Terms & Conditions

We have Recently updated our Terms and Conditions. Please read and accept the terms and conditions in order to access the site

Current Version: 1

Privacy Policy

We have Recently updated our Privacy Policy. Please read and accept the Privacy Policy in order to access the site

Current Version: 1

Datas Especiais

Dia Nacional da Doação de Órgãos: conscientizar sobre o tema é preciso

0:00

Através da Lei nº 11.584 de 2007, foi instaurado o “Dia Nacional de Doação de Órgãos”, que acontece hoje, 27, e busca promover a conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos e tecidos no Brasil, que possui na atualidade o maior programa público de transplantes do mundo.

O objetivo do Dia Nacional da Doação de Órgãos é conscientizar a sociedade sobre o tema, pautar a discussão entre familiares e amigos sobre doar e ser um doador. Falar sobre a morte muitas vezes é incomodo, mas campanhas como o Setembro Verde, reforçam a importância da iniciativa de se tornar um doador – e salvar vidas.

O processo para doação de órgãos possui várias etapas. Desde a captação até o implante do órgão em pacientes listados para recebê-lo. A partir da doação, ocorre uma listagem dos pacientes inscritos no Sistema Nacional de Transplante que, de acordo com a compatibilidade, receberão o órgão doado.

Segundo os dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), entre janeiro e junho deste ano houve cerca de 10.377 doações no país. De acordo com os dados mais recentes da Central de Transplantes do Estado, de janeiro a agosto de 2021, foram realizados 253 procedimentos no Rio Grande do Sul, em comparação com os 392 do mesmo período do ano passado, o que representa uma queda de 35%. 

Os números precisam melhorar. E uma forma de fazê-lo é transpassar a resistência que muitas pessoas possuem em se declarar doador. E das famílias de levar a cabo a vontade do doador. Principalmente em casos de morte encefálica, tipo de óbito caracterizado pela completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro. Deve-se sublinhar, neste sentido, que o diagnóstico da morte encefálica segue os padrões rigorosos definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFC) através da Resolução n° 1480/97.

Outro ponto importante é que o diagnóstico para saber se o paciente necessita de uma doação de órgãos depende da avaliação de um médico especialista que considera o histórico e a condição de saúde do receptor e a partir disso traça a melhor terapia para o caso em particular.

Conforme dados da SESRS, no estado, até 17/09/2021, os receptores em lista de espera de órgãos se apresentavam assim:  coração (17), córnea (696), fígado (149), pulmão (103), rim (1.111), pâncreas (1), pâncreas + rim (2), e fígado + rim (6).   

Um ato de Amor e Esperança

O Roda de Cuia convidou Mirian Sbardeloto, enfermeira responsável pela Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOOTT) do Hospital de Caridade de Erechim, a falar sobre o Dia Nacional de Doação de Órgãos e do ato de doar.

Captação de órgãos realizada no Hospital de Caridade de Erechim. (foto: HCE)

Sobre a importância da doação de órgãos, Mirian compreende como um ato de vontade, de amor e esperança. “A doação de órgãos é um ato pelo qual manifestamos a vontade de doar uma ou mais partes do nosso corpo, afim de corroborar no tratamento de outras pessoas. A doação é um ato de amor, uma forma de salvar mais vidas, uma esperança, um recomeço para quem está na fila de espera de transplantes. É um ato de amor ao próximo”, disse Mirian.

Como o doador e a família podem proceder para doar os órgãos? Mirian esclarece que “primeiramente é necessário avisar sua família sobre o desejo de ser doador de órgãos e/ou tecidos, deixar claro ainda em vida sobre este desejo; pois é a família quem autorizará a doação, após a confirmação da Morte Encefálica em caso de doador falecido”.

E nos casos de doador vivo? Mirian diz que, “nestes casos, é qualquer pessoa juridicamente capaz, desde que atendidos os preceitos legais quanto à doação intervivos, que tenha sido submetido a rigorosa investigação clínica, laboratorial e de imagem, e esteja em condições satisfatórias de saúde, possibilitando que a doação seja realizada dentro de um limite de risco aceitável. O doador vivo, pode doar alguns órgãos, como por exemplo um dos rins, ou parte de fígado, pulmão ou medula óssea”.

E quais os critérios técnicos considerados para ser um doador e receptor de órgãos?

Mirian explica que os critérios para ser um doador de órgãos devem levam em conta os seguintes passos: “Após o possível doador estar no ambiente hospitalar, este passará por avaliações médicas por médicos diferentes, exames de imagens e clínicos que constataram a Morte Encefálica e após a autorização da família será procedida com os procedimentos legais para a realização da doação”.

“Quanto ao receptor de órgãos, é necessário estar na lista de espera, esta consta através de um Sistema, chamado Sistema de Lista Única, o qual é constituído pelo conjunto de potenciais receptores brasileiros, natos ou naturalizados, ou estrangeiros residentes no país. É regulado por um conjunto de critérios específicos para a distribuição destas partes aos potenciais receptores, assim constituindo o Cadastro Técnico Único”, esclarece a enfermeira.

