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Mundo

Estudo aponta aumento “dramático” do antissemitismo no mundo

Relatório da Universidade de Tel Aviv aponta que pandemia tem sido instrumentalizada por grupos antissemitas para espalhar teorias conspiratórias contra judeus.

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O Relatório Mundial sobre Antissemitismo, realizado anualmente pela Universidade de Tel Aviv, em Israel, aponta um crescimento “dramático” de incidentes contra judeus em 2021. Divulgado nesta quarta-feira (27/04) – data em que Israel comemora o Yom HaShoá, o Dia Nacional em Memória às Vítimas do Holocausto –, o estudo indica que houve aumento de casos em praticamente todos os países que concentram grandes populações judaicas.

As principais razões, segundo o levantamento, são ações de grupos radicais tanto de direita quanto de esquerda, além de uma explosão de ódio, informações falsas e teorias conspiratórias espalhadas principalmente nas redes sociais em meio à pandemia de covid-19, que começou oficialmente em março de 2020.

Em ligação direta com a pandemia, por exemplo, o relatório destaca as acusações falsas de que Israel e os judeus criaram e espalharam o coronavírus. Com 50 páginas, o levantamento enfatiza também que o conflito ocorrido em maio de 2021 entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, levaram a picos de antissemitismo. Na ocasião, os embates duraram 11 dias e deixaram mais de 260 mortos na Palestina e 14 em território israelense.

Os esforços do Irã para difundir informações antissemitas, igualmente por meio de mídias sociais, e o financiamento de canais de comunicação também foram cruciais para o aumento do antissemitismo, segundo o relatório.

“Precisamos de uma análise profunda quanto à efetividade das estratégias [contra o antissemitismo] já existentes”, dizem os autores do estudo, enfatizando que a luta através de esforços, conferências, leis e recursos investidos têm fracassado até o momento.

Segundo Uriya Shavit, chefe do Centro de Estudos Judaico-Europeus Contemporâneos da Universidade de Tel Aviv, ideias extremistas e violentas sempre estiveram presentes na sociedade. No entanto, “há algumas décadas, era necessário um esforço para ser exposto a elas. Hoje, é muito fácil acessá-las”, afirma.

Problema nos principais países da Europa

O levantamento reuniu dados de 22 países. Em alguns deles, como na Itália e na Argentina, os casos de agressão, assédio e vandalismo contra judeus diminuíram. Em outros, a exemplo de Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Canadá e Austrália, houve crescimento.

Na Alemanha, a polícia registrou 3.028 incidentes antissemitas, um aumento de 29% em relação a 2020 e de 49% em comparação a 2019. O estudo classifica especialmente preocupante que movimentos antivacina no país tenham comparado sua situação – devido a lockdowns ou o isolamento social imposto pelo governo alemão para tentar frear a pandemia – à dos judeus no Holocausto, minimizando esse capítulo da história alemã e judaica – em torno de seis milhões de judeus morreram devido à campanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Na França, os incidentes aumentaram 74% em relação a 2020. Levando em conta somente os casos de violência física, autoridades francesas registraram crescimento de 36% em 2021, de 44 para 60 episódios.

O Reino Unido observou um salto de 78% no número de ataques físicos contra judeus: de 97 em 2020 para 173 em 2021. Ao todo, o Centro de Serviços Comunitários do país registrou 2.255 incidentes antissemitas no ano passado, 34% a mais do que há dois anos.

Estados Unidos e Canadá também registram crescimento

No Canadá, o número de episódios antissemitas cresceu 54% somente em maio de 2021, durante o conflito Israel-Hamas: de 173 para 266, comparando com o mesmo período do ano anterior. Apenas naquele mês, a organização judaica B'Nai Brith Canada reportou 61 agressões contra judeus no país, o número mais elevado desde que os registros começaram a ser divulgados, em 1982.

Nos Estados Unidos, considerando somente propagandas antissemitas divulgadas por supremacistas brancos, o estudo registrou aumento de 27% em comparação a 2020 e de 113% desde 2019. Com uma população de aproximadamente seis milhões de judeus, o país vive uma onda crescente de atos antijudeus, conforme ocorrências policiais, organizações judaicas e a mídia.

A Liga Antidifamação contabilizou 2.717 incidentes de agressão, assédio e vandalismo contra judeus em território americano em 2021, um aumento de 34% em relação ao ano anterior. Este é o maior número desde que os dados começaram a ser coletados, em 1979.

Na mídia americana, conforme o estudo, houve flutuação. De acordo com notícias e reportagens, ocorreram 28 casos de agressões contra judeus em 2021. No ano anterior, haviam sido uma dúzia, e em 2019, 36.

Os departamentos de polícia de Nova York e Los Angeles, cidades que concentram a maior parte da população de judeus nos Estados Unidos, também apontaram flutuações. Em 2021, Nova York registrou 214 crimes de ódio. Em 2020, haviam sido 126. E em 2019, 252. Em Los Angeles, foram contabilizados 79 em 2021, 40 em 2020 e 42 em 2019.

Por DW

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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