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Europa

Putin teria fornecido míssil que derrubou o MH17

Equipe de investigação diz ter encontrado "fortes indícios" de que líder russo teria dado aval ao envio de míssil a separatistas pró-Rússia que lutavam no leste da Ucrânia.

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O presidente russo, Vladimir Putin, provavelmente decidiu fornecer o míssil que derrubou o voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia em 2014, mas não há nenhuma perspectiva realista de processá-lo, disse nesta quarta-feira (08/02) uma equipe internacional de investigadores que apura o caso.

Os investigadores concluíram haver “fortes indícios” de que Putin havia pessoalmente aprovado o envio do míssil para separatistas pró-Rússia durante os combates no leste da Ucrânia em 2014. Como prova foram usados telefonemas interceptados.

“Há fortes indícios de que o presidente russo decidiu fornecer o [míssil] Buk TELAR aos separatistas da ‘República Popular de Donetsk'”, disse em uma declaração a equipe conjunta de investigação, formada por representantes de seis países.

A apuração, no entanto, está sendo suspensa porque “todas as pistas foram esgotadas” sobre a queda do avião, que matou todas as 298 pessoas a bordo. As vítimas eram de dez países diferentes, incluindo 196 residentes da Holanda, 43 da Malásia e 38 da Austrália.

Três homens foram condenados

As declarações foram feitas pelos investigadores menos de três meses depois que um tribunal holandês condenou dois russos e um ucraniano a penas de prisão perpétua pela morte dos que estavam a bordo do MH17, em um julgamento realizado à revelia.

As autoridades russas chegaram a adiar a decisão de enviar armas aos separatistas ucranianos porque Putin estava em uma comemoração do Dia D na França em junho de 2014, disseram os investigadores. Eles apresentaram um telefonema interceptado de um assessor russo dizendo que o atraso ocorreu “porque há apenas um que toma uma decisão (…), a pessoa que está atualmente em uma cúpula na França”.

Investigadores apresentaram diálogos telefônicos interceptados entre separatistas e “altos funcionários” russos/Foto: Kenzo TRIBOUILLARD/AFP

Putin beneficia-se da imunidade como chefe de Estado, o que torna impossível qualquer iniciativa para processar o líder russo, disseram os investigadores. Eles acrescentaram que “embora falemos de fortes indícios, o critério rigoroso de provas completas e conclusivas não foi alcançado” em relação a Putin.

A equipe conjunta de investigação tem membros da Holanda, Austrália, Bélgica, Malásia e Ucrânia, os países mais afetados pela queda do Boeing 777.

Rússia nega envolvimento

Os investigadores haviam dito anteriormente que queriam descobrir quem forneceu o míssil BUK e quem estava na cadeia de comando. O míssil possivelmente foi enviado a partir de uma base militar russa na cidade de Kursk – mas eles reconheceram que não era possível chegar a essa conclusão no momento.

“A investigação atingiu agora seu limite, todas as pistas foram esgotadas, portanto a investigação está sendo suspensa”, disse a promotora holandesa Digna van Boetzelaer em uma entrevista coletiva em Haia. “As provas são insuficientes para mais acusações.”

A Rússia rechaçou a condenação judicial pela Holanda ocorrida no ano passado, definindo-a como “escandalosa” e motivada politicamente. E Moscou tem negado de forma consistente qualquer envolvimento na derrubada do MH17.

Os magistrados do julgamento ocorrido no ano passado disseram que o míssil tinha vindo da Rússia e que os homens condenados faziam parte de um grupo separatista controlado por Moscou, mas que eles só tinham ajudado a trazê-lo para a Ucrânia e não tinham puxado o gatilho. 

Em 2019, investigadores divulgaram telefonemas interceptados mostrando o que diziam ser conversas entre separatistas e “altos funcionários” russos, incluindo Vladislav Surkov, um dos principais assessores de Putin.

bl/lf (AFP, dpa)

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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