Área colhida de soja no Rio Grande do Sul ultrapassa 50%

A área colhida de soja no Rio Grande do Sul passou de 39% para 50%, e se ampliou o contraste de produtividade entre lavouras e entre regiões, causado pela estiagem. Outros 39% estão maturação, 10% em enchimento de grãos e 1% em floração. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (10/04) pela Emater/RS-Ascar, a ocorrência de chuvas durante o período, apesar de ter diminuído o ritmo da colheita, favoreceu o desenvolvimento das lavouras de ciclo tardio.
Na Metade Oeste do Estado, as precipitações foram mais intensas e promoveram a recomposição da umidade dos solos até níveis de capacidade de campo, mitigando o déficit hídrico. Entretanto, devido à saturação do solo e da massa vegetal, houve suspensão temporária da colheita até que as condições operacionais fossem restabelecidas.
Os rendimentos variam de 180 kg/ha no Extremo Oeste até 6.000 kg/ha no Nordeste do Estado. A produtividade média estadual está estimada em 2.240 kg/ha, mas ainda há possibilidade de redução devido à escassez hídrica registrada em março, que afetou lavouras de todos os ciclos.
Nas regiões mais críticas, a maturação está heterogênea, como reflexo do estresse hídrico durante as fases reprodutivas, associada à umidade elevada após as chuvas, há alta taxa de umidade e de impurezas nos grãos colhidos, além de grãos verdes, ardidos e chochos, o que gera descontos comerciais significativos. Como medida corretiva, observou-se a intensificação do uso de dessecantes químicos para a uniformização da maturação das lavouras e para a mitigação de perdas qualitativas. Paralelamente, prosseguiu o registro oficial de perdas nas instituições financeiras e a emissão de laudos técnicos por peritos habilitados.
Soja
A ocorrência de chuvas durante o período, apesar de ter diminuído o ritmo da colheita, favoreceu o desenvolvimento das lavouras de ciclo tardio. Na Metade Oeste do Estado, as precipitações mais intensas promoveram a recomposição da umidade dos solos até níveis de capacidade de campo, mitigando o déficit hídrico. Entretanto, devido à saturação do solo e da massa vegetal, houve suspensão temporária da colheita até que as condições operacionais fossem restabelecidas.
A área colhida passou de 39% para 50% em todo o Rio Grande do Sul, ampliando o contraste de produtividade entre lavouras e entre regiões, causado pela estiagem. Os rendimentos variam de 180 kg/ha no Extremo Oeste até 6.000 kg/ha no Nordeste do Estado. A produtividade média estadual está estimada em 2.240 kg/ha, mas ainda há possibilidade de redução em função da escassez hídrica registrada em março, que afetou os cultivos em todos os ciclos.
Ainda restam 39% das lavouras em maturação (R7) e 10% em enchimento de grãos (R5), beneficiadas elas chuvas do período, que podem contribuir para a preservação parcial do potencial produtivo.
Região Bagé, na Fronteira Oeste
As chuvas têm limitado o avanço da colheita e acentuado as perdas de produtividade e de qualidade, também se intensifica o uso de dessecantes. As produtividades seguem baixas, variando de 180 a 1.500 kg/ha conforme o impacto climático.
Em Santa Margarida do Sul, a média é de 300 kg/ha. A colheita atinge 45% em Maçambará; 40% em São Borja; 35% em Itacurubi; e 25% em São Gabriel.
Na Campanha, as chuvas volumosas e bem distribuídas favoreceram os cultivos de soja de ciclo médio e tardio implantadas em dezembro e janeiro.
Em Caçapava do Sul, a estiagem intensa antecipou a maturação, e o plantio mais precoce em relação aos demais municípios permitiu o avanço da colheita, que atinge 25% dos 40 mil hectares cultivados.
Região Caxias do Sul
A colheita sofreu interrupções pontuais em razão das chuvas. Em termos de produtividade, nas áreas mais afetadas pela estiagem na Serra, os rendimentosdevem se consolidar abaixo de 1.800 kg/ha. Já em regiões menos impactadas, as produtividades mantêm-se dentro do esperado, superando 3.600 kg/ha, com picos próximos a 6.000 kg/ha em algumas lavouras mais produtivas.
Região Erechim
A colheita alcança 85%, restando 15% em maturação fisiológica (R8).Devido à irregularidade das chuvas, observa-se grande variabilidade nas produtividades mesmo em lavouras próximas, entre 1.200 e 4.200 kg/ha. As comercializações seguem em ritmo lento.
Região de Federico Westphalen
Nessa regiçao 2% das lavouras encontram-se em florescimento e enchimento de grãos, 18% em maturação e 80% colhidas. As precipitações do período foram fundamentais para o desenvolvimento das lavouras tardias e contribuíram para a uniformização da umidade dos grãos nas áreas em maturação.
