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Ásia

China anuncia afrouxamento nacional de restrições anticovid

Governo chinês reage a protestos e alivia política de "covid zero". Novas regras limitam lockdowns, permitem quarentena domiciliar e acabam com exigência de testes negativos para entrar em espaços públicos.

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A China anunciou nesta quarta-feira (07/12) um afrouxamento nacional das rígidas restrições adotadas pelas autoridades no combate à covid-19. A política de tolerância zero do governo chinês afetou a segunda maior economia do mundo e desencadeou raros protestos contra o Partido Comunista.

As novas regras representam um alívio significativo da política de “covid zero” do presidente Xi Jinping – um curso que perdurou ao longo dos quase três anos de pandemia e cujas medidas severas permaneciam ativas muito depois de o resto do mundo ter abdicado delas e aprendido a conviver com o coronavírus.

No entanto, com as taxas de vacinação ainda baixas entre os idosos da China e um sistema de saúde considerado mal preparado para uma onda de infecções, o governo chinês não abandonou por completo as restrições de viagens e testes em massa.

De acordo com as novas diretrizes anunciadas pela Comissão Nacional de Saúde, a frequência e o escopo dos testes de PCR – um alicerce do cotidiano na China no âmbito da “covid zero” – serão reduzidos.

Os lockdowns – um dos principais pontos de descontentamento da população chinesa – também serão limitados ao menor escopo possível, e as autoridades passam a ser obrigadas a liberar áreas que não apresentem casos positivos após cinco dias.

Pessoas com infecções leves de covid-19 estão agora autorizadas a fazer quarentena domiciliar, em vez de em instalações designadas pelo governo.

Além disso, as pessoas não serão mais obrigadas a mostrar um comprovante de teste negativo para entrar em prédios e espaços públicos, exceto no caso de “asilos, instituições médicas, jardins de infância, escolas de ensino fundamental e médio”.

Novas regras para “corrigir problemas”

Por fim, a Comissão Nacional de Saúde comunicou também que buscará acelerar a vacinação de idosos, algo que é visto há muito tempo como um grande empecilho para o afrouxamento das medidas severas da política de “covid zero”.

Pequim comunicou que as novas regras serviriam para “corrigir problemas enfrentados atualmente pela prevenção e controle da pandemia”. A política anterior “recebeu forte reação do público”, disse Li Bin, especialista da Comissão Nacional de Saúde.

Até recentemente, Pequim saudava a política de “covid zero” como um triunfo do regime comunista que mantinha baixas as mortes em comparação com países ocidentais como os EUA. No entanto, manifestações contra a estratégia eclodiram em toda a China no final do mês passado – milhares de pessoas protestaram contra as restrições consideradas exageradas.

Os protestos se expandiram com a inclusão de apelos por mais liberdades políticas – alguns manifestantes até pediram a renúncia do presidente Xi Jinping. Os protestos foram rapidamente reprimidos. A série de manifestações representa a oposição mais ativa ao governo comunista desde a revolução democrática de 1989, que acabou por ser subjugada pelos militares.

“Covid zero” afetou economia mundial

A política de “covid zero” afetou não somente a sociedade civil, mas também a economia chinesa, com efeitos colaterais em todo o mundo.

O próprio governo chinês divulgou pouco antes do anúncio do afrouxamento das restrições dados que mostraram que as importações em novembro caíram 10,6% em relação ao ano anterior, a maior queda desde maio de 2020. As exportações caíram 8,7% no mesmo período.

Muitos chineses manifestam alívio diante do afrouxamento das restrições anticovid. “Já era hora de abrir, já faz três anos, deveríamos abrir totalmente”, disse um residente de Pequim, que preferiu manter o anonimato. “As pessoas precisam trabalhar e comer. Não se pode simplesmente dizer às pessoas para não saírem mais de casa”, afirmou outro.

Mas também houve vozes de preocupação. “Estamos muito preocupados. Agora abrimos totalmente, o governo não se importa mais. O que devemos fazer se a situação epidêmica ficar mais grave?”, disse o trabalhador Meng Qingcheng à agência de notícias AFP. “Isso fará com que seja mais difícil encontrarmos um emprego. E também temos medo, não queremos ser infectados.”

O afrouxamento resultou também num aumento imediato na procura por passagens aéreas para o Ano Novo Chinês – que atingiram o maior nível dos últimos três anos.

Analistas da empresa japonesa Nomura projetam que o PIB da China se recuperará no próximo ano, mas alertam também que a China “não parece estar bem-preparada para uma onda massiva de infecções por covid-19”.

pv/lf (AFP, ots)

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