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Américas

Novo ministro da Economia da Argentina assume com plano para reduzir déficit fiscal

Nos portões da Casa Rosada, um pequeno grupo de pessoas protestou; Sergio Massa foi chamado de "vira-casaca" e teve seu carro chutado pelos manifestantes

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O peronista Sergio Massa, que tomou posse nesta quarta-feira (3) como ministro da Economia da Argentina, anunciou um pacote de medidas para tentar reduzir o déficit fiscal e a inflação que castiga o país.

Antes de assumir o cargo, Massa era presidente da Câmara de Deputados da Argentina, e integrante da coalizão governamental Frente de Todos, que levou à Casa Rosada Alberto Fernández e sua vice, Cristina Kirchner.

O novo ministro afirmou que os motores da sua gestão serão investimentos, produção, exportações e defesa do mercado interno argentino.

Segundo ele, os eixos do seu plano econômico serão ordenamento fiscal, superávit comercial, fortalecimento das reservas do país e desenvolvimento com inclusão. Segundo ele, a Argentina cumprirá a meta de 2,5% de déficit primário que foi estabelecido no orçamento.

A estratégia de Massa será “engrossar” os dólares do Banco Central, com o adiantamento de exportações de setores como a agroindústria, pesqueiro e mineiro, e redução de gastos, com o congelamento das contratações estatais e corte de subsídios elétricos, de gás e de água para setores não vulneráveis economicamente.

O plano inclui maior controle sobre o uso de dólares para a importação, inclusive com processos judiciais contra empresas que superfaturarem produtos importados adquiridos ao valor do dólar oficial, e do uso de auxílios governamentais, que serão auditados.

O novo ministro, que busca conquistar a confiança dos mercados, criticou quem especulou com a dívida argentina e afirmou que o país cumpre com suas obrigações. Massa ainda propôs uma troca voluntária de vencimentos da dívida em pesos nos próximos 90 dias, o que, segundo ele, já gerou 60% de compromissos de adesão.

Em seu discurso, o novo ministro argentino afirmou que “a inflação é uma fábrica de pobreza” e um dos principais problemas do país. Em junho, a inflação acumulada dos últimos 12 meses da Argentina chegou a 64%, e a do primeiro semestre passou de 36%.

Para Massa, a crise inflacionária deve ser ainda mais difícil em julho e agosto, porém as medidas reduzirão os preços no resto do ano.

Com a instabilidade gerada pela renúncia inesperada de Martín Guzmán, no começo do mês, e pela descrença do mercado financeiro na então ministra Silvina Batakis, o dólar paralelo, não controlado pelo governo, disparou de 239 para 350 pesos e os preços aumentaram significativamente no país.

Com o anúncio da saída de Batakis, o dólar paralelo retrocedeu para menos de 300 pesos, porém, para a consultora econômica LCG, a inflação de junho foi de cerca de 8%, e o ano de 2022 deve fechar com uma alta de preços acumulada de 92%.

Nas últimas semanas a Argentina viveu uma onda de protestos de organizações sociais, que reclamam da grave situação econômica, e pedem mais auxílios governamentais diante do aumento da pobreza.

Após assumir o posto nesta quarta, Massa disse que reforçará aposentadorias e utilizará recursos estatais como parte de salários para transformar programas sociais em trabalho.

O risco país, a desvalorização do peso e o valor dos títulos argentinos melhoraram levemente na semana passada, após a nomeação de Massa, que tem interlocução com empresários e com a agroindústria.

Os argentinos, porém, lidam com a descrença diante da sensação de crise permanente e que não parece perto de se resolver.

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Casa Rosada, em Buenos Aires / 13/09/2021. REUTERS/Agustin Marcarian

Argentinos desferem chutes e socos em carro do novo ministro

Apesar do local da passe não ter registrado manifestações multitudinárias nesta semana, um pequeno grupo de manifestantes desferiram chutes e socos nos carros de autoridades que tentavam passar pelos portões da Casa Rosada para participar da cerimônia.

Entre os agredidos, estava o carro do próprio Massa, que foi xingado de “ladrão” pelos manifestantes opositores, assim como outros integrantes do governo de Fernández.

Outro insulto dito pelos manifestantes foi “vira-casaca”, já que Massa foi chefe de gabinete da ex-presidente Cristina Kirchner, com quem rompeu e logo voltou a formar aliança eleitoral, pela qual terminou como ministro da Economia.

Por CNN

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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