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A inconsciência a respeito da vida e a consciência sobre à morte

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Uma das mais misteriosas ocasiões que todos, absolutamente, todos nós iremos enfrentar é a morte. Uns de forma trágica e dolorosa; outros de forma sutil e instantânea, outrem de tantos contornos incontáveis que é impossível relatar aqui. Uns sentem dor ao morrer, outros não, porém, certamente deixam familiares, amigos; alguns deixam admiradores, que aqui ficam enlutados, tristes ou possivelmente até contentes, não?

Um erro grave que o ser humano comete é pensar que seu tempo é ilimitado, assim vive de forma irresponsável e desatenta ao que realmente importa na vida – isso renderia outro texto. Quando se tem consciência plena de que seu tempo é limitado, você pensa de forma mais racional procurando aproveitar os momentos da vida, sejam eles num domingo de tarde com a sua família ou em uma viagem a Paris. Arthur Schopenhauer, filósofo pessimista alemão exprime a necessidade de aproveitar cada dia em uma das mais belas frases da filosofia “A tarde é a velhice do dia. Cada dia é uma pequena vida, e cada pôr do sol uma pequena morte. ”

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Outra citação filosófica que me “encanta” é creditada a Epicuro “A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais. ” Isso significa que a vida e a morte não coexistem e por esta razão, sofrer por ela não parece fazer sentido, pois quando a experimentarmos, não saberemos que o fazemos, pois não estaremos mais vivos e por não estarmos vivos, não podemos senti-la.

Passar a vida com medo da morte é outra grande tolice humana. Uma vez mais, Schopenhauer, habilidosamente exprime este sentimento em uma frase “São apenas as cabeças pequenas e limitadas que temem seriamente na morte a destruição total do ser; dos espíritos verdadeiramente privilegiados tal medo fica completamente afastado. ” Por que temer algo que não podemos evitar? Quem passa a sua existência com medo de encontrá-la, vive atormentado. É necessário entender que ela faz parte da nossa vida.

A perda de um ente querido, vista por diferentes ângulos, manifesta-se de várias formas ao redor do mundo. No Brasil, é sempre um dia de pesar, tristeza e lamentação e o dia de Finados é considerado um dia de silêncio para relembrar aqueles que já se foram. Para muitos é considerado o pior dia da vida de alguém. Já no México, celebra-se a vida de quem já se foi sem choro ou tristeza, mas com alegria. O dia de Finados possui grandes desfiles coloridos que se assemelham ao Carnaval brasileiro e os mexicanos fazem banquetes nos cemitérios juntos aos túmulos de seus entes queridos. Carpe Diem parece fazer muito sentido para os mexicanos.

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“Com a morte perde-se a consciência, mas não aquilo que a produziu e a manteve. A vida se extingue, mas não se extingue com ela o princípio da vida, que nela se manifestou. Por isso, um sentimento seguro diz a todo homem que há nele algo de absolutamente imperecível e indestrutível” Schopenhauer. Com essa fala, o filósofo alemão, expressa que apesar de não mais estarmos um dia por aqui, tudo aquilo que produzimos neste mundo, o chamado legado, fica e por meio dele seremos lembrados por algumas gerações ou pela eternidade, isso vai depender da profundidade com que construímos nossa história nesta vida. Você já parou para pensar em como quer ser lembrado após a sua partida deste plano?

É interessante notar que as pessoas não lamentam pela vida que não tiveram antes de nascer, nunca ninguém chora por isso, porém todos expressam dor e tristeza pela vida que não terão após a sua morte. Isso é muito curioso, não? Schopenhauer diz que o fim da pessoa é tão real quanto era o seu início, e justamente no sentido de que, assim como não existíamos antes de nosso nascimento, já não existiremos após a morte. Para tanto, o ser humano, quando vem a este mundo, adquire inconscientemente a imortalidade, acreditando que seu tempo é infinito e, grande parte das vezes, vive uma vida errônea como se fosse eterno.

Infelizmente, muitas pessoas começam a realmente aproveitar suas vidas vivendo-as com gosto quando se dão conta de que aqui estão apenas para uma temporada. Essa consciência, em grande parte, dá-se quando já estamos mais velhos e percebemos que o tempo passa implacável por nós e não perdoa ninguém. Mais uma vez, o filósofo alemão contribui com uma bela metáfora para esse triste momento, ao subirmos a montanha (da vida), não vemos a morte, pois ela está no sopé do outro lado. Porém, depois que ultrapassamos o cume, então avistamos realmente a morte, que até esse momento conhecíamos só de ouvir falar.

Disso tudo, é importante que entendamos que seja você novo ou velho, é preciso que aproveite a sua vida todos os dias, pois mesmo aqueles dias em que você se estressa, lamenta-se ou se queixa de sua vida, eles não voltam mais, você jamais terá a chance de vive-los novamente, são dias que se foram. Lembre-se daquela famosa expressão em Latim “Carpe Diem” que significa “Aproveite o dia”, ela faz todo o sentido em nova breve passagem por aqui. Não deixa aquela roupa ou aquela louça para utilizar em uma ocasião, pois como diz a sabedoria popular, todo dia é uma ocasião especial. Viva com mais consciência de sua brevidade que, com certeza, será mais fácil dar sentido à sua vida.

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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