Região de Ijuí
Na de Ijuí, 75% da área foi colhida. A operação prosseguiu de forma lenta, acompanhando a maturação das lavouras. Porém, a elevada umidade impediu a colheita entre 31/03 e 03/04, exceto no município de Ijuí, onde as precipitações foram reduzidas, permitindo executar a colheita parcialmente nesse período. A produtividade continua em queda em razão da ausência de chuvas no final do ciclo. Os grãos colhidos apresentam peso e tamanho reduzidos.
No Alto Jacuí, em Santa Bárbara do Sul, o Peso de Mil Sementes (PMS) diminuiu para em torno de 60% da média normal da cultura (160 – 180 g). Na Região Celeiro, em Santo Augusto, a produtividade em áreas sem irrigação variou entre 1.500 e 4.200 kg/ha, evidenciando a disparidade hídrica. As lavouras de segundo cultivo iniciam a maturação, mas apresentam potencial produtivo inferior ao esperado.
Região de Passo Fundo
Nessa regiçao 5% dos cultivos estão em maturação fisiológica (estágio R7); 25% maduros e por colher; e 70% colhidos. A produtividade está estimada em 2.552 kg/ha.
Regiçao de Pelotas
As lavouras encontram-se majoritariamente em enchimento de grãos (48%). Apenas 1% ainda em floração; 34%, em maturação; 17%, colhidos.
Região de Santa Maria
As chuvas volumosas na última quinzena minimizaram a estiagem e atenuaram parcialmente as perdas, permitindo que as lavouras tardias completassem seu ciclo em melhores condições de umidade. No entanto, a produtividade apresenta redução estimada em 45% em relação ao potencial inicial de 3.110 kg/ha. Apesar das chuvas, a colheita avançou no período, atingindo 45%.
Região de Santa Rosa
Nessa região 1% das lavouras encontra-se em floração; 11% em enchimento de grãos; 39% em maturação; e 49% colhidas — índice dois pontos percentuais inferior ao registrado no mesmo período de 2024.
As chuvas interromperam temporariamente a colheita, sendo retomada no final da semana, quando foi mais intensa a movimentação de máquinas colhedoras e nas unidades recebedoras de grãos. Houve redução de grãos verdes e avariados nas cargas, melhorando a qualidade do produto, se comparado ao período anterior.
Cargas com menos de 8% de grãos esverdeados não têm gerado descontos, mas produtores de áreas mais afetadas pelo estresse hídrico seguem relatando perdas devido às penalizações na comercialização.
Região de Soledade
Nessa região 3% dos cultivos encontram-se em enchimento de grãos, 51% em maturação e 46% colhidas. As chuvas, na segunda metade do período, interromperam a colheita. As lavouras submetidas à irregularidade hídrica — especialmente entre a segunda quinzena de fevereiro e março — registraram perdas expressivas, independentemente do ciclo das cultivares.
Milho
A colheita evoluiu lentamente em razão da priorização de culturas mais sensíveis à deterioração pós-maturação, como arroz, soja e feijão, alcançando 85% da área cultivada. Estima-se que cerca de 9% das lavouras encontram-se em fase de maturação, permanecendo parte no campo até a retomada da colheita, conforme a disponibilidade operacional dos produtores. Essa estratégia é viável em função da maior resistência do milho, desde que as espigas permaneçam protegidas por palhas íntegras e em condições climáticas favoráveis, que garantam menor risco de fermentação e crescimento de patógenos.
A produtividade média permanece estimada em 6.866 kg/ha, considerada satisfatória. Esse índice se deve especialmente ao desempenho de lavouras precoces, que escaparam aos períodos mais críticos de estresse hídrico. Entre as fases fenológicas remanescentes 1% das lavouras está em floração, e 5% em enchimento de grãos. Essas áreas foram beneficiadas
pelas chuvas generalizadas e de volumes mais expressivos, registrados nas últimas duas semanas, que possibilitaram a recuperação da turgidez vegetal e a retomada do desenvolvimento das espigas, após os efeitos negativos da estiagem em março.
Milho silagem
A ocorrência de chuvas prejudicou a colheita, que evoluiu pouco, mas se manteve no índice de 85%. A atividade reduzida também decorre do escalonamento da semeadura, prática que visa otimizar a utilização de maquinário, evitar a sobreposição com a colheita de grãos e mitigar os riscos climáticos concentrados em períodos específicos.
As lavouras remanescentes foram beneficiadas pela reposição de umidade no período, distribuindo-se nos seguintes estádios fenológicos: 5% em início de maturação, 6% em enchimento de grãos, 3% em floração e 1% ainda em desenvolvimento vegetativo.
A produtividade média está estimada em 36.760 kg/ha, correspondendo à redução de 6,8% da projeção inicial em função da estiagem.