A Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora de Lourdes, do município de Três Arroios, ensinou na prática a importância da sustentabilidade para seus alunos. Ao invés de simplesmente ensinar conceitos de sustentabilidade, a turma do 2º ano do Novo Ensino Médio da escola teve em suas aulas de Noções de Legislação Ambiental trabalhos que desenvolveram o projeto “Plantas, Sabores e Produtos”.
A professora Luciane Debroin Smaniotto dividiu a turma em grupos no qual tinham a missão de desenvolver uma atividade ou projeto que representasse a frase: “Pensar globalmente e agir localmente”. Sendo realizados, então, quatro trabalhos: a) Produção de sabão com óleo coletado em um restaurante da cidade, e lixivia de cinzas (quiboa caseira), b) Horta suspensa, com mudas de chás e temperos para a merenda escolar, c) Gostos e sabores, distribuição de verduras produzidas pela família de uma aluna, não aceitas pelo padrão exigido pelos mercados, d) Ponto de coleta de lixo eletrônico, o Eco Ponto.
Com o objetivo de conscientizar, e evitar o desperdício de alimentos, foram distribuídos aos professores e funcionários verduras produzidas na propriedade de uma aluna, que são descartados, pois não cumprem o padrão exigido pelos mercados, mas que estão em perfeitas condições para o consumo humano. Entre os itens distribuídos havia repolhos, alfaces, cenouras e couves-flores.
“Verduras são muito sensíveis, as pessoas não compram se tiver uma manchinha. Para que jogar fora se tem alguém que pode aproveitar!”, comentou a aluna.
“No projeto do sabão e quiboa contamos com a ajuda da disciplina de Química, estudando as reações químicas que acontecem durante o processo”, explicou a professora Luciane.
A educadora frisa que conforme ocorreram os acontecimentos no mundo em prol do Meio Ambiente, foi elencada uma linha do tempo com os principais acontecimentos. Mas um em especial foi escolhido como embasamento da proposta: a ECO-92, que aconteceu no Rio de Janeiro.
“Nela foi criado a Agenda 21, um documento assinado por 179 países visando o desenvolvimento sustentável. Este documento baseou-se em um pensamento: “Pensar Globalmente, Agir Localmente”. Com esta frase que foi inspirado os trabalhos dos alunos, para que fossem motivados a pensar em uma ação local. E os trabalhos foram muito bem desenvolvidos, um sucesso!”, finaliza a professora Luciane.
ECO-92: o que foi?
A Conferência Eco-92, ou Rio-92, foi a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro no ano de 1992. A Conferência teve desdobramentos importantes dos pontos de vista científico, diplomático, político e na área ambiental. Além de ceder espaço a debates e contribuições para o modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável.
Os países industrializados começaram a perceber o impacto negativo das suas tecnologias ao meio ambiente: rios poluídos, florestas sendo destruídas pela chuva ácida, poluições atmosférica nas grandes cidades, secas em lagos e rios. Então, passou-se a questionar a visão de que os recursos não seriam ilimitados – e sim, limitados.
Foi acordado que os países em desenvolvimento receberiam apoio financeiro e tecnológico para alcançarem modelos de desenvolvimento sustentáveis. A partir do principal documento do encontro, a Agenda 21, foram estabelecidas políticas e ações de responsabilidade ambiental.
De maneira geral, a Agenda 21 cedeu contribuições a diferentes bases geográficas conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Pode-se dizer, então, que o slogan de “pensar globalmente, agir localmente”, comum nas políticas de implantação do desenvolvimento sustentável, realmente adequa-se a experiência vivida na Conferência Rio-92.
Por que a Conferência foi importante?
A Conferência realizada no Brasil colocou o assunto ambiental na agenda pública de uma maneira inovadora, sendo um importante passo e marco de como a humanidade encara sua relação com o planeta.
Mesmo que a conferência não tenha estipulado prazos para a concretização das metas discutidas, a participação das ONGs, associações de moradores, sindicatos, instituições de ensino na cobrança de atitudes e posturas por parte dos governantes foi um grande legado para as convenções seguintes.
E mesmo pequenas atitudes cotidianas ganharam impulso no sentido de preservar nosso meio ambiente e gerar desenvolvimento sócio-econômico com sustentabilidade ambiental.
Alunos desenvolvendo o projeto “Plantas, Sabores e Produtos”
As atividades fazem parte da disciplina de Noções de Legislação Ambiental Alunos desenvolvendo a atividade
“Horta suspensa, mudas de chás e temperos para a merenda escolar”
Sabão produzido pelos alunos através da reutilização do óleo usado Eco Ponto: coleta de lixo eletrônico
Fotos: Arquivo pessoal de Luciane Debroin Smaniotto e Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora de Lourdes
Fonte: com informações do artigo A ONU e o meio ambiente
