A Rússia quer manter relações diplomáticas com países ocidentais apesar de uma série de expulsões de seus diplomatas, disse o vice-chanceler russo Alexander Grushko nesta quarta-feira (06).
Vários países europeus, incluindo França, Bélgica, Holanda e Itália, expulsaram um grande número de diplomatas russos nos últimos dias.
As medidas coincidem com a indignação em toda a Europa por relatos da descoberta de valas comuns e de assassinatos de civis na cidade ucraniana de Bucha após a retirada das forças russas que conduzem o que Moscou chama de “operação especial” na Ucrânia.
Grushko disse à Interfax que a Rússia, que se comprometeu a responder às expulsões, está avaliando as decisões dos países europeus.
“No entanto, nossa posição permanece absolutamente a mesma: defendemos que os canais diplomáticos permaneçam abertos.”
Grushko disse que os países europeus que interrompem o trabalho de diplomatas russos estão prejudicando seus próprios interesses e alertaram contra qualquer ação potencial contra o enclave russo de Kaliningrado, encravado entre a Polônia e a Lituânia na costa do Báltico.
“Eu realmente espero que o bom senso na Europa não permita que nenhum jogo seja iniciado em Kaliningrado”, disse ele à TASS. “Acho que muitos entendem que isso seria brincar com fogo.”
Grushko disse que a Rússia “não tem contato com a Otan”.
“Não há nada para discutir com a OTAN”, disse ele à TASS.
A Rússia enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em 24 de fevereiro, no que chamou de operação especial para degradar as capacidades militares de seu vizinho do sul e erradicar pessoas que chamou de nacionalistas perigosos.
As forças ucranianas montaram forte resistência e o Ocidente impôs sanções abrangentes em um esforço para forçar a Rússia a retirar suas forças.
Por Reuters
