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Terremoto deixa mais de 11 mil mortos na Turquia e na Síria

Sismo de magnitude 7,8 atingiu região na fronteira entre os dois países. ONU alertou que número de mortos pode chegar a 20 mil.

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Autoridades da Turquia e da Síria informaram nesta quarta-feira (08/02) que já passa de 11 mil o número de mortos pelo terremoto que atingiu na madrugada de segunda uma região de fronteira entre os dois países. Trata-se do terremoto mais mortal a atingir a Turquia desde 1999.

O tremor de magnitude 7,8 na escala Richter sacudiu o sudeste da Turquia e o noroeste da Síria. O governo turco disse que o número de vítimas ultrapassou os 8.500. Do lado sírio da fronteira, o total de mortos já passa de 2.500, segundo autoridades do país citadas pela agência de notícias Reuters. 

Equipes de resgate correm contra o tempo para retirar pessoas dos escombros, e as chances de encontrar sobreviventes diminuem a cada hora. O número de feridos passa de 50 mil, e o de mortos deve continuar a subir.

O abalo ocorreu às 4h17 (horário local) na segunda-feira, e seu epicentro foi próximo à capital da província de Gaziantep, um importante centro industrial no sudeste da Turquia. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o epicentro ocorreu a uma profundidade de 18 quilômetros. O terremoto inicial foi seguido por dezenas de réplicas, incluindo um tremor de magnitude 7,5.

O terremoto inicial, de 7,8 na segunda-feira, também foi sentido na capital turca, Ancara, no Líbano, no Chipre e até na capital egípcia, Cairo. Milhares de edifícios desabaram em uma ampla área de centenas de quilômetros, desde o norte da Síria – palco de uma guerra civil há quase 12 anos –, em cidades como Aleppo, até o sudeste da Turquia, onde foi afetada a maior cidade da região, Diyarbakir. Equipes de regaste buscam por sobreviventes nos escombros.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que o número de mortos deve subir significativamente devido à grande quantidade de prédios danificados, podendo chegar a cerca de 20 mil nos próximos dias.

O representante regional de emergência da OMS para o Mediterrâneo Oriental, Rick Brennan, afirmou que a agência da ONU enviou reforços para sua equipe em Gaziantep e disse que os trabalhos de resgate foram prejudicados pelos tremores secundários.

Sobre a Síria, Brennan afirmou que o terremoto é mais uma tragédia que se soma à crise humanitária que atinge o país, que enfrenta graves problemas econômicos e um surto de cólera. “A convergência de todas essas crises está causando um enorme sofrimento.”

Sob controle do regime sírio, a cidade de Aleppo registrou vários tremores secundários. A DW conseguiu falar por mensagens de WhatsApp com uma moradora de 30 anos que não quis citar o nome por questões de segurança.

“A maioria das pessoas que estão ajudando a retirar as pessoas dos escombros são civis. Grande parte não tem formação para fazer trabalho de resgate. É muito perigoso. A qualquer momento, eles podem ser soterrados”, explicou a testemunha, que disse sentir a terra tremer a toda hora. “Talvez também seja apenas o meu corpo, estou em choque.”

“Precisamos urgentemente de doações de sangue. Já pediram a todo mundo aqui para doar sangue porque o número de feridos aumenta a toda hora”, descreveu. “Pediram para as pessoas aqui em Aleppo para que deixem suas casas, mas quase ninguém saiu. Não sabem para onde ir e também não têm dinheiro para ficar num hotel”, disse.

Trabalhos de resgate

Na Turquia, o governo declarou estado de emergência em dez províncias. As baixas temperaturas e a neve na região, onde também há territórios montanhosos de difícil acesso, dificultam os trabalhos de resgate.

Vídeos publicados nas redes sociais mostraram prédios destruídos em várias cidades do sudeste do país. A emissora estatal RTR mostrou os trabalhos de resgate na província de Osmaniye, que correm contra o tempo em busca de sobreviventes nos escombros.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que estava em contato com as autoridades locais das regiões afetadas para se informar sobre a situação. “Espero que possamos superar esse desastre juntos o mais rápido possível e com o mínimo de danos”, afirmou Erdogan em redes sociais.

Ajuda internacional

Vários países ofereceram ajuda à região afetada. A União Europeia (UE) afirmou que enviará ao menos dez equipes de resgate para a Turquia. O comissário europeu de Gestão de Crises, Janez Lenarcic, disse que Bruxelas ativou o Mecanismo de Proteção Civil do bloco. Equipes da Holanda, Romênia, Croácia, República Tcheca, França, Grécia, Bulgária e Polônia já foram deslocadas para o local atingido.

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, sublinhou que o bloco europeu está “pronto para ajudar” os países afetados após um “devastador” sismo, que “já ceifou a vida de centenas de pessoas e feriu muitas mais”.  

A Alemanha enviou ajuda de emergência e suprimentos de primeiros socorros, incluindo abrigos e estações de tratamento de água. Já os Estados Unidos mobilizaram uma equipe de especialistas em resposta a desastres. Itália e Hungria também ofereceram ajuda. 

Ao todo, pelo menos 45 países ofereceram apoio, entre eles a Índia, China, Rússia, Ucrânia e Israel.

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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