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Europa

Alemanha pagará indenização por ataque nos Jogos de Munique

Depois de anos de impasse, governo alemão chegou a acordo com familiares dos 11 israelenses mortos durante os Jogos Olímpicos de 1972, que receberão 28 milhões de euros.

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Às vésperas do aniversário de 50 anos do ataque que matou 11 membros da delegação israelense nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972 e após décadas de disputas, o governo alemão anunciou nesta quarta-feira (31) um acordo de indenização com familiares das vítimas.

“O governo saúda o fato de que foi possível chegar a um acordo com os parentes sobre um ‘conceito geral' para o 50º aniversário”, disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit.

Sob o acordo, além do pagamento de uma indenização milionária, arquivos históricos sobre os eventos de 5 de setembro de 1972 serão divulgados e reanalisados por uma comissão de historiadores alemães e israelenses.

Em 2017, um memorial em homenagem às vítimas foi inaugurado em Munique/Foto: Peter Hille/DW

De acordo com o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, as famílias receberão, no total, 28 milhões de euros. Segundo a agência alemã de notícias DPA, o governo federal alemão deve arcar com 22,5 milhões de euros, o estado da Baviera com 5 milhões de euros e a cidade de Munique com 500 mil euros. De 1972 a 2002, 4,6 milhões de euros foram pagos em ajuda humanitária aos familiares das vítimas.

Além disso, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, deve se tornar o primeiro representante oficial alemão a pedir desculpas formais por falhas de segurança nos Jogos de 1972, informou o Süddeutsche Zeitung.

“O acordo não pode curar todas as feridas”, disse Steinmeier em comunicado. “Mas abre uma porta”, completou.

Nas últimas semanas, as famílias das vítimas do atentado vinham se recusando a comparecer às cerimônias em homenagem aos mortos na data que marca os 50 anos da tragédia.

Agora, as famílias concordaram em comparecer aos atos, que também devem contar com a presença de Steinmeier e do presidente de Israel, Isaac Herzog.

Ankie Spitzer, viúva do atleta assassinado Andrei Spitzer, expressou alívio com o acordo. A um jornal holandês, ela disse que tem a sensação de que “o círculo finalmente se fechou”. 

Ankie Spitzer observa local onde o marido foi feito refém/Foto: dpa/picture alliance

Como ocorreu o atentado

Na madrugada de 5 de setembro de 1972, membros do grupo terrorista palestino Setembro Negro invadiram o alojamento da delegação israelense durante os Jogos Olímpicos em Munique e mataram um atleta imediatamente e outro horas mais tarde.

Três membros da delegação conseguiram escapar, mas nove foram tomados como reféns pelos terroristas, que exigiam um avião e a libertação de 200 palestinos das prisões em Israel. A reivindicação foi rejeitada pela então premiê israelense, Golda Meir.

As forças alemãs de segurança tentaram várias saídas, tanto financeiras quanto diplomáticas. Os terroristas não aceitaram o pagamento de um resgate, nem a proposta do secretário do Interior da Baviera, que se ofereceu como refém em troca dos atletas.

Após várias tentativas fracassadas de negociação, na noite do mesmo dia, os terroristas e os reféns chegaram ao aeroporto de Fürstenfeldbruck, nos arredores da capital bávara, de onde acreditavam que levantariam voo.

Na realidade, era uma armadilha da polícia. Foram ouvidos tiros, explosões e um helicóptero se incendiou. O então porta-voz do governo, Konrad Ahlers, divulgou erroneamente a notícia de que todos os reféns haviam sido libertados.

Apenas na madrugada do dia 6 de setembro ficou-se sabendo que os nove reféns israelenses, cinco terroristas palestinos e um policial haviam sido mortos. O fato gerou uma crise de credibilidade em relação ao governo alemão. A opinião pública passou a duvidar da versão oficial, de que as vítimas haviam sido mortas pelos terroristas, quando vieram à tona indicações de que poderiam ter sido atingidas por balas da polícia.

Em Munique, as competições ficaram interrompidas por 34 horas, e a Olimpíada acabou prorrogada em um dia, após uma cerimônia em memória às vítimas.

Por DW

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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