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Ásia

Um terço do Paquistão está submerso pelas piores inundações da história do país

Maior lago de água doce do país foi invadido pelas autoridades com o intuito de impedir que áreas próximos sejam atingidas pela água das enchentes

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As autoridades paquistanesas invadiram intencionalmente o maior lago de água doce do país no domingo (4), deslocando 100 mil pessoas de suas casas, mas impedindo que áreas próximas mais densamente povoadas sejam atingidas pela água das enchentes.

Os níveis de água no lago Manchar, localizado na província de Sindh, no sudeste do país, atingiram níveis perigosamente altos no fim de semana, levando as autoridades a violar deliberadamente o lago, de acordo com Jamal Mangan, secretário especial de irrigação do Paquistão.

A água liberada do lago fluiu para os distritos próximos de Jaffarabad e Bubak, com o objetivo de poupar cidades e vilas mais populosas em Sindh, incluindo Sehwan, Dadu e Bhan Syedabad, do pior das inundações, segundo Mangan.

Chuvas recordes de monções que atingiram o Paquistão e o derretimento das geleiras nas montanhas do norte do país afetaram 33 milhões de pessoas (15% de sua população), de acordo com funcionários do governo e organizações de ajuda.

Um terço do Paquistão ficou submerso depois das chuvas mais fortes já registradas, de acordo com imagens de satélite da Agência Espacial Européia (ESA).

Algumas áreas, particularmente as províncias do sul de Sindh e Baluchistão, viram cinco vezes seus níveis normais de chuva de monção.

O número de mortes desde meados de junho subiu para 1.305 no domingo, sendo quase um terço das vítimas crianças, de acordo com a Autoridade Nacional de Gerenciamento de Desastres (NDMA) do país.

Três milhões de crianças agora precisam de assistência humanitária urgente em todo o Paquistão devido ao aumento do risco de doenças transmitidas pela água, afogamento e desnutrição, alertou o UNICEF em comunicado na última quarta-feira.

Várias agências internacionais de ajuda começaram a chegar em um Paquistão devastado pelas inundações nesta segunda-feira (5), entregando alimentos, água potável e medicamentos necessários às vítimas do que as Nações Unidas chamaram de “monção com esteróides”.

“Isso não vai acabar em dois meses”. O Dr. Deedar Hussain, do departamento de saúde do Paquistão, disse temer um surto de doenças transmitidas pela água se as águas da enchente não recuarem rápido o suficiente.

“Muitos pacientes nos procuraram. De acordo com nosso cadastro, recebemos 16 mil pacientes (de todo o distrito). A maioria dos pacientes sofre de alergia por causa da água (inundação), e há pacientes que sofrem de diarreia e febre. Há pacientes que sofrem de malária, estamos detectando parasitas neles após realizar o teste”, disse Hussain à Reuters no sábado (3).

Uma família atravessa uma área inundada após fortes chuvas de monção no distrito de Charsadda, em Khyber Pakhtunkhwa, em 29 de agosto de 2022. / Reprodução/Aboul Majeed/AFP/Getty Images

Aurélie Godet, assessora de imprensa da Médicos do Mundo, disse à CNN na última quinta-feira que as águas da enchente levaram tudo.

“Os sobreviventes devem começar do zero. Eles precisam urgentemente de abrigos dignos, alimentos acessíveis, acesso à saúde e a produtos básicos. Mas isso não terminará em dois meses, eles precisam de ajuda de longo prazo”, disse Godet.

Godet disse que as crianças têm vindo às suas clínicas com ferimentos graves nos pés porque não têm sapatos. Segundo a assessora, algumas pessoas não podem pagar seus remédios regulares por causa dos aumentos de preços que também estão tornando os alimentos muito caros, mesmo fora da zona de inundação.

“Nas áreas mais secas, os sobreviventes estão nos dizendo que uma diferença agora para eles são os preços dos alimentos, porque as estradas são inacessíveis. São quatro vezes os preços do mercado. Eles não podem comer”, disse ela.

O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, disse em 30 de agosto que as inundações foram “as piores da história do país” e estimou que a calamidade causou mais de US$ 10 bilhões em danos à infraestrutura, casas e fazendas.

De acordo com a instituição de caridade Action Against Hunger, 27 milhões de pessoas no país não tinham acesso a alimentos suficientes antes das enchentes, e agora o risco de fome generalizada é ainda mais iminente.

Por CNN

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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