Equipe CIHDOTT do Hospital de Caridade de Erechim realizando campanha de conscientização sobre a doação de órgãos. (foto: HCE)

Mirian ainda enfatiza outro importante ponto: a chamada “fila única”.

“É importante que as pessoas saibam como funciona a chamada “fila única”. A cada vez que surge um doador a Central Nacional de Transplantes é informada e processa a seleção dos possíveis receptores para os vários órgãos. Esta seleção leva em conta o tempo de espera para o transplante, o grupo sanguíneo, o peso e altura do doador, com nuances próprias para cada órgão. Além disso, é preciso levar em conta alguns exames feitos no doador para ver se ele é portador de infecções, como por exemplo, as hepatites por vírus B ou C. Caso um desses exames seja positivo as equipes não aceitam os órgãos para transplantar receptores negativos para a tal infecção, pois isto representa um risco de contaminar o receptor com uma doença que colocará em risco sua saúde. Nesses casos algumas equipes aceitam os órgãos para transplantá-los em receptores que tenham a mesma infecção e estes podem não ser os primeiros da ‘fila’”, sublinha.

“Outras vezes o receptor que foi selecionado em primeiro lugar pode não estar momentaneamente em condições clínicas de receber um transplante”, finaliza Mirian Sbardeloto.

Programa Doar é Legal

A iniciativa do Poder Judiciário Gaúcho estimula a doação de órgãos e se alia à Secretaria da Saúde do RS na busca pela diminuição da lista de receptores a espera de órgãos ou tecidos.

O Juiz do Rio Grande do Sul e idealizador do projeto, Carlos Eduardo Richinitti, motivando a manifestação concreta dos doadores, através da criação da campanha “Doar é Legal”, que consiste no preenchimento eletrônico de uma certidão, sem fins jurídicos, por parte do cidadão favorável a doação de órgãos, pode ser enviada a familiares e amigos.

Para manifestar sua intenção de ser doador, basta entrar no site do projeto, colocar o nome, o CPF e dizer que deseja gerar a certidão. Logo em seguida, é possível imprimir, assinar e entregar, ou então remeter via e-mail para familiares e amigos. 

Central de Transplantes do RS

São atribuições da Central de Transplantes do Estado do Rio Grande do Sul:

1. ​Efetuar o cadastramento de receptores potenciais no Cadastro Técnico Único;

2. Comunicar periodicamente ao órgão central do Sistema Nacional de Transplantes a situação do Cadastro Técnico Único;

3. Receber notificações de morte encefálica;

4. Selecionar potenciais receptores para os órgãos de dado doador, obedecendo os critérios estabelecidos pelas Comissões Técnicas Científicas, através de um programa informatizado sem possibilidade de interferência dos operadores;

5. Disponibilizar os dados referentes ao Cadastro Técnico Único, das várias etapas de distribuição de órgãos, sempre que requisitada, pelos organismos constituídos da sociedade.

Contatos da Central de Transplantes

​Endereço: Av. Bento Gonçalves, 3722, Bairro Partenon (Fundos do Hospital Sanatório Partenon), Porto Alegre, RS.

Telefone: (51) 3353 3030 – Geral

Plantão (para notificações dos hospitais quando há provável doador): (51) 3353 3046 e (51) 3353 3047

Email:  [email protected]

Histórico da data

Os Santos Cosme e Damião, irmãos gêmeos, foram médicos e sua santidade é atribuída pelo motivo de haverem exercido a medicina sem cobrar por isso, devotados à fé. Sua festa é celebrada no dia 27 de setembro. O primeiro dos transplantes que se assume como tal está imortalizado num quadro de Fra Angélico, onde se observa a intervenção dos santos Cosme e Damião, ao transplantarem a perna de um etíope negro morto, no diácono Justiniano, enquanto ele dormia.

O dia 27 de setembro, baseado na história destes médicos realizando o primeiro transplante da humanidade, foi eleito em todo o território nacional como o Dia Nacional da Doação de Órgãos.

A Secretaria da Saúde do RS, através da Central de Transplantes, organiza todos os anos a Semana da Doação de Órgãos, com eventos alusivos ao assunto, homenagens às famílias doadoras, hospitais e médicos transplantadores, iluminação de prédios públicos, entre outras ações.  

Promove também parcerias com as Organizações de Procura de Órgãos e Comissões Intra-Hospitalares de Transplantes de todos os hospitais, para que cada região promova campanhas com eventos como caminhadas, palestras, cultos ecumênicos, homenagens e festividades que deem destaque para o tema doação de órgãos para transplantes.

Seja um doador

Tornar-se um doador. Doar órgãos é um ato de solidariedade. É oferecer ao próximo uma nova oportunidade, uma esperança. Um recomeço.

R. Santos

Redator.

Regiane Ferreira

Jornalista

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo