Se você sobreviveu é porque está no dia seguinte! Mas como viver o dia seguinte, se no anterior você perdeu algo ou alguém que lhe era caro?
Difícil né? Não, não é difícil, é horrível!
A impressão que se tem é que o mundo deveria ter parado ali, no exato instante da perda porque nada mais importa a partir daquele momento! O mundo tinha que ter parado para chorar sua dor, para viver o seu luto, mas não, a vida continua! A sirene chama os funcionários para a empresa, os urbanos transportam trabalhadores, as vãs levam alunos e os transeuntes seguem nas ruas, carregando suas dores no corpo e o luto na alma! A vida segue e…você tão morto quanto vivo segue… segue com uma sensação de vazio, de antigravidade, de vagar no espaço sem barra pra se firmar, de cinza, de ausência total de cores. Até curar a dor, o mundo será insípido, inodoro e incolor !!
As perdas são as mais variadas…a perda por morte, a perda de uma partida, de um filho (a), de um pai ou mãe, alguém que você ama, do seu amor, a perda de um cargo, de uma possibilidade, de uma amizade, enfim, guardadas as proporções, a perda por vezes faz você perder-se a si mesmo!
Mas tem o dia seguinte…como encarar o dia seguinte? Afinal a sua história ainda tem o seu próprio desenrolar, embora a permanência seja social, a vinda e a ida do ser são um ato solitário.
Há de se reconstruir das cinzas, reinventar-se…para dar o devido desfecho da sua narrativa de vida! Tudo tem um propósito e não sabemos quais são os planos do Senhor, que por muitas vezes não são os seus! Já, já se tem a certeza de que as coisas são o que tem que ser… que dizer, demora um pouco!
C'est la vie!
Texto de inteira responsabilidade de Angela Trierveiler
