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Morre cantor Tony Bennett aos 96 anos

De garçom-cantor em restaurantes de Queens a 70 álbuns, inumeras colaborações e mais de 20 Grammys, com a morte do ítalo-americano Tony Bennett encerra-se uma era gloriosa da canção popular e jazz.

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Ícone da canção americana, do jazz ao easy listening, morreu Tony Bennet nesta sexta-feira (21/07) em Nova York, aos 96 anos. Não foi divulgada a causa da morte, mas sete anos atrás ele fora diagnosticado com mal de Alzheimer. Em 2021, tuitou: “A vida é um presente – mesmo com Alzheimer.”

Nascido em 3 de agosto de 1926, no condado nova-iorquino de Queens, o filho de imigrantes italianos Anthony Dominick Benedetto cresceu escutando tanto Judy Garland, Al Jolson e Bing Crosby, quanto instrumentistas de jazz como Louis Armstrong e Joe Venuti.

Aos dez anos, já cantava em público, aos 13 ganhava dinheiro como garçom-cantor em restaurantes italianos. Depois de servir o Exército, terminada a Segunda Guerra Mundial foi estudar a técnica do bel canto, o que contribuiria para manter sua voz em forma por muitas décadas.

Numa abordagem pouco usual, paralelamente observava e procurava imitar o estilo e fraseado de jazzistas como o saxofonista Stan Getz e o pianista Art Tatum. A atriz e cantora Pearl Bailey reconheceu seu talento, convidando-o em 1949 para abrir seus shows.

Após um deles, o comediante Bob Hope ficou tão impressionado com a voz do ítalo-americano, que o convidou para se apresentar a seu lado. E foi quem sugeriu o nome artístico: “[Hope] pensou por um momento, aí disse: ‘Vamos te chamar Tony Bennett'”, contaria o cantor em sua autobiografia The good life, de 1998.

Jazz, overdose, triunfo na virada do milênio

Em 1950, Bennett assinou contrato com a Columbia Records. Como crooner de melodias pop comerciais, emplacou os sucessos Because of youBlue velvet e Stranger in paradise, entre outros.

Mas a partir de meados da década de 50 o cantor se orientava cada vez mais na direção do jazz. Seu primeiro long-play foi Cloud 7, em 1955. Mais tarde, gravaria ao lado de Herbie Mann, Nat Adderley, Art Blakey e a orquestra do Count Basie, entre outras celebridades jazzísticas.

Em 1962 tornou-se o primeiro vocalista popular masculino a se apresentar no Carnegie Hall (um ano antes, Judy Garland fora a primeira mulher). Data do mesmo ano uma de suas interpretações mais famosas: a canção I left my heart in San Francisco, escrita uma década antes, originalmente para um cantor de ópera.

Numa época em que o “jazz brasileiro” estava em todas as bocas, era inevitável Bennett se deixar seduzir pela bossa nova. Começando no álbum I wanna be around…, de 1963, interpretou evergreens de Tom Jobim como CorcovadoSamba do aviãoSamba de Orfeu e Insensatez – naturalmente em versão inglesa.

A partir de 1965, era grande a pressão da Columbia para que seus artistas lançassem material “contemporâneo” – ou seja, produzissem covers dos sucessos do momento. Bennett resistiu o quanto pôde, chegando a ficar fisicamente doente após gravar Tony sings the great hits of today!, em 1970.

Em resposta, primeiro passou para a Verve, a divisão de jazz MGM Records, e em 1975 fundou sua própria gravadora, a Improv. Apesar de lançar dois álbuns de jazz altamente conceituados, ao lado do pianista Bill Evans, dois anos mais tarde a companhia falia.

Sem gravadora nem muitas possibilidades de concertos fora de Las Vegas, Bennett sucumbiu à dependência de narcóticos. Sua recuperação só começaria depois de uma overdose de cocaína quase fatal, em 1979.

Frank Sinatra certa vez definiu o antigo garçom-cantor como “o melhor do business“. Vindo de uma era em que as big bands definiam a música pop americana, Bennett soube conquistar as plateias jovens do fim do milênio, em aventuras musicais celebradas em programas de TV e no álbum ao vivo Tony Bennett: MTV unplugged, de 1994.

À medida que a idade avançava, suas colaborações também se tornaram mais diversificadas, incluindo Aretha Franklin, Barbra Streisand, Stevie Wonder Paul McCartney e o vocalista do U2 Bono. Ao longo de sua venerável carreira, Tony Bennett lançou mais de 70 álbuns – o último Love for sale, em 2022, ao lado de Lady Gaga – e conquistou mais de 20 prêmios Grammy, inclusive pelo conjunto de sua obra.

av (ots)

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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