o trabalho, para tentar sobreviver? Que significado terá a escola nesse contexto?”.

“E dentro da escola? Como percebemos, muitas vezes o processo de alfabetização ainda acontece desligado da realidade social, muitas atividades são apenas para preencher linhas, para copiar e memorizar e não para usar a escrita como linguagem, como objeto de poder, de apropriação cultural do mundo. Então de que adianta você aprender uma “técnica” se não se faz uso dela? Ou pior, se não se entende para que ela serve? Aprender a ler e escrever está além da escrita alfabética, da cópia e da memorização. Aprender a ler e escrever é um direito que todo ser humano tem para poder alcançar outros direitos”, finaliza a pedagoga.

Alfabetização em tempos de Covid

A organização celebra o Dia Internacional da Alfabetização para lembrar o mundo sobre a importância da alfabetização como uma questão de dignidade e direitos humanos. Apesar dos progressos feitos ao longo dos anos, cerca de 773 milhões de adultos em todo o mundo ainda não dominam as competências básicas em escrita e leitura.

Em decorrência da crise causada pela covid, muitas crianças ficaram afastadas das salas de aula, tendo que se adaptar a uma nova realidade a educação à distância. O que ocasionou o afastamento e até desistência da escola. A organização para este ano, trará como tema o ensino e a aprendizagem da alfabetização na crise de COVID-19 e também o foco no papel dos educadores e na mudança de pedagogias. O intuito deste tema vai destacar a alfabetização em uma perspectiva de aprendizagem ao longo da vida, com o foco especialmente voltado aos jovens e adultos. 

Alfabetização e educação básica

A alfabetização empodera as pessoas e as capacita para poderem participar de forma plena na sociedade e a contribuir com o aprimoramento dos meios de sobrevivência. A alfabetização também impulsiona o desenvolvimento sustentável, possibilitando assim maior participação no mercado de trabalho, melhoria da saúde e da nutrição das crianças e da família, além de reduzir a pobreza e expandir as oportunidades na vida.

Além de seu conceito convencional de ser um conjunto de habilidades de leitura, escrita e numeramento, atualmente, a alfabetização é compreendida como um meio de identificação, entendimento, interpretação, criação e comunicação em um mundo cada vez mais digital, mediado por textos, rico em informações e de rápidas mudanças.

A UNESCO tem liderado os esforços mundiais de alfabetização desde 1946, ao desenvolver a visão de um mundo alfabetizado para todos. Sua visão abrange adquirir e melhorar as habilidades de alfabetização ao longo da vida como parte intrínseca do direito à educação.

Analfabetismo cai, mas Brasil ainda tem 11 milhões sem ler e escrever

A taxa de analfabetismo no Brasil passou de 6,8%, em 2018, para 6,6%, em 2019, de acordo com últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação, divulgada em junho de 2020. Apesar da queda, que representa cerca de 200 mil pessoas, o Brasil tem ainda 11 milhões de analfabetos. São pessoas de 15 anos ou mais que, pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não são capazes de ler e escrever nem ao menos um bilhete simples.

“É uma taxa que vem baixando ao longo do tempo”, diz a analista da pesquisa Adriana Beringuy. Em 2016, era 7,2%. “O analfabetismo está mais concentrado entre as pessoas mais velhas, uma vez que os jovens são mais escolarizados e, portanto, vão registrar indicador menor”, acrescenta.

Apesar de ter registrado queda, os dados mostram que 18% daqueles com 60 anos ou mais são analfabetos. Em 2018, eram 18,6% e, em 2016, 20,4%.

Dados obtidos da Unesco e agência Brasil

Regiane Ferreira

Jornalista

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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