Terms & Conditions

We have Recently updated our Terms and Conditions. Please read and accept the terms and conditions in order to access the site

Current Version: 1

Privacy Policy

We have Recently updated our Privacy Policy. Please read and accept the Privacy Policy in order to access the site

Current Version: 1

Mundo

Ex-presidente de Honduras será extraditado para os EUA

0:00

A Suprema Corte de Justiça de Honduras autorizou na segunda-feira (28/03) a extradição do ex-presidente Juan Orlando Hernández, de 53 anos, para os Estados Unidos, onde ele será processado por tráfico de drogas, com possibilidade de ser condenado à prisão perpétua.

Autoridades americanas haviam solicitado a extradição de Hernández em 14 de fevereiro devido à acusação de enviar em torno de 500 toneladas de cocaína para os EUA desde 2004. Um dia depois – menos de um mês após deixar a presidência de Honduras, em 27 de janeiro –, ele foi capturado e, desde então, permanece detido no quartel das forças especiais da polícia. Com a decisão, agentes americanos podem buscá-lo a qualquer momento.

A Suprema Corte hondurenha julgou improcedente um recurso de Hernández após decisão judicial para a sua extradição a partir de um pedido feito por uma corte de Nova York. Em Tegucigalpa, capital de Honduras, o ex-presidente teve a extradição autorizada por três delitos: conspiração para importar e distribuir substância controlada; uso e porte de armas de fogo; e conspiração para o uso de armas de fogo. No caso da extradição, o acusado só pode ser julgado pelos crimes autorizados pelo sistema judiciário do país de origem.

“A decisão do juiz de primeira instância de conceder a extradição de Juan Orlando Hernández está confirmada”, declarou o porta-voz do Poder Judiciário, Melvin Duarte, após a decisão, que não está mais sujeita a recurso.

O irmão do ex-presidente, Tony, de 43 anos, foi condenado à prisão perpétua em março de 2021, nos Estados Unidos, por tráfico de drogas. A partir do julgamento de Tony, que também atuou na política de Honduras, as autoridades americanas chegaram às suspeitas de Juan Orlando. Por cumplicidade, um ex-chefe de polícia hondurenho também pode passar pelo mesmo processo que os irmãos Hernández.

Presidente de Honduras entre 2014 e 2022, Juan Orlando Hernández é acusado de facilitar o tráfico de cocaína principalmente a partir da Colômbia e da Venezuela. Segundo promotores americanos, ele recebeu milhões de dólares de traficantes em troca de proteção, inclusive de um dos maiores chefes do tráfico de drogas, o mexicano Joaquin “El Chapo” Guzman, também condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos.

60851895 906
Ex-presidente conversa com policiais logo após ser detido em sua casa, no dia 15 de fevereiro

Hernández se diz inocente

Por meio de uma carta escrita na prisão onde está detido desde a metade de fevereiro, Juan Orlando Hernández disse que é “inocente” e “vítima de vingança e conspiração”. Ele também escreveu que tem certeza de que “Deus fará justiça”, destacou que vive um momento “doloroso” e difícil por “estar separado” de seus familiares: “Três sentenças de prisão perpétua podem fazer de mim um morto-vivo”, afirmou.

“Nunca pensei que a luta pela paz para nós, hondurenhos, nos levaria a ser conhecidos como um narcoestado. Eu sabia que esta luta não seria fácil, que teria muitos riscos”, argumentou Hernández

 Inicialmente, os Estados Unidos conceituaram o então presidente como um aliado na luta contra o tráfico de drogas – e foi um dos primeiros países a reconhecer sua reeleição em 2017, quando a oposição alegou fraude em meio a protestos que deixaram cerca de 30 pessoas mortas em Honduras.

Após a divulgação do veredicto, um dos advogados de Hernández, Felix Ávila, declarou que “esta é uma decisão da Suprema Corte, e o fato de não concordamos com ela não significa que ela seja ilegal”.

A família de Hernández também divulgou um comunicado no qual argumenta que a decisão da Suprema Corte de Honduras não é uma condenação criminal: “Estamos prontos e confiantes de que seremos capazes de mostrar à Justiça dos EUA que as acusações são um plano de vingança de narcotraficantes hondurenhos cujo império de crime e violência foi destruído por Juan Orlando”.

gb (AFP, Reuters)

Por DW

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
X