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Meio Ambiente

Mina 18 da Braskem se rompe em Maceió

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O rompimento da mina 18, localizada no bairro do Mutange, em Maceió, pode ser o começo de um processo em que as consequências ainda não são claras. Segundo a Defesa Civil da capital alagoana, parte da mina se rompeu no início da tarde deste domingo (10/12).

Até agora, a cidade já teve 60 mil pessoas afetadas e 14 mil residências evacuadas desde 2018. Cinco bairros sofrem com o afundamento do solo causado pela mineração da Braskem, que foi dos anos 1970 até 2019.

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Dilson Ferreira, professor de Arquitetura e Urbanismo da Ufal e coordenador técnico da Diretoria do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), vê três cenários como possíveis.

No primeiro, o solo se acomodaria e não teria grandes consequências, já que toda a área está isolada, sem pessoas morando e também sem trânsito.

Vai gerar sismo, mas pode não chegar a afetar áreas habitadas hoje. Pegaria esse problema nas áreas que não são habitadas, ou seja, não teria problema, ponto de vista de maiores danos, na hipótese de só o solo ceder“, diz.

O segundo e o terceiro, porém, são mais impactantes.

Se ela ceder, vai gerar o que a gente chama de dolinamento, que é um buraco gigantesco. Essa mina tem aproximadamente mil metros de profundidade para chegar nela lá embaixo. Teríamos um lago com a água da lagoa ali na região“, diz ele.

Só que, no terceiro caso, o dolinamento poderia se tornar uma reação em cadeia, gerando diversos buracos nas outras minas. Mais água dentro desses buracos, com aqueles mesmos efeitos nos bairros, como rachaduras. Não se sabe se ficaria no limite dos cinco bairros já afetados ou se poderia se estender à cidade. É fato que teria que realocar mais pessoas.

A salinização da água também deve ter grandes consequências para o ecossistema da região, que tem mangues e especialmente o sururu, que mantém a subsistência de quem vive à beira da lagoa.

No sistema lagunar, que já é pobre, e pior ainda, como estamos em um período de verão, onde o volume de água doce diminuiu significativamente, então, vamos ter uma perda de hábitat imenso, principalmente, por volume de água“, afirma a bióloga e professora da Ufal Nídia Fabré, especialista em ecossistemas aquáticos marinhos e continentais.

Nós vamos ter uma perda de mangues. Os mangues são fundamentais como berçários de grande diversidade de peixes, que têm importância comercial e para a segurança alimentar dessas populações que vêm sofrendo já há bastante tempo por toda essa degradação ambiental“, afirma.

O manguezal tem um papel importantíssimo na captura de carbono. Nestes tempos, estamos preocupadíssimos com o sequestro de carbono, a perda de biomassa de mangue realmente afeta, não só localmente, como afeta, globalmente, esse equilíbrio“, analisa Fabré.

Além disso, é provável que o valor do metro quadrado siga aumentando em Maceió e em cidades vizinhas, um processo constante desde que o problema dos cinco bairros começou, em 2018.

Houve um aumento muito grande de demanda e isso levou a um aumento no nível dos preços dos aluguéis, conforme as pessoas recebiam as indenizações, fez com que o preço, tanto de terreno quanto das casas, se elevasse, e ainda no meio da pandemia. Isso fez com que Maceió seja uma das mais caras capitais, principalmente do Nordeste“, argumenta a professora de Economia da Universidade Federal de Alagoas Natallya Levino.

Em live nas redes sociais do prefeito João Henrique Caldas (PL), o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, afirmou que o risco de rompimento não deve ser ampliado, com um cenário de estabilização. O monitoramento continuará.

A Braskem afirmou que as imagens de câmera registraram movimentos atípicos às 13h15 e 13h45 deste domingo e que segue colaborando com as autoridades.

Nelsir Luterek

Empresário, colunista, especialista em TI, mentor, CTO e consultor estratégico em inovação.

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