A companhia aérea nacional do Iêmen operou nesta segunda-feira (16), seu primeiro voo comercial da capital Sanaa desde 2016, aumentando as esperanças de que uma trégua mediada pela ONU possa ser um trampolim para uma paz duradoura que possa melhorar a vida dos desesperados iemenitas.
Dezenas de iemenitas, incluindo pacientes que esperaram anos por tratamento médico, passaram por verificações de segurança no terminal do aeroporto, que está deserto desde 2015, animados e aliviados com a perspectiva de poder viajar.
“Esperamos por esta viagem por três anos. Por causa do estado de saúde de meu pai, não pudemos levá-lo por terra para Aden. Louvado seja Deus, o alívio chegou”, disse Ismail al-Wazan antes de embarcar em um voo para Amã, com seu pai em uma cadeira de rodas.
Quando o primeiro voo da Yemenia aterrissou vazio em Sanaa vindo de Aden, onde a transportadora operava com relativa normalidade, canhões de água pulverizaram a pista para comemorar o marco. O voo seguiu para a capital jordaniana com os passageiros.
O conflito de sete anos colocou uma coalizão liderada pela Arábia Saudita contra os houthis alinhados ao Irã e colocou a segurança do Oriente Médio em perigo.
A coalizão, que controla o espaço aéreo e os mares do Iêmen, interveio na guerra civil em 2015, depois que os houthis derrubaram o governo internacionalmente reconhecido no ano anterior.
A trégua de dois meses entrou em vigor em 2 de abril e foi mantida em grande parte, mas a retomada de voos selecionados acordados sob o acordo foi interrompida depois que o governo apoiado pela Arábia Saudita insistiu que todos os passageiros de Sanaa precisam de passaportes emitidos pelo governo.
Enfrentando pressão da comunidade internacional, concordou na semana passada em permitir que portadores de passaportes emitidos por Houthi viajassem para fora do Iêmen.
As Nações Unidas estão buscando a extensão da trégua nacional, o primeiro cessar-fogo inclusivo na guerra desde 2016, para abrir caminho para negociações mais amplas para encerrar o conflito que matou dezenas de milhares e causou uma crise humanitária.
A trégua incluiu a suspensão das operações militares ofensivas, permitindo a importação de combustível para os portos controlados pelos houthis e alguns voos de Sanaa. Os voos facilitarão negociações separadas sobre a reabertura de estradas na região altamente disputada de Taiz.
As Nações Unidas e os Estados Unidos saudaram a reabertura do aeroporto de Sanaa.
“O Iêmen hoje está testemunhando seu período mais calmo desde o início da guerra, e esses voos são um passo importante para melhorar ainda mais a vida e as oportunidades do povo iemenita”, disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O Conselho Norueguês para Refugiados, que atua em operações humanitárias no Iêmen, disse que o primeiro voo comercial de Sanaa foi “um trampolim” para uma paz duradoura para o Iêmen.
Por Reuters
