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Oriente Médio

Talibãs impõem burca de corpo inteiro para mulheres

Apesar das promessas de não retomar a linha dura, governo fundamentalista islâmico do Afeganistão restringe gradualmente os direitos femininos. Desobediência pode resultar em prisão de pai ou outro familiar.

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O chefe de Estado do Afeganistão e líder do Talibã, Hibatullah Akhundzada, decretou que as mulheres do país terão que usar burca cobrindo o corpo inteiro, quando em público. Trata-se de uma das restrições mais severas às vidas femininas desde que os fundamentalistas islâmicos assumiram o poder, em agosto de 2021.

A medida foi anunciada numa coletiva de imprensa neste sábado (07/05), na capital Cabul: “Elas devem trajar um chadori [burca da cabeça aos pés] como é tradicional e respeitoso”, com o fim declarado de “evitar provocação ao encontrarem homens que não sejam parentes próximos”.

A burca se tornou um símbolo global do prévio regime talibã linha-dura, de 1996 a 2001. Mulheres mais idosas e meninas estão isentas da imposição. Para as demais, não cobrir o rosto fora de casa pode resultar no encarceramento ou demissão de empregos públicos do pai ou parente mais próximo do sexo masculino, O decreto acrescenta que aquelas que não tiverem trabalho importante fora “é melhor ficarem em casa”.

Repressão social e miséria econômica

Após a invasão do Afeganistão liderada pelos Estados Unidos em 2001, e a consequente queda do regime talibã, os direitos femininos foram ampliados, com a anulação de diversas leis restritivas. Assim, as mulheres passaram a poder escolher o que vestir: muitas seguiram usando o lenço de cabeça por motivos religiosos, porém sem cobrir o rosto, em diversas áreas urbanas, como Cabul.

Sob governos mais moderados, várias escolas abriram as portas para meninas, e as mulheres voltaram a trabalhar. Em 2003, uma nova Constituição fortaleceu esses direitos, e seis anos mais tarde o país adotou a lei de Eliminação de Violência Contra a Mulher.

Quando o Talibã reassumiu o poder, após a retirada das tropas da Otan, em agosto, os fundamentalistas prometeram não reinstaurar as regras repressivas de seu regime anterior. Nos últimos nove meses, contudo, tem havido um recrudescimento.

Em março, os talibãs proibiram o funcionamento das escolas secundárias femininas, na manhã mesma em que deveriam abrir. O governo também restringiu as viagens sem acompanhamento masculino, além de proibir que homens e mulheres frequentem parques públicos nos mesmos horários.

Essa recaída social despertou indignação da comunidade internacional, levando os EUA a cancelarem encontros programados com a meta de aliviar a crise financeira afegã. Desde a retomada do poder pelo Talibã, Washington e outros governos cortaram a ajuda ao desenvolvimento para o Afeganistão e impuseram sanções rigorosas ao sistema bancário, precipitando o país na miséria econômica.

Por DW

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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