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Viagem & Turismo

Chile, um país tão longo quanto às memórias de nossa viagem

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Viajar é sempre uma honra para quem tem um espírito desapegado, pois te faz entender que tudo o que você tem é aquilo que você é, junto aos pertences que estão em sua mala. Naqueles dias, os seus bens se resumem a esses, o que provavelmente te levará ao caminho do minimalismo, filosofia de vida que tenho adquirido ao longo da minha vida. Após um longo tempo, mais de um ano e meio, decidi viajar ao Chile com amiga, Aline Fantinel Alves. Antes, o destino havia sido o Egito, em fevereiro de 2022. 

Confesso que, nos dias próximos à viagem, eu estava sentindo um pouco de medo, principalmente na noite anterior à saída, talvez por eu ter estado há um bom tempo sem viajar e ser caseiro, mas muito caseiro, aquele tipo de pessoa que sai de casa apenas para ir ao supermercado e à academia, por vezes, a um café. Contudo, mesmo sentindo algo estranho, eu sabia que necessitava viajar, pois minha mente ansiava por um descanso que não acontecia há mais de um ano.

Assim, partimos em nossa jornada, em busca de novas aventuras, paisagens, sabores e sensações. Deduro-me aqui, pois eu não tinha grandes expectativas em relação ao Chile. Em Santiago, pousamos de madrugada, próximo do amanhecer. Quando saímos do aeroporto rumo ao hotel, já podíamos avistar as belíssimas montanhas que, imponentemente, postam-se nos arredores da capital chilena. A câmera do celular já estava apontada a elas com o desejo de registrar aquele momento.

Chegamos ao hotel, tomamos um banho e partimos em uma caminhada pelas ruas da cidade. Neste primeiro dia, sem nos preocuparmos com roteiro, pois apenas queríamos bater perna e explorar sentindo aquele frio delicioso que tocava nossa pele trazendo à memória as viagens empreendidas pela Europa. À primeira vista, gostamos de nossas aventuras iniciais, mesmo que, após algumas horas de caminhada, tenhamos parado em um bairro residencial sem muitos atrativos.

Nosso próximo dia, sem ter muita noção das espetaculares paisagens que apreciaríamos, seguimos cedinho para o Vale Nevado. Ao começar a subir as montanhas, por meio de suas intermináveis curvas, pouco a pouco, as paisagens iam se tornando cada vez mais exuberantes e mal sabia eu, que estava seguindo rumo às mais lindas paisagens nevadas que meus olhos verdes já haviam visto. Quanto mais no topo, mais neve, até o momento em que tudo era branco. Lá no alto, a mais de 3 mil metros acima do nível do mar, divertimo-nos como crianças e tiramos algumas das mais belas fotos da minha vida. Eu simplesmente me encantei em ver o vale do topo da montanha.

No dia seguinte, seguimos explorando Santiago, com destino ao Shopping Costanera Center, seu mirante e o centro badalado da cidade. O shopping é gigantemente lotado de pessoas propiciando uma das mais belas vistas do topo da Gran Torre Santiago, mais conhecida como Sky Costanera. Dos 300 metros de altura, podíamos avistar 360 graus com as belíssimas cordilheiras ao fundo. Intencionalmente, subimos no fim do dia para assistir ao pôr do sol, uma das minhas atividades preferidas quando viajo. Ansiosamente, centenas de pessoas aguardavam a hora dourada, embalada por uma balada eletrônica. Um momento inesquecível, certamente. 

Nosso próximo dia, levou-nos à costa chilena, mas precisamente a Viña del Mar e Valparaíso. A primeira, lembra-me de algumas cidades brasileiras nordestinas, onde há casas antigas com ruas estreitas e íngremes, coloridas e muitas vezes, com vistas ao mar. Foi um dia muito agradável em que, pela primeira vez, eu vi leões-marinhos imensos e consideravelmente assustadores. Um dia agradável com passeio na baía e com um prato tradicional costeiro, filé de atum. 

De volta a Santiago, em nosso penúltimo dia, subimos ao Cerro San Cristóbal, do qual avistamos Santiago de uma forma ainda mais bonita. Todo o centro e ao fundo, as cordilheiras. Difícil dizer se a vista é mais bonita do que a do Vale Nevado, mas certamente não é menos. Era um lugar, onde eu sentia vontade de ficar observando por horas e onde eu mais me conectei comigo mesmo, sentindo uma leve brisa fresca que batia no meu rosto, trazendo-me tantos momentos felizes da minha vida. Talvez, tenha sido o momento que mais me marcou na viagem.

Por fim, em nosso último dia, fomos a um passeio guiado pelo centro histórico, onde construções antigas erigidas em uma imponente arquitetura, fizeram-me confundir com a cidade de Lima, capital do Peru, onde eu estivera anos antes. Seguindo nossa guia e ouvindo suas histórias, chegou o momento em que nos distraímos e nos perdemos do grupo. Essa foi boa! Não os encontramos mais, contudo, encontramos uma maneira de aproveitar os últimos minutos. Ali, provei o tradicional cachorro-quente chileno que leva pão, tomate, pasta de abacate, salsicha e maionese. Simplesmente delicioso.

Nossa viagem foi muito divertida. Do pisco chileno, passando pelo peruano, chegando ao salmão e atum, provando o cachorro-quente e bebendo um incomparável café no Juan Valdez, experimentamos o básico do país. Dessa viagem, lindas memórias se formaram que, certamente, serão levadas por muito anos até que comecem a ficar borradas exigindo uma nova visita ao belíssimo Chile. Mais uma vez, mais uma viagem, mais histórias e aventuras apenas reforçam que viagem é, de longe, um dos melhores investimentos da vida, pois rendem as mais belas e reconfortantes memórias, sem mencionar o conhecimento de mundo adquirido. 

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Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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