April Boudreau, de 61 anos, não tinha certeza de que tinha em si para enfrentar sua quarta batalha contra o câncer. Ela havia sobrevivido a duas crises com linfoma de Hodgkin – em 1984 e 1985 – e mais tarde venceu o câncer de mama em 2002. Então, quando sua tomografia computadorizada anual, motivada por seu histórico de câncer e mutações genéticas hereditárias, revelou um nódulo preocupante em seu pulmão direito em janeiro, os médicos assumiram que era câncer.
A tecnologia aplicada até o tratamento
Usando a mais recente tecnologia robótica, os médicos de Boudreau realizaram uma broncoscopia que confirmou que ela tinha câncer de pulmão e, em seguida, uma cirurgia minimamente invasiva para removê-lo no Texas Health Harris Methodist Hospital Fort Worth. O hospital é um dos primeiros do estado a adotar a nova tecnologia assistida por robô para biópsia de potenciais tumores de câncer de pulmão mais cedo do que os testes de diagnóstico tradicionais permitem.
O mais importante é que tudo aconteceu enquanto ela estava sob uma única anestesia, na primavera passada.
Boudreau disse que acordou várias horas depois para descobrir que, embora ela tivesse, de fato, câncer de pulmão, relatórios preliminares, que mais tarde foram confirmados, indicaram que ela agora estava livre do câncer.
Richard Vigness, MD, cirurgião cardíaco torácico da equipe médica da Texas Health Fort Worth, disse que a cirurgia torácica assistida por robô permite que a abordagem cirúrgica clássica para o câncer de pulmão seja feita com incisões muito pequenas.
O tecido pulmonar que contém o câncer é removido sem a grande incisão usada anteriormente e o trauma de espalhar as costelas associadas a ele. Muitas vezes, os pacientes podem ir para casa no dia seguinte após a operação. Esta tem sido uma grande mudança na experiência do paciente que é deliciosa para todos nós que fazemos isso há muito tempo e especialmente para nossos pacientes.
disse Vigness.
Em casos selecionados como o de Boudreau, o programa multidisciplinar de oncologia torácica do hospital pode fornecer aos pacientes uma abordagem holística para o tratamento do câncer de pulmão, combinando a tecnologia de broncoscopia assistida por robô com cirurgia robótica minimamente invasiva.
Boudreau disse que sua cirurgia envolveu apenas cinco pequenas incisões em seu lado e ela recebeu alta do hospital no dia seguinte.
Importância da conscientização e abordagem rápida
Novembro é o Mês da Conscientização do Câncer de Pulmão.
John Hollingsworth, MD, especialista em doenças pulmonares, disse que essa abordagem acelerada não apenas reduz o tempo entre a detecção e a intervenção cirúrgica – e, portanto, a quantidade de ansiedade experimentada pelos pacientes – mas também está associada a uma taxa muito baixa de complicações.
“A Texas Health Fort Worth está comprometida em fornecer os cuidados mais avançados aos nossos pacientes com câncer de pulmão“, disse Hollingsworth.
O câncer de pulmão é o segundo câncer mais comum, com cerca de 236.000 novos casos diagnosticados a cada ano e a principal causa de mortes por câncer, de acordo com a American Cancer Society. Joseph DeLeon, presidente da Texas Health Fort Worth, disse que o hospital está orgulhoso de investir em tecnologias avançadas que ajudam na detecção precoce e no tratamento desta doença mortal.
“Estudos mostram que o número de mortes por câncer de pulmão continua a cair devido a pessoas que não fumam e avanços como esses, nos quais as pessoas são diagnosticadas e tratadas mais cedo. Por meio desses investimentos e reunindo equipes de tratamento multidisciplinares, estamos salvando vidas.“, disse DeLeon.
Hoje, Boudreau faz uma tomografia computadorizada a cada seis meses e permanece livre do câncer. Ela disse que espera que os outros prestem atenção aos sinais de alerta de seu corpo, consultem um médico para preocupações e levem os exames de câncer a sério e permaneçam positivos caso recebam um diagnóstico de câncer.
“Eu estava meio sem fôlego, mas não sabia (que era câncer). Eu só pensei que estava envelhecendo. Então, sempre ouça seu corpo e pegue-o a tempo, para que você possa ser curado e possa viver a vida.”
disse Boudreau
No Brasil
O câncer de pulmão, segundo as estimativas 2020, realizadas pelo INCA, é o terceiro mais comum em homens (17.760 casos novos) e o quarto em mulheres no Brasil (12.440 casos novos) – sem contar o câncer de pele não melanoma. É o primeiro em todo o mundo em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. Em mortalidade é o primeiro entre os homens e o segundo entre as mulheres segundo estimativas mundiais de 2020, que apontou incidência de 2,12 milhão de casos novos, sendo 1,35 milhão em homens e 770 mil em mulheres.
A taxa de incidência vem diminuindo desde meados da década de 1980 entre homens e desde meados dos anos 2000 entre as mulheres. Essa diferença deve-se aos padrões de adesão e cessação do tabagismo constatados nos diferentes sexos.
A doença foi responsável por 28.620 mortes em 2020, sendo homens e 12.609 mulheres (2020 – Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM).
No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis.
O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão.
Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco.
O cigarro é, de longe, o mais importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. A taxa de mortalidade de 2011 para 2015 diminuiu 3,8% ao ano em homens e, 2,3% ao ano em mulheres, devido à redução na prevalência do tabagismo.
A taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de 18% (15% para homens e 21% para mulheres). Apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial (câncer localizado), para o qual a taxa de sobrevida de cinco anos é de 56%.
Fonte: Teto adaptado de INCA/nypost/texashealth.
