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Datas Especiais

A cena LGBTQIA+ na cidade de Erechim neste 17 de maio

Hoje, 17 de maio, é o Dia Internacional contra a Homofobia.

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Hoje, 17 de maio, é o Dia Internacional contra a Homofobia. A data foi crida em 1990, dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou o “homossexualismo” da sua lista de enfermidades. O sufixo “ismo” significa doença no campo da medicina e logicamente é considerado altamente preconceituoso e discriminatório utilizar este termo. Antes desta mudança de nomenclatura, a homossexualidade (nomenclatura atual) estava no mesmo patamar de transtornos como a pedofilia. O sufixo “dade” significa comportamento.

Nos últimos anos, a cena LGBTQIA+ tem obtido importantes conquistas a nível mundial e inclusive, no cenário nacional. Algumas das mais importantes são o nome social para pessoas trans, a criminalização da homofobia e proibição discriminação de doadores de sangue por orientação sexual, no contexto nacional. Tais medidas visam diminuir a dificuldade desta parcela da população ao acesso a serviços públicos, direitos e obviamente, reduzir o preconceito que sofrem no dia a dia.

Em celebração a esta data, o portal de notícias Roda de Cuia, conversou com Tiago Peppes de Oliveira, psicólogo e membro fundador do grupo Contraste Coletivo LGBT e também membro do grupo Erechim Diversidade. Ele nos falou sobre a questão LGBTQIA+ na cidade.

Roda de Cuia: A cena LGBTQIA+ está mais inclusa na sociedade erexinense atualmente?

Thiago de Oliveira: Acredito que a palavra seria visibilidade, uma vez que sempre estamos inclusos e circulando em vários espaços. Erechim sendo uma cidade culturalmente conservadora, ainda está aprendendo a conviver com a diversidade. Embora seja nos espaços de ensino como as escolas e universidades, onde essas diversidades se encontram, muitas das vezes foram espaços opressores e vitimizadores, por isso seria importante repensar essa “cena”. Quanto a espaços de lazer, Erechim possui alguns estabelecimentos que nos acolhem e nos recebem bem, porém gostaríamos de transitar por todos os espaços sem que nossa identidade, expressão e orientação cause certo estranhamento. Importante falar que a “cena” deveria acolher a todes, Homens, Mulheres, Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queers, Interssexos, Assexuais, Drag Queens e qualquer expressão de gênero e sexual que exista entre nós.

Roda de Cuia: O que ainda falta para Erechim ser uma cidade mais inclusiva?

Thiago de Oliveira: Erechim e seus governantes precisam pensar na população LGBTQIA + com um olhar mais empático e acolhedor uma vez que essa população, mesmo que chamada de minoria, é usuária de todas as políticas públicas existentes no município como saúde, educação, assistência social, habitação… Com esse olhar, jovens e cidadãos erechinenses conseguiriam manter sua dignidade humana, sendo atendidos com respeito quando forem até uma Unidade Básica de Saúde – UBS procurando por atendimento e não serem alvos de risos e comentários ao ser chamado pelo seu nome; quando necessitarem de auxílio de um Centro de Referência de Assistência Social – CRAS e que reconheçam suas demandas sem discriminação; quando chegam até o Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS pois sofreram algum tipo de violência; quando necessitarem pensar em outra moradia, já que alguns são expulsos de casa pelos familiares e são marginalizados por isso; quando o professor inclui o nome que o(a) estudante gostaria de ser chamado(a) na chamada da turma e durante a aula… São tantas questões que poderia citar aqui para elucidar.

Roda de Cuia: Como você acredita que a inserção desse grupo pode ser feita na sociedade erexinense?

Thiago de Oliveira: O primeiro passo é permitir-se pensar e olhar para a população LGBTQIA+ sem estranheza e incômodos e sim com olhar acolhedor e recíproco a entender as nossas demandas. Deixo aqui os parabéns para os espaços e profissionais de Erechim que conseguem ter esse olhar e acolhimento.

Roda de Cuia: Como estão as políticas sociais para os LGBTQIA+ em nossa cidade?

Thiago de Oliveira: Estamos em tempos novamente repressores devido o contexto político atual onde o ato de se manifestar pode ser perigoso, mas enquanto militantes não vamos deixar de lutar por políticas públicas justas para toda a população, principalmete a LGBTQIA+. Gostaríamos de uma Erechim mais acolhedora, que seja condizente com seu título de “capital da amizade”. Para isso perceber as nossas demandas é essencial, desde atender e entender os casos de violência e homofobia, facilitar o acesso aos serviços públicos sem preconceito ou discriminação, otimizar oportunidades de emprego e plano de carreira… Tudo isso e o que mencionei nas questões anteriores contribui para a construção de uma sociedade mais igualitária e humana.

Roda de Cuia: Qual é a importância desta data para os LGBTQIA+?

Thiago de Oliveira: Essa data, 17 de maio, é uma das datas importantes para o movimento LGBTQIA+ pois neste dia no ano de 1990, a OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou a homossexualidade do seu hall de psicopatologias, o CID (Código Internacional de Doenças). O que ganhamos com isso? Ganhamos a liberdade, pois imaginem quantas pessoas passaram a sua vida sendo rotuladas como doentes mentais e perderam sua dignidade por serem quem são e por apenas amarem. Muitas pessoas foram torturadas, presas e mortas por não serem compreendidas enquanto sujeitos e sujeitas ao longo da nossa história. Hoje usamos um termo muito significativo pra falar sobre amor entre iguais que é HOMOAFETIVIDADE.

Roda de Cuia: Conte-nos um pouco sobre o grupo Contraste.

Thiago de Oliveira: Nos anos 2012 e 2013, algumas pessoas reuniram-se para discutir casos de violência contra a população LGBT na cidade e com a chegada da universidade federal na região, então muitos jovens começaram a vir para Erechim o que contribuiu para a diversidade se tornar visível na cidade. Os primeiros encontros do grupo ocorreram na área verde do Seminário de Fátima, onde na época também funcionava a universidade, daí a origem do nome CONTRASTE. Naquela época, na região, já existiam outros grupos e coletivos que discutiam as questões envolvendo gays, lésbicas, travestis e transsexuais, desde o direito de ir e vir, oportunidades de emprego e estudo, manifestações artísticas e culturais e casos de violência de gênero e homofóbicas. O Contraste é um grupo de apoio e de encontro. Em 2018 surgiu o grupo EREXIM DIVERSIDADE que se reunia para falar sobre Diversidade e Políticas Públicas. Menciono aqui a vereadora Sandra Picolli que desde o início acolheu as nossas demandas, pelas quais conseguimos instituir o dia 21 de maio no calendário oficial do município como Dia Municipal de Conscientização pelo Respeito às Diversidades. Neste dia, foram realizadas algumas atividades, palestras e lives, devido ao período de pandemia, para falar sobre o tema diversidade, incluindo a diversidade sexual e de gênero.

Para quem quiser saber das atividades realizadas pelos grupos, Thiago sugere acessar as páginas no Facebook Diversidade Erexim e Contraste – Coletivo LGBT e entrar em contato.

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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