Paris Fashion Week: Grife traz saco de salgadinho e selo de consumo de energia para a passarela
Um dos momentos mais esperados da semana de moda de Paris rolou no último domingo (2). Estamos falando do desfile da Balenciaga, que costuma incomodar e gerar inquietação em quem assiste, e, desta vez, não foi diferente. Isso porque a marca espanhola apresentou sua coleção de primavera-verão 2023 em uma passarela coberta de lama, que respingava nos sapatos e nas roupas.
Na coleção, vimos as clássicas ~bizarrices~ da Balenciaga que não poderiam faltar. Um saco vazio de batata Lays como bolsa, uma bolsa de couro que tem manga para colocar o braço, peças com aparência de sujas e usadas.
Mas quem disse que terminou por ai, no desfile podemos identificar que um modelo estava usando uma roupa branca portando um Selo de identificação de Consumo semelhante aos encontrados em fogões e eletrodomésticos no Brasil.
Em nota sobre o desfile, o estilista ainda escreveu: “Eu odeio caixas e eu odeio ser rotulado e colocado em uma caixa. A sociedade, a internet e o mundo no geral ama fazer isso, porque parece seguro assim.”
Confira na integra a nota do estilista Demnagram:
“Uma pessoa tem que ter coragem e persistência para assumir sua identidade e quem realmente é. Todo dia se torna um campo de batalha para defender essa identidade. E quanto mais você tenta se tornar você mesmo, mais você leva um soco na cara. Mas o quão ótimo é ser diferente dos outros.
O desafio é se levantar e continuar andando em direção ao seu verdadeiro eu depois de você ter sido espancado e derrubado.
A moda ama caixas e rótulos mais do que tudo. De luxo, não luxo, street, alta-costura, bom, ruim, buzz, viral, tudo o mesmo, quem se importa. Colocar a moda de luxo na caixinha do polido, exclusivo e visualmente caro é limitado e muito antigo. Individualismo na moda é rebaixado a pseudotendências ditadas por uma postagem nos Stories de alguma celebridade do momento.
Eu decidi não explicar mais as minhas coleções e verbalizar os meus designs, mas expressar um estado de espírito. A moda é uma arte visual e tudo o que precisamos é que ela seja vista através dos olhos de outra pessoa.
A moda, no melhor cenário, não deveria ser uma história para ser vendida a alguém. Ou você gosta, ou você não gosta.
O cenário desse desfile é uma metáfora para descobrir a verdade e para ser pé no chão. Vamos deixar que todo mundo possa ser qualquer pessoa e faça amor, não guerra.”
Confira o desfile na integra abaixo:
Fonte: Texto com base na revista Capricho e no site Uol
