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O julgamento nosso de cada dia

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Em minha caminhada como educadora, muitas vezes precisamos agir de algumas formas em que somos obrigadas a seguir um sistema. Hoje parei para fazer os boletins dos meus pequenos alunos, e algumas coisas vieram à minha mente, entendi que passamos nossa vida toda sendo avaliados em todos os lugares, a todos os momentos, e pela maioria da sociedade.

Percebi que desde o momento em que choramos pela primeira vez, em nosso primeiro contato com o universo, nós passamos a ser julgados, sim, julgados, pois se não chorarmos com vigor, é porque temos algum problema.  Os dias passam, os meses passam, precisamos ganhar peso, mas não muito, precisamos desenvolver nosso corpo, começamos a abrir os olhos, a querer enxergar mais, a querer se comunicar. Mas para tudo isso, temos um tempo estipulado, um, dois, três meses; em cada um deles, temos que ter atingido uma meta de desenvolvimento para estarmos dentro dos padrões, e continuamos sendo julgados.

Vamos crescendo e as exigências cada vez vão aumentando. É na adolescência que começamos a adoecer emocionalmente, pois tantos já foram os parâmetros em que fomos colocados, que começamos a perceber nossos defeitos, ou seja, os defeitos que o próprio convívio nos trouxe. Ficamos deprimidos por não termos o corpo que as modelos têm, por não sermos tão inteligentes quanto alguns colegas, por nossos pais não nos apoiarem em alguns momentos, nos sentimos sozinhos e começamos a nos retrair. Mas por que somos tão julgados, tão dependentes do sistema, se nascemos só para tentarmos ser nós mesmos?

Todos os dias acordamos para fazer algo, geralmente por obrigação, como ir para a escola ou ao trabalho, porque não podemos acordar e simplesmente ficar sem fazer nada, tirar um dia para se trancar no quarto e repensar sobre a vida, sobre o meu “eu”. Para sermos bons e de acordo com a maioria, devemos seguir indo para o trabalho ou para a escola, porém somos tão mal interpretados por deixar de fazer isso algumas vezes, temos medo de perder o emprego, de tirar notas baixas, sim somos medidos por notas, somos medidos por desenvolvimento psicomotor e intelectual, mas e as nossas vontades onde ficam? Preciso tirar notas boas, mas e as minhas duvidas sobre eu mesma, por que sou considerada feia ou bonita, simplesmente por que os meios de comunicação, tem como padrão de beleza, pessoas diferentes de mim? Por que preciso tirar notas boas na escola quando muitas vezes eu nem sei qual é a minha essência? Será que eu tenho um propósito de vida? Eu nem me conheço, mas preciso saber, física, química, matemática, inglês, e mais que isso, tenho que passar de ano senão fico atrasada.

E então, quando chegamos aos 35 ou 40 anos, percebemos que tudo que fizemos até então foi para agradar a outros, foi de acordo com aquilo que esperavam. Muitos têm um emprego em que ganham bem, são formados, tem casa, família, mas não são felizes, sentem que falta algo, que poderia ter feito alguma coisa diferente. Muitas vezes, o trabalho consumia todo o seu tempo, a única coisa que você queria era ficar em casa, ter um tempo com seu filho, com seu esposo, com seus irmãos, e muitas vezes, com os pais. Quantas vezes nós perdemos esse tempo? E quando iremos parar para pensar em nós? Para desenvolvermos nossas habilidades emocionais? Para pensar em evolução e descobrir nosso propósito?

Como tudo seria diferente se fossemos incentivados desde cedo a fazer o que quiséssemos, sem precisar de alguém ou de uma sociedade para nos impor padrões de vida. Se cada um pudesse se desenvolver no seu tempo, para engatinhar, falar, crescer. Tempo para se desenvolver como pessoas mais humanas, empáticas, sem julgar os outros, por meio de padrões. Mais tempo para nos conhecermos profundamente e para aprendermos a gerenciar o nosso próprio tempo, sem desperdiça-lo, aprendendo a ser nós mesmos em toda nossa plenitude. 

Que possamos parar de medir as pessoas, pelos seus bens materiais, pelos seus ganhos financeiros, pelo carro que dirigem, pela casa ou pela nota que tiram na escola, e comecemos a ver as pessoas pelas suas atitudes, pelo seu caráter, pelo que realmente são. Falar de empatia é fácil, mas viver a empatia é difícil. Hoje já não se respeita mais o próximo e se as ideias são divergentes, não somos aceitos e somos julgados mais uma vez, pois alguns valores estão invertidos, que possamos tirar a venda dos nossos olhos e enxergar além, pois nosso maior tesouro está dentro de nosso ser, e é nele que devemos investir para nos tornarmos cada dia melhor, criando consciência de nossos atos e expandindo nossa visão de mundo.

Gisele Caleffi

Formada em Pedagogia, cursando Gestão Comercial e Jornalismo, com especialização em Pedagogia Empresarial, MBA em Coaching para Gestão de Pessoas e cursando Pós em Arte, Teatro e expressividade.

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