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Ásia

Xi Jinping assume terceiro mandato como presidente da China

Após afastar opositores e colocar aliados nos postos mais altos do regime, líder chinês elimina entraves para se eternizar no cargo, firmando-se como líder mais poderoso do país desde Mao Tsé-tung.

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O Congresso Nacional do Povo da China confirmou nesta sexta-feira (10/02) o terceiro mandato de Xi Jinping na presidência do país, em uma decisão inédita que o torna o líder chinês mais poderoso desde Mao Tsé-tung, o fundador da República Popular da China.

O novo mandato coloca Xi, de 69 anos, em rumo para se manter no poder por um período mais prolongado do que os cinco anos de seu terceiro mandato à frente da presidência, em meio a uma série de desafios econômicos e tensões diplomáticas com o Ocidente.

Em outubro do ano passado, Xi foi reconfirmado como secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista, o que abriu o caminho para sua permanência no cargo. Ele também foi escolhido por unanimidade como o comandante do poderoso Exército chinês, que conta com 2 milhões de soldados.

A eliminação na Constituição dos limites para reeleição do chefe de governo em 2018 gerou especulações de que Xi planejaria se manter no cargo em caráter vitalício. O terceiro mandato significa um rompimento com as tradições políticas chinesas, que previam a troca da chefia de governo a cada dez anos.

Eleito por unanimidade

Quase 3 mil membros do Legislativo chinês votaram por unanimidade pela reeleição de Xi, que era o candidato único. O resultado – 2.952 a favor e zero contra – já era dado como certo. Desde seu primeiro mandato, em 2012, o presidente conseguiu afastar seus rivais das posições de poder e indicar seus apoiadores para o alto escalão do Partido Comunista.

Para presidência do Congresso Nacional do Povo chinês foi eleito Zhao Leji, que integrava o Comitê Permanente do Politburo – o órgão executivo do Partido Comunista. Ele ganhou a confiança de Xi ao liderar o Comitê Central para Inspeções de Disciplina, um órgão que visa combater a corrupção no partido e que contribuiu para afastar os rivais do líder chinês.

Na vice-presidência – cargo amplamente cerimonial –, foi eleito Han Zheng, também membro do Comitê Permanente do Politburo, órgão em que todos os integrantes possuem laços com Xi e com os quais ele pode contar para avançar agendas como a disciplina partidária e o gerenciamento da economia.

Todos os membros do Comitê são homens. O Politburo, como um todo, é formado por 24 membros, sendo que, em toda a sua história, o órgão somente teve quatro mulheres como integrantes, a última delas, nos anos 1990.

Subida de tom contra EUA

Xi, Zhao e Han prestaram juramento à Constituição, em uma cerimônia onde também foram empossados 14 vice-presidentes do Congresso.

O novo mandato consolida a liderança de Xi e seu domínio na política chinesa, na qual praticamente não há oposição à sua agenda nacionalista, que visa fazer com que a China assuma um papel de rival militar, econômico e político dos Estados Unidos e se torne o maior desafio à ordem mundial democrática propalada por Washington.

Nos últimos dias, Xi e o novo ministro chinês do Exterior, Qin Gang, subiram o tom das críticas aos Estados Unidos em meio a tensões envolvendo comércio, tecnologia, direitos humanos, além das questões envolvendo a província semiautônoma de Taiwan e a aproximação entre Pequim e Moscou em meio à guerra na Ucrânia.

Os indicados de Xi vão eleger ou reeleger nos próximos dias as principais posições do gabinete, entre estas, a do novo primeiro-ministro, Li Qiang, o ex-chefe do partido em Xangai. Ele será a segunda maior autoridade do país, encarregada de administrar o gabinete de governo e cuidar da economia.

Li ficou conhecido por ser o responsável pela implementação da política de “covid zero” em Xangai, com a imposição de rígidos lockdowns para conter o coronavírus. Ele se provou leal a Xi depois de lidar com os protestos da população pela falta de alimentos, cuidados médicos e serviços essenciais durante o confinamento imposto a milhões pessoas.

Na abertura do Congresso, o premiê em fim de mandato, Li Keqiang, anunciou planos de reavivar a economia, com uma meta de crescimento de 5% para este ano. No ano passado, a segunda maior economia do planeta cresceu modestos 3%, registrando o segundo nível mais baixo de crescimento desde os anos 1970.

Putin parabeniza Xi

O presidente russo, Vladimir Putin, congratulou Xi nesta sexta-feira e disse estar certo de que ambos poderão avançar suas colaborações nas questões mais importantes em termos regional e internacional. “Estou confiante que, trabalhando juntos, poderemos assegurar a expansão das frutíferas relações sino-russas em várias áreas”, afirmou o líder russo.

Nos últimos meses, Moscou e Pequim vêm declarando intenção de aprofundar as relações bilaterais, paralelamente ao aumento das tensões com Washington.

rc/md (AP, Reuters)

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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