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Dia Internacional das Mulheres na Engenharia: Juliana Colombo, engenheira civil, fala sobre a profissão

O Dia Internacional da Mulher na Engenharia, comemorado em 23 de junho de 2022, teve origem no Reino Unido em 2016.

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Hoje, 23 de junho, é o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, campo que, normalmente, é dominado pelos homens e mostra-se, muitas vezes, um terreno ardiloso para mulheres que desejam segui-lo. Devido à passagem da data e importância das mulheres nessa área, o Roda de Cuia entrevistou a engenheira civil Juliana Colombo de Erechim que falou sobre a profissão, seus desafios e conquistas ao longo de sua trajetória. Ela também deixa uma mensagem exaltando as mulheres a seguir com firmeza, pois todos merecem respeito, sejam engenheiras ou engenheiros.

Roda de Cuia: Como você vê a presença das mulheres na engenharia atualmente?

Juliana: A Engenharia é linda demais! São tantos detalhes, tudo exige muita atenção, conhecimento, exatidão e ainda assim ela nos surpreende diariamente. Mais lindo que isso é ver uma mulher engenheira. Meu coração se enche de orgulho quando vejo minhas colegas atuando, somos perfeccionistas por natureza e apesar de a maioria da sociedade, por muitas vezes, ainda não visualizar isso, esse perfeccionismo agrega muito valor a essa profissão. Entre outras qualidades que nós mulheres somos capazes de adicionar em tudo que nos propomos a fazer, o perfeccionismo é o diferencial.

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Juliana Colombo, engenheira civil/Imagem: Arquivo pessoal

Eu vejo mulheres humanizando a construção civil. O que eu quero dizer é que o fato de nós estarmos buscando por mais respeito e reconhecimento nessa profissão, está fazendo com que os trabalhadores da área também se respeitem mais. Sabe aquela história de gentileza gera gentileza? Isso não é imediato, mas é algo que conseguimos fazer, e no meu ponto de vista isso é maravilhoso.

Roda de Cuia: Como lidar com os preconceitos sendo que o mundo vê a engenharia como uma profissão masculina?

Juliana: A melhor forma de lidar com esse preconceito é não dando voz a ele. Eu sei que assim como eu, outras mulheres engenheiras civis já devem ter passado ou passam por dificuldades em campo, mas o que eu tenho para dizer pra elas é que, não deixem eles ter razão em desconfiar da sua competência.

A mensagem de Juliana às mulheres engenheiras ou àquelas que desejam iniciar os estudos na área:

Mesmo que tenhamos que nos dedicar mais para conquistar nosso espaço, não precisamos temer isso, pois é perfeitamente possível. Não há argumentos contra fatos, se você tem capacidade, responsabilidade e respeito para exercer sua profissão, ninguém pode te intimidar ou te abalar.

Lembrem-se de não tornar isso uma obrigação, não precisamos provar nada para ninguém. Tenho convicção de que cada uma descobre sua vocação dentro da profissão assim que começa exercê-la, se estar no canteiro de obras é inseguro e insatisfatório, não há problema algum em decidir seguir outro caminho. Se vitimizar nesse cenário não é e nunca será a solução.

E mulheres, o mercado de trabalho da construção civil é um dos que mais se desenvolveu durante o período de pandemia pela qual passamos. Ouso dizer que foi um dos pilares que manteve a economia do país. Então não existe mercado de trabalho difícil para quem tem força de vontade e dedicação. Nem sempre começamos do topo, e mesmo, às vezes sendo um caminho árduo, basta querer. Sempre haverá trabalho para todas nós.

Roda de Cuia: Quais são as vantagens das mulheres engenheiras?

Juliana: Não vejo que existam vantagens para mulheres engenheiras, e também não vejo isso como um problema. O que percebo é que, o fato de a sociedade ter compreensão de que precisamos nos superar diariamente exercendo nossa profissão, faz com que nos vejam como mulheres fortes e determinadas, que realmente somos, no fim das contas. Então talvez isso seja um ponto positivo para nós.

Roda de Cuia: Por fim, quem é a engenheira Juliana Colombo?

Juliana: Na Engenharia Civil existem muitos campos de trabalho, mas posso falar sobre a minha realidade, que vai desde o dimensionamento de projetos ao acompanhamento e vistorias técnicas de obras. Como mulher percebo nitidamente a diferença entre essas duas áreas da minha profissão, podendo até dizer que uma bate de frente com a outra. De um lado, estou dentro do escritório e sinto-me confortável em desenvolver meu trabalho, sendo responsável por projetos elétricos, hidráulicos, sanitários e complementares. Do outro lado, quando estou em obras, às vezes, sinto que se não estiver acompanhada do meu sócio e colega e profissão Eng. Michel, não sou respeitada (levada a sério) profissionalmente.

É intrigante falar isso, porque independente do gênero, ser questionada o tempo todo sobre a qualidade e integridade do nosso trabalho, parece fazer parte da profissão da engenharia civil. Entretanto, mesmo isso sendo uma condição geral, infelizmente nós mulheres tendemos a passar por mais situações de desconforto e desrespeito.

Devo falar que, com dedicação consegui conquistar o respeito das equipes de obra que trabalham conosco há alguns anos já, eles conhecem a mim e ao meu trabalho, são gentis e me respeitam. Mas isso levou um tempo para se concretizar, e continua sendo desta forma quando nos deparamos com novas equipes.

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Imagem: Arquivo pessoal

Juro que já me importei muito mais com o que pensavam ou falariam de mim quando não estivesse perto, ou se iriam seguir o projeto conforme solicitado. Graças a Deus me libertei disso, eu sou consciente do meu trabalho e confio em mim mesma. Percebi que nessa história de quem sabe mais ou menos só sai prejudicado quem escolheu não respeitar. Eu respeito a todos e busco por essa reciprocidade diariamente, mas caso contrário, não me sinto menos engenheira nem menos competente.

Eu amo meu trabalho, dividir conhecimento com meus colegas e solucionar projetos, ouvir profissionais com mais experiência que eu, afinal ainda tenho 26 anos de idade e com 5 anos atuando como engenheira civil, e sou muito feliz indo ao canteiro de obras para ver tudo que foi projetado sendo concretizado, por isso acredito que todos merecem respeito e admiração, pois um trabalho depende do outro.

Para finalizar, me orgulha muito saber que estou ajudando a realizar o sonho dos nossos clientes, e o sentimento de gratidão faz com que qualquer obstáculo se torne tão pequeno perante isso, e de repente, todo esforço vale a pena e suas forças de renovam para alcançar um próximo objetivo.

Dia Internacional das Mulheres na Engenharia

O Dia Internacional da Mulher na Engenharia, comemorado em 23 de junho de 2022, teve origem no Reino Unido e é reconhecido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) desde 2016. O dia foi lançado pela Women's Engineering Society, organização beneficente que oferece “inspiração, apoio e desenvolvimento profissional” a mulheres engenheiras, cientistas e tecnólogas.

Representação na Força de Trabalho
De acordo com dados, menos de 20% dos profissionais que trabalham em engenharia em todo o mundo são mulheres. Em uma nota positiva, a porcentagem de mulheres que escolhem a engenharia como profissão aumentou nas últimas décadas, e os esforços para promover as jovens a seguir a profissão aumentaram também. Além disso, organizações comerciais, sem fins lucrativos e corporações oferecem orientação, serviços de networking, educação e suporte para mulheres em engenharia e tecnologia. (Por Ocean Insight)

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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