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Saúde

Entrevista: Saiba mais sobre a Artrite Reumatóide, doença crônica que pode surgir no seu caminho

A Artrite Reumatoide acomete cerca de 1% da população em qualquer faixa etária, desde crianças até idosos, explica a Dra Árien Oldoni

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Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações. A causa é desconhecida e acomete as mulheres duas vezes mais do que os homens. Inicia-se geralmente entre 30 e 40 anos e sua incidência aumenta com a idade.

A Artrite Reumatóide é uma doença crônica, ou seja, aquela que permanece com a pessoa ao longo de sua vida, não tem cura, mas é amenizada pelo acompanhamento e tratamento médico.

Conforme explica a Dra Árien Oldoni, especialista no assunto a Artrite Reumatoide é uma doença crônica, inflamatória, cuja principal característica é a inflamação das articulações (juntas), embora outros órgãos também possam estar comprometidos. Ela é uma doença autoimune, ou seja, é uma patologia em que o sistema imunológico, que normalmente defende o nosso corpo de infecções (vírus e bactérias), passa a atacar o próprio organismo (no caso, o tecido que envolve as articulações, conhecido como sinóvia). A inflamação persistente das articulações, se não tratada de forma adequada, pode levar à destruição das articulações, ocasionando deformidades permanentes e limitações para o trabalho e para as atividades da vida diária.

Segundo a doutora, o surgimento da doença decorre de diferentes fatores, podendo ser de forma genética.

Os vários fatores incluem predisposição genética, exposição a fatores ambientais – como tabagismo e exposição à sílica -, fatores hormonais e possivelmente infecções. A causa mais importante é a tendência genética, e acredita-se que alguns genes possam interagir com os outros fatores causais da doença. No entanto, se sabe que alguns pacientes com a doença não apresentam estes genes e a presença destes genes não significa que a doença irá sempre aparecer.

Para diagnosticar a doença, o médico especialista analisa diferentes sinais e sintomas por meio de critérios clínicos, laboratoriais e de exames de imagem. A Dra Árien os explica mais detalhadamente.

– Critérios clínicos como a artrite (vista pelo médico no exame físico do paciente) – dor, inchaço, vermelhidão e calor nas articulações, principalmente em mãos, punhos e pés com envolvendo geralmente mais de 10 articulações. Os pacientes apresentam rigidez para movimentar as articulações, principalmente pela manhã e que pode durar horas até melhorar.

– Critérios laboratoriais temos o aumento de provas inflamatórias (como a velocidade de hemossedimentação e a proteína C reativa) e exames mais específicos como o fator reumatoide e o anticorpo anticitrulinado (anti-CCP).

– Exames de imagem nos auxiliam mostrando o derrame articular, as erosões e as deformidades articulares, sendo o Raio X articular o exame mais solicitado nessa investigação.

Não existe uma fórmula para evitar a doença, mas há algumas atitudes que podemos tomar para dificultar o surgimento dela, como explica a doutora.

De modo geral, as doenças autoimunes são multifatoriais, não tendo apenas um fator como desencadeante da doença. Fatores como ter uma alimentação saudável, praticar atividade física regular, não ingerir bebidas alcoólicas, perda de peso em indivíduos obesos e não fumar são fatores que podem prevenir o aparecimento da artrite reumatoide e outras doenças autoimunes, especialmente quem tem pessoas na família com histórico da doença.

Imagem: Pixabay

O acesso aos medicamentos é feito por meio do SUS e por meio dos planos de saúde, rotulados pela Agência Nacional de Saúde (ANS).

Os medicamentos que controlam a doença são os que regulam a autoimunidade exagerada desses pacientes, diminuindo a inflamação e suas consequências para as articulações e outros órgãos. São da classe dos imunossupressores que atuam regulando do sistema imune. Na reumatologia são chamados de medicamentos antirreumáticos modificadores e controladores da doença.

No SUS, existe um protocolo clínico de tratamento para a artrite reumatoide que contempla os principais tratamentos da doença e, nos convênios, o Rol da ANS contempla também estas medicações.

A evolução da medicina, por meio de tecnologias que permitem diagnósticos mais precisos, remédios mais eficientes, conseguindo amenizar o sofrimento das pessoas com doenças crônicas como a artrite reumatoide, permite que elas possam ter uma vida melhor.

Os avanços nos conhecimentos médicos nas áreas da imunologia e biologia molecular permitiram o melhor entendimento das causas dos danos ocasionados pela AR, possibilitando modernas estratégias diagnósticas e de tratamento com medicamentos mais eficazes, com menos efeitos indesejáveis e capaz de induzir até o desaparecimento dos sinais e sintomas da doença por muitos anos. Os tratamentos mais modernos, chamados de imunobiológicos, são capazes de induzir a remissão (ausência de atividade inflamatória) da doença mesmo nos casos em que os tratamentos tradicionais falham.

O diagnóstico na fase inicial e o imediato uso do tratamento adequado são determinantes para evitar o dano permanente da articulação. Não existe nada conhecido que faça desaparecer a doença, mas a Artrite Reumatoide pode ser bem controlada e ter seus sintomas resolvidos quando se atinge a remissão da doença.

Apesar de todas as dificuldades que a doença traz à vida cotidiana, o avanço da medicina, como citado anteriormente, busca, cada vez mais, proporcionar uma vida mais feliz àqueles que convivem com doenças crônicas, lago que, normalmente, exige que a pessoa desenvolva novos hábitos mudando sua rotina para se adaptar a uma nova maneira de viver.

A Dra Árien dá algumas dicas de como uma pessoa pode ter uma vida normal convivendo com a doença.

– Atenção especial às imunizações, já que esses pacientes apresentam desregulação do sistema imune e são mais propensos a infecções oportunistas – porém sempre com indicação do médico reumatologista pois existem algumas ressalvas que devemos levar em consideração, como os medicamentos em uso, tipo de vacina e a atividade da doença.

– Praticar exercícios físicos: os exercícios ajudam a corrigir e prevenir a perda ou a limitação do movimento articular, a atrofia e a fraqueza muscular e a instabilidade das articulações.

– Dormir bem:  o sistema imunológico sofre influência do ciclo sono entrando em equilíbrio diminuindo fatores como estresse, gripes, resfriados ou alterações na pressão arterial.

– Controlar o peso: além de causar uma sobrecarga mecânica nas articulações, o indivíduo obeso apresenta níveis de inflamação mais elevados e aumento do risco de comorbidades como hipertensão arterial e dislipidemia, que já são elevados nos pacientes com artrite.

– Não fumar: o fumo aumenta os níveis de inflamação no sangue, piorando a atividade de doença e também influencia no tratamento já que ele diminui a eficácia das medicações utilizadas.

– Seguir corretamente o tratamento proposto pelo reumatologista assistente: além de controlar os sintomas do paciente, o tratamento previne a evolução da doença, e consequente destruição articular.

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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