Terms & Conditions

We have Recently updated our Terms and Conditions. Please read and accept the terms and conditions in order to access the site

Current Version: 1

Privacy Policy

We have Recently updated our Privacy Policy. Please read and accept the Privacy Policy in order to access the site

Current Version: 1

Mundo

Número de deslocados internos bate recorde em 2022 no mundo

Crises ambientais, conflitos e violência forçaram 61 milhões de pessoas a buscar um novo local para viver dentro do próprio país. No Brasil, foram mais de 700 mil, um recorde em mais de uma década.

0:00

Uma combinação de crises simultâneas fez com que o número de pessoas forçadas a deixarem suas casas e buscar morada em outro lugar dentro do próprio país atingisse um recorde de 71,1 milhões em 2022, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira (11/05).

O número dos chamados deslocados internos no ano passado é 20% maior do que os do ano anterior, alta motivada especialmente pela guerra na Ucrânia e pelas enchentes no Paquistão.

A grande maioria desses deslocados internos – ou 60,9 milhões de pessoas – entrou nesse grupo no ano passado, e muitos tiveram que se mudar diversas vezes ao longo do ano, segundo o relatório, elaborado pelo Centro de Monitoramento de Deslocados Internos (IDMC), baseado em Genebra, e pelo Conselho de Refugiados da Noruega (NRC), de Oslo.

O número de novos deslocados internos em um ano também é um recorde, e 60% superior aos cerca de 38 milhões de novos deslocados internos em 2021.

Alexandra Bilak, diretora do IDMC, classificou a cifra como “extremamente alta”. “Grande parte do aumento é provocado, é claro, pela guerra na Ucrânia, mas também pelas enchentes no Paquistão, por conflitos novos e contínuos em todo o mundo e por uma série de desastres repentinos e de processo lento que vimos das Américas até o Pacífico”, disse ela à agência de notícias AFP.

Embora o deslocamento interno seja um fenômeno global, quase três quartos dos deslocados internos do mundo vivem hoje em dez países: Síria, Afeganistão, República Democrática do Congo, Ucrânia, Colômbia, Etiópia, Iêmen, Nigéria, Somália e Sudão.

Conflitos e violência

No ano passado, os novos deslocados internos decorrentes de conflitos somaram 28,3 milhões de pessoas, quase o dobro do ano anterior e três vezes mais do que a média anual da última década.

Além dos 17 milhões de deslocados internos na Ucrânia, a África Subsaariana registrou cerca de 16,5 milhões de pessoas nessa situação, mais da metade devido a conflitos, especialmente na República Democrática do Congo e na Etiópia.

O número global de deslocados internos deve aumentar neste ano, impulsionado em parte por novos conflitos, como a violência que assola o Sudão.

Mais de 700 mil sudaneses já tiveram que se deslocar internamente devido aos combates que eclodiram no país em abril, e outros 150 mil fugiram do país, de acordo com números da ONU. “Claramente, é uma situação muito volátil no local”, disse Bilak, ressaltando que os recém-deslocados pelos combates estavam se juntando aos mais de três milhões que já se encontravam nesta condição em todo o Sudão.

Desastres naturais

Mesmo com o aumento relacionados a conflitos, os desastres naturais seguem responsáveis pela maior parte dos novos deslocamentos internos, e foram o motivo de 32,6 milhões desses movimentos em 2022, aumento de 40% em relação ao ano anterior.

Os deslocados por enchentes somaram 19,2 milhões no ano passado, dos quais 8,2 milhões estão apenas no Paquistão – o maior número de deslocados por um mesmo evento registrado na última década. Em agosto passado, cerca de 10% do território do país estava inundado, e o nível da água demorou meses para baixar.

Outras 10 milhões foram deslocadas internamente em todo o mundo por tempestades, e 2,2 milhões por secas.

No Brasil, mais de 700 mil deslocados

O Brasil é o país das Américas com mais deslocamentos internos registrados no ano passado. Segundo o relatório, 708 mil pessoas foram temporariamente deslocadas internamente por desastres naturais e 5.600 por conflitos e violência, um recorde nacional em mais de uma década.

O documento menciona as chuvas em Pernambuco, em maio passado, que causaram enchentes e deslizamento de terra e forçaram mais de 131 mil pessoas a deixarem suas casas. Apenas no município de Jaboatão, o mais atingido, o relatório menciona 100 mil deslocados pelo fenômeno.

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo
X