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Conheça o grupo radical islâmico Hamas?

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O grupo palestino Hamas assumiu o ataque de larga escala que pegou Israel de surpresa no dia 7 de outubro. A ofensiva maciça, que incluiu o lançamento de milhares de foguetes, infiltração e incursão de terroristas armados em território israelense que cometeram atrocidades contra a população e tomada de reféns, deixou mais de mil mortos e milhares de feridos.

O comandante militar do Hamas, Mohammad Deif, anunciou o início da operação em uma transmissão nos meios de comunicação do Hamas. “Este é o dia da maior batalha para acabar com a última ocupação do planeta.” Decidimos pôr fim a todos os crimes da ocupação (de Israel), o seu tempo de violência sem responsabilização acabou.”

Em resposta, as forças israelenses lançaram uma ofensiva aérea contra a Faixa de Gaza, um enclave habitado por palestinos e controlado pelo Hamas desde 2007.

História e ideologia

O Hamas, ou Movimento de Resistência Islâmica, foi fundado em 1987 durante a primeira Intifada, ou revolta palestina.

Sua carta fundadora, de 1988, não reconhece a existência de Israel e exige a destruição do estado judeu. Seu emblema mostra o Domo da Rocha de Jerusalém e, entre bandeiras palestinas, o contorno de um Estado palestino incluindo também o território de Israel.

Em contraste com outros grupos militantes palestinos anteriores, como a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que adotavam o nacionalismo palestino ou árabe como ideologia, a principal força motriz do Hamas é o radicalismo islâmico e o estabelecimento de um Estado muçulmano fundamentalista em todas as terras habitadas por palestinos e do território israelense.

As origens ideológicas do grupo remontam à Irmandade Muçulmana, movimento fundado no Egito nos anos 1920 e que influenciou diversos grupos radicais islâmicos, incluindo a rede terrorista Al-Qaeda.

O Hamas, no entanto, não atua apenas como um grupo amado, possuindo ainda um braço de serviços sociais chamado Dawah, que dirige escolas, orfanatos, restaurantes populares e clubes esportivos, que atuam sobretudo na Faixa de Gaza, um enclave empobrecido e superpopuloso habitado por palestinos ao sul de Israel.

No âmbito do Processo de Oslo, a OLP de Yasser Arafat selou uma frágil paz com Israel em 1993 (Acordo de Oslo), desse modo dando fim à primeira Intifada. Porém o Hamas não reconheceu o acordo e seguiu perpetrando atentados em território israelense.

Nas eleições de 2006 na Faixa de Gaza, o Hamas obteve maioria absoluta, consolidada um ano mais tarde por uma espécie de golpe de Estado, que expulsou políticos palestinos moderados do enclave. Desde então, nenhuma nova eleição foi realizada em Gaza, com o Hamas exercendo domínio absoluto na área. E, desde então, o território também passou a ser submetido a um duro bloqueio econômico por Israel e Egito – que também se opõe ao Hamas e baniu a Irmandade Muçulmana.

Segundo organizações de direitos humanos, o Hamas também impôs medidas islâmicas radicais no enclave, como a obrigação do uso do véu pelas mulheres e repressão a outras religiões.

Com o golpe, os territórios palestinos estão separados não só geográfica, como também politicamente, já que a Cisjordânia, o outro território palestino a leste de Israel, é governada pelo partido Al Fatah, liderado por Mahmud Abbas, sucessor de Arafat. Enquanto isso, a partir de Gaza, o Hamas prossegue os ataques a Israel, definidos como “legítima defesa”, além de ter travado cinco acirrados combates com as Forças Armadas israelenses, em 2008-09, 2012 e 2014, 2021 e agora em 2023. Nessas campanhas, o Hamas lançou ataques suicidas e foguetes contra Israel.

Financiamento e classificação como terroristas

O Hamas é classificado como organização terrorista por diversos países, incluindo Israel, Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido e todos os países-membros da União Europeia. 

O grupo, no entanto, não é classificado como tal pela China, Rússia e Brasil. Outros, como Noruega e Suíça, também evitam a classificação, evocando o princípio da neutralidade, e mantêm contatos com o grupo, atuando como mediadores em conflitos. Já a Nova Zelândia classifica apenas o braço militar do Hamas, os Batalhões do Mártir Izz ad-Din al-Qassam, como organização terrorista.

Apoiadores do Hamas incluem o Irã, Síria e Catar. O Catar é um dos principais patrocinadores financeiros e aliados estrangeiros do Hamas, chegando a pagar os salários de funcionários de organizações civis do Hamas. Em 2012, seu emir foi o primeiro chefe de Estado a visitar a liderança do grupo islâmico em Gaza.

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Outro apoiador importante do Hamas é o regime fundamentalista islâmico do Irã, que nos anos 2000 passou a ser responsável por um quarto do orçamento do Hamas. Parte desse apoio financeiro era canalizado por meio do grupo radical Hisbolá, baseado no Líbano, e também apoiado pelo Irã. No entanto, as sanções impostas contra o Irã no final dos anos 2000 dificultaram o envio de dinheiro, levando o Hamas a depender mais de doadores do Catar e da Arábia Saudita.

Após os ataques do Hamas em 7 de outubro, o iraniano Rahim Safavi, conselheiro de autoridade máxima do país, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Teerã estará ao lado dos palestinos “até a libertação de Jerusalém”. Safavi parabenizou os membros do Hamas e garantiu o apoio do Irã ao grupo

Já o Catar pediu aos palestinos e a Israel que exerçam “máxima contenção”, mas responsabilizou “unicamente a Israel” pela nova escalada.

“O Estado do Catar expressa sua grande preocupação com a situação em Gaza, apela a todas as partes para que exerçam a máxima contenção e parem a escalada”, disse o Ministério das Relações Exteriores catari em um comunicado.

A pasta afirmou, no entanto, que “responsabiliza unicamente Israel pela escalada em curso devido às suas contínuas violações dos direitos do povo palestino, incluindo os repetidos ataques (por colonos judeus), sob a proteção da polícia israelense, da Mesquita Al Aqsa”, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel em 1967.

Nelsir Luterek

Empresário, colunista, especialista em TI, mentor, CTO e consultor estratégico em inovação.

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