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Mundo

Quem é Bernard Arnault, a nova pessoa mais rica do mundo?

Por trás de um enorme e lucrativo império de artigos de luxo, bilionário francês ultrapassa Elon Musk e Jeff Bezos e chega ao topo da lista da Forbes. Ranking também aponta cofundador da Ambev como mais rico do Brasil.

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Elon Musk não durou muito como a pessoa mais rica do mundo. Pouco mais de um ano após alcançar o topo da lista, ele foi ofuscado pelo bilionário francês Bernard Arnault, de 73 anos, segundo analistas da revista Forbes. Em 20 de dezembro, eles estimaram a fortuna de Arnault em US$ 180,2 bilhões (cerca de R$ 945 bilhões), quase US$ 17 bilhões a mais que a de Musk.

No Brasil, o título de mais rico ficou com o bilionário suíço-brasileiro Jorge Paulo Lemann, cofundador da Ambev. O economista e empresário de 83 anos ficou em 103º lugar no ranking, com uma fortuna estimada em US$ 16,1 bilhões.

O novo homem mais rico do mundo

Arnault é cofundador, presidente e CEO da LVMH Moet Hennessy Louis Vuitton, comumente chamada de LVMH. A holding é a maior acionista do grupo empresarial e tem a maioria dos direitos de voto na empresa de capital aberto.

Se Musk conseguir recuperar o Twitter rapidamente, Arnault pode não ficar com o título por muito tempo. Ainda assim, os feitos do empresário francês são dignos de nota.

Um império de luxo

A LVMH é um conglomerado com sede em Paris composto por 75 marcas independentes, sobretudo de bebidas, alta-costura e cosméticos. Em 2021, a holding gerou uma receita de 64,2 bilhões de euros (R$ 358,8 bilhões), 20% a mais do que em 2019. Moda e artigos de couro representaram 48% da receita.

Com mais de 175 mil funcionários e 5,5 mil lojas, a companhia ostenta o título de maior conglomerado de luxo do mundo. Em novembro de 2022, seu valor de mercado era de cerca de 371 bilhões de euros, segundo cálculos da Statista, tornando-a uma das empresas mais valiosas do planeta — à frente da Mastercard, Chevron e Nestlé.

Comparado com outros nomes da lista dos mais ricos do mundo, Arnault é relativamente discreto e pouco conhecido fora da França. No entanto, as subsidiárias da empresa são tudo menos discretas e incluem muitas marcas tradicionais como Bulgari, Dior, Fendi, Givenchy e, claro, Louis Vuitton. Elas também possuem a varejista Sephora e lojas de departamento em Paris. A marca mais antiga da empresa é a produtora de vinhos Château d'Yquem, fundada no final do século 16.

Nos Estados Unidos, Arnault ganhou os holofotes em 2019 ao comprar a famosa joalheria Tiffany & Co. por quase US$ 16 bilhões. Na Alemanha, ele também ganhou as manchetes no início de 2021, quando assumiu o controle acionário da Birkenstock — embora ainda não esteja muito claro como a fabricante de sandálias pode se transformar em uma marca de luxo.

Bolsas que rendem bilhões

Arnault nasceu no norte da França, perto da fronteira belga. Depois de se graduar em engenharia, ele ingressou na construtora de seu pai. Lá, ele se concentrou em desenvolvimento imobiliário e logo alcançou a presidência da companhia.

Em 1984, ele assumiu um negócio falido que incluía marcas como Christian Dior e a loja de departamentos Le Bon Marché. Era sua incursão no mercado de luxo. Em 1987, a LVMH foi então formada pela fusão da Louis Vuitton e da Moet Hennessy. Em uma aquisição agressiva, ele conseguiu se sobrepor até ser nomeado presidente do conselho de administração executiva em 1989 — cargo que mantém desde então.

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Louis Vuitton, uma marca de prestígio internacional/Foto: Louis Vuitton/picture-alliance/dpa

Após se tornar o único chefe, Arnault passou décadas comprando vários bilhões de euros, adquirindo uma empresa após a outra. Muitas das marcas eram mal administradas e já estavam obsoletas, levando-o a buscar uma administração mais moderna e contratar jovens designers para impulsionar os negócios.

Supostamente conhecido como “B.A.” dentro da empresa, Arnault foi descrito como o “Senhor do Logos” pela crítica de moda Suzy Menkes em um perfil do jornal International Herald Tribune de 1999. Ela também desvendou o segredo do sucesso do empresário francês desde aquela época.

“O objetivo é ser contemporâneo, moderno, fazer com que as marcas falem uma linguagem universal”, escreveu Menkes na ocasião. “E Arnault insiste que manter a individualidade e singularidade de cada marca é a preocupação primordial, dentro de uma estrutura corporativa simplificada.” Segundo a crítica de moda, essa estratégia permitiu que cada marca mantivesse um certo grau de independência e se tornasse mais profissional.

A empresa tem se concentrado em expansão, principalmente por meio do crescimento na Ásia, seu maior mercado, seguida por Estados Unidos e Europa. Sua propaganda de luxo é ambiciosa, oferecendo itens mais baratos, como cintos, chapéus ou qualquer outra coisa que comporte seu logo, a fim de atrair compradores mais jovens e fisgá-los.

Não menos importante, Arnault acreditou no poder da internet. Quando tudo começou a migrar para o mercado online, assim fez a LVMH, e isso sem perder sua aura de exclusividade. Atualmente, muitas das marcas já têm lojas virtuais e sites suntuosos, e não têm mais medo de exibir seus preços abertamente.

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A LVMH fechou suas lojas na Rússia após a invasão da Ucrânia/Foto: Evgeny Odinokov/SNA/imago images

Planejando o futuro

Hoje, a LVMH é um assunto de família. Todos os cinco filhos de Arnault trabalham com o pai em diferentes funções. Sempre vestido de forma impecável, Arnault tem cabelos grisalhos e é muito reservado. Colegas raramente falam sobre ele. Sabe-se, porém, que ele é um ávido jogador de tênis e gosta de música e de colecionar arte. Por alguns anos, ele foi inclusive dono da casa de leilões Phillips de Pury.

Em 2014, a Fundação Louis Vuitton abriu em Paris. Projetado pelo célebre arquiteto Frank Gehry, o museu de arte contemporânea abriga a coleção de Arnault e algum dia deverá ser entregue à cidade. O empresário também doou milhões para instituições de caridade e para a restauração da catedral de Notre-Dame.

A pergunta que agora não quer calar: quem vem a seguir? Qual dos filhos assumirá a empresa? Algum deles está predestinado a ser seu sucessor, ou o império será dividido entre eles? E a empresa ainda está à espreita? Chanel, Armani, Hermes e várias outras marcas ainda estão por aí. Mas Arnault não está sozinho. Sua tática de reunir empresas de luxo administradas por famílias inspirou outras empresas, como Richemont e Kering, a fazer o mesmo. Elas podem até ser concorrentes, mas foi Arnault quem criou a trilha do luxo.

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