Quando se trata de conexão à internet, ainda existem muitos desafios para o produtor rural. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apenas 23% da área agrícola brasileira conta com cobertura de conectividade.
O secretário adjunto de Inovação e Tecnologia do Mapa, Cleber Soares, afirma que o sinal disponível para as propriedades rurais tem média de qualidade baixa. “Isso mostra o grande desafio que nós temos, que é exatamente prover conectividade num espaço de território agrícola brasileiro equivalente, hoje, a 77% da agropecuária brasileira”, disse.
Um estudo recente realizado pelo ministério levantou as perspectivas de impactos no agro a partir de cenários onde a conexão fosse amplificada. Na primeira hipótese, a cobertura partia de 23% para aproximadamente 50%. Para isso seria necessária a implantação de 4.400 antenas, com tempo médio de dois anos para conclusão. “A situação de conectividade no campo hoje no Brasil equivale à década de 1970, quanto ao tema de iluminação ou provimento de energia elétrica, ou seja, estamos numa situação extremamente crítica”, destacou Soares.
Impacto econômico
A segunda hipótese leva como ponto de partida o primeiro cenário, onde a cobertura de conectividade desponta de cerca de 50% para 80% a 90%, com 15.100 antenas e tempo aproximado de quatro anos para implementação.
“Se levarmos em consideração a evolução do cenário descrito na primeira hipótese, o impacto econômico seria de 4,50% no Valor Bruto de Produção da agropecuária, o que representa um acréscimo de R$ 47 bilhões, tendo como referência o último levantamento”, afirmou o secretário adjunto do Mapa. Ressaltando, ainda: “E no segundo cenário, a repercussão seria de até 9,60% no VBP do agro, estimando cerca de R$ 102 bilhões injetados no agronegócio brasileiro pelo provimento da conectividade”.
