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Mundo

FMI prevê crescimento global de 3,6% em 2022

Em janeiro, antes da invasão russa da Ucrânia, projeção era de crescimento de 4,4%. Conflito impactará negativamente economia de quase todos os países do mundo. Previsão sobre o Brasil, no entanto, tem leve melhora.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou na terça-feira (19/04) projeções para a economia global em 2022 e 2023, com números fortemente impactados pelas consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Segundo o relatório World Economic Outlook (Perspectiva Econômica Mundial), o Brasil deve terminar o ano com um crescimento de apenas 0,8%. Embora seja um dos crescimentos mais baixos da região da América Latina e Caribe, a taxa brasileira representa um aumento em relação à previsão anterior ao conflito, que era de 0,3%.

Além disso, segundo o FMI, o Brasil deve terminar 2022 com inflação de 8,2% e desemprego de 13,7%. Para 2023, o crescimento previsto para o Brasil é 1,4% – a previsão anterior apontava 1,6%.

Ambas as projeções de crescimento são abaixo do previsto para a região da América Latina e Caribe, que é de 2,5% para ambos os anos, e do México, que é de 2% para 2022 e 2,5% para 2023.

De acordo com a análise do FMI, a economia mundial, que ainda se recupera dos impactos da pandemia de covid-19, agora sentirá os efeitos do conflito na Ucrânia. Em comparação com a previsão divulgada pelo FMI em janeiro, as projeções para o crescimento global foram revisadas de 4,4% para 3,6% para 2022 e 2023.

“Em questão de semanas, o mundo mais uma vez sofreu um enorme choque. Uma recuperação duradoura da pandemia estava à vista, mas a guerra eclodiu, possivelmente apagando os ganhos recentes”, disse Pierre-Olivier Gourinchas, conselheiro econômico e diretor do Departamento de Estudos do FMI.

A perspectiva de médio prazo da economia foi revisada para baixo para todos os grupos de países, exceto para os de exportadores de commodities, que se beneficiam com a alta nos preços de energia e alimentos – caso do Brasil.

Agora, segundo o relatório do FMI, com os impactos da guerra, a produção agregada das economias avançadas levará mais tempo para retornar ao nível de tendência pré-pandemia.

No caso da Alemanha, o FMI prevê agora um crescimento de 2,1% em 2022, uma queda considerável em relação à previsão de janeiro, quando o fundo havia estimado crescimento de 3,8%. 

Forte queda na economia da Rússia

Como já era esperado, principalmente devido às sanções impostas pelo Ocidente a Moscou, a Rússia terá uma queda de 8,5% no PIB em 2022 e de 2,3% em 2023. A inflação deve ficar em 21,3% este ano.

A Rússia é um grande fornecedor de petróleo, gás e metais e, junto com a Ucrânia, de trigo e milho. A redução da oferta desses produtos básicos fez com que seus preços disparassem. Os importadores de commodities na Europa, Cáucaso e Ásia Central, Oriente Médio e Norte da África e região da África Subsaariana são os mais afetados. No entanto, o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis prejudicará as famílias de baixa renda em todas as regiões do mundo, incluindo as Américas e o resto da Ásia.

As grandes economias da zona do Euro também terão crescimentos baixos, fortemente influenciadas pela guerra na Ucrânia. A previsão para Alemanha é de aumento de 2,1% em 2022 e 2,7% em 2023, da França, de 2,9% e 1,4%, respectivamente, da Itália, de 2,3% e 1,7% e da Espanha, de 4,8% e 3,3%.

Além disso, o deslocamento de cerca de cinco milhões de ucranianos para países vizinhos, especialmente Polônia, Romênia, Moldávia e Hungria, agravará as pressões econômicas na região.

Alta da inflação

A inflação tornou-se um risco claro e iminente para muitos países. Mesmo antes da guerra, as taxas haviam subido por causa do aumento dos preços das commodities e dos desequilíbrios entre oferta e demanda. Agora, o FMI projeta que ela permanecerá elevada por muito mais tempo. Como exemplo, o FMI cita os Estados Unidos e alguns países europeus, que atingiram recordes em mais de 40 anos, em meio à escassez de mão de obra.

O FMI alerta em seu relatório, ainda, que os aumentos de preços de alimentos e combustíveis podem elevar significativamente as chances de agitação social nos países mais pobres.

O relatório também pondera que a “incerteza em torno dessas projeções é considerável, muito além do intervalo usual”. Desta forma, o “crescimento pode desacelerar ainda mais e a inflação pode exceder nossas projeções se, por exemplo, as sanções forem estendidas às exportações russas”.

O Fundo também destaca que “uma disseminação ininterrupta” do coronavírus pode dar origem a variantes mais letais capazes de escapar das vacinas, “causando mais bloqueios e interrupções na produção”.

Segundo o FMI, mesmo antes da guerra, a inflação em muitos países estava subindo devido aos desequilíbrios de oferta e demanda e ao apoio político fornecido durante a pandemia, o que levou a um aperto da política monetária. Além disso, os recentes bloqueios na China devido ao coronavírus podem causar gargalos nas cadeias de suprimentos globais, impactando diversos países.

Por DW

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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