Este domingo (03) continuará a ser um dia normal no Kosovo, pois os seus cidadãos não poderão votar nas eleições sérvias. Apesar da pressão internacional e das ameaças de Belgrado, o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, decidiu impedir a existência de locais de voto.
Kurti argumentou que a Sérvia não pediu permissão às autoridades de Kosovo para organizar a votação e que deve defender a soberania de Kosovo.
Seja qual for o argumento, milhares de sérvios do Kosovo que não podem votar não estão satisfeitos com a decisão.
“Isso só pode acontecer conosco, graças aos do sul. Nós somos um incômodo para eles, somos um incômodo para o mundo inteiro”, aponta um cidadão.
“Ambos os governos devem pensar em nós e em nossos direitos. E é meu direito votar no estado do qual sou cidadão e, no local, onde moro”, afirma outro cidadão.
Apesar das acusações, todos esperam e pensam que domingo seja um dia tranquilo.
“Esperamos que seja pacífico, sempre e para sempre. Ninguém precisa de guerra, absolutamente ninguém”, destaca outro morador.
“Com a ajuda de Deus, não só amanhã ou depois de amanhã, mas sempre, deve haver paz entre os cidadãos”, diz outro.
As tensões não são esperadas, segundo quem conhece a evolução política da área. Mas, segundo eles, é importante que o Governo do Kosovo se aproxime da minoria sérvia.
Bardhyl Meta, analista político, diz: “Os sérvios do Kosovo nunca se sentirão confortáveis se forem guiados pelas ideias que vêm de Belgrado. Se não tiverem uma narrativa, uma massa crítica própria, para viver aqui, defender seus direitos, eles nunca se sentirão confortáveis.”
No entanto, por agora, os sérvios do Kosovo terão de aproveitar a oportunidade oferecida pelo Governo sérvio, que lhes permite votar na Sérvia. Eles só precisam viajar para cidades sérvias na fronteira com Kosovo para votar.
Por Euronews
