A Assembleia Geral das Nações Unidas votou na quinta-feira (07) para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos.
O resultado da votação foi de 93 a favor, 24 contra e 58 abstenções.
Um rascunho da resolução diz que a Assembleia Geral pode “suspender os direitos de participação no Conselho de Direitos Humanos de um membro do Conselho que cometa violações graves e sistemáticas dos direitos humanos”.
O projeto de resolução acrescenta que o conselho tem “grave preocupação” com relatos de “violações e abusos grosseiros e sistemáticos dos direitos humanos” e “violações do direito internacional humanitário” cometidos pela Federação Russa durante a invasão da Ucrânia.
A Assembleia Geral precisava votar a favor de dois terços para remover a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU. A medida suspende a participação da Rússia no Conselho e lançaria uma revisão do assunto se a ONU considerar apropriado.
A embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas defendeu a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos em frente ao Conselho de Segurança da ONU na terça-feira, algo que ela e outros estados membros da ONU vêm pressionando.
“A Rússia não deveria ter uma posição de autoridade em um órgão cujo propósito – cujo propósito mesmo – é promover o respeito pelos direitos humanos. Não é apenas o cúmulo da hipocrisia – é perigoso”, disse a embaixadora Linda Thomas-Greenfield. .
“A cada dia, vemos cada vez mais como a Rússia respeita pouco os direitos humanos”, disse ela.
Em última análise, ela argumentou: “A participação da Rússia no Conselho de Direitos Humanos prejudica a credibilidade do Conselho. Isso mina toda a ONU. E é simplesmente errado”.
O embaixador ucraniano nas Nações Unidas, Sergiy Kyslytsya, antes da votação na quinta-feira, pediu a todos os Estados membros da ONU que apoiem a resolução que suspende a Rússia do conselho.
“Agora o mundo chegou a uma conjuntura crucial. Testemunhamos que nosso transatlântico está passando por uma névoa traiçoeira em direção a icebergs mortais. Pode parecer que deveríamos tê-lo chamado de Titanic em vez de Conselho de Direitos Humanos. … Precisamos tomar uma ação hoje para salvar o conselho do naufrágio”, disse Kyslytsya.
O embaixador ucraniano disse que as ações da Rússia na Ucrânia “seriam equiparadas a crimes de guerra e crimes contra a humanidade”. Embora ele tenha observado que uma votação para suspender um país do Conselho de Direitos Humanos é “uma ação rara e extraordinária”, ele disse que “as ações da Rússia estão além dos limites”.
Em resposta, o vice-embaixador russo nas Nações Unidas, Gennady Kuzmin, pediu aos Estados membros que rejeitem a resolução, dizendo que ela estabeleceria um “precedente perigoso”.
“Hoje não é hora nem lugar para apresentações teatrais, ou esses tipos de performances extremamente teatrais como a apresentada pela Ucrânia. Na verdade, o projeto de resolução que estamos considerando hoje não tem relação com a situação real dos direitos humanos no terreno”, disse Kuzmin.
O representante russo disse que a votação sobre a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos “é uma tentativa dos Estados Unidos de manter sua posição dominante e controle total para continuar sua tentativa de colonialismo de direitos humanos nas relações internacionais”.
Por CNN Internacional
