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Ciência & Espaço

Astrônomos descobrem maior explosão cósmica já observada

Bola de fogo 100 vezes maior que Sistema Solar e 2 trilhões de vezes mais brilhante que o Sol foi detectada há mais de três anos. Cientistas tentam desvendar causa da explosão, "um enigma absoluto" sem precedentes.

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Astrônomos anunciaram nesta sexta-feira (12/05) que identificaram a maior explosão cósmica já observada, uma bola de energia 100 vezes maior que o Sistema Solar.

A explosão, batizada de AT2021lwx, não é a mais brilhante já vista no universo. Esse recorde ainda é mantido por uma explosão de raios gama em outubro, que foi apelidada de BOAT (sigla em inglês para “a mais brilhante de todos os tempos”).

Philip Wiseman, astrofísico da Universidade de Southampton, no Reino Unido, explicou que a AT2021lwx foi considerada a “maior” explosão cósmica porque liberou muito mais energia do que a BOAT em seu breve flash.

A descoberta da nova explosão foi acidental, contou Wiseman em entrevista à agência de notícias AFP. O projeto de observação astronômica Zwicky Transient Facility, na Califórnia, Estados Unidos, detectou a AT2021lwx pela primeira vez durante uma varredura automatizada do céu em 2020.

Mas “basicamente ficou em um banco de dados” até ser notada por humanos no ano seguinte, afirmou Wiseman, principal autor de um novo estudo sobre a explosão cósmica.

Foi somente quando ele e outros astrônomos analisaram a bola de fogo através de telescópios mais poderosos que perceberam o potencial do que observavam.

Eles estimam que a explosão esteja a cerca de 8 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Ou seja, muito mais longe do que a maioria dos outros flashes de luz no céu – o que significa que a explosão por trás do brilho deve ser muito maior.

Segundo Wiseman, os astrônomos calculam que a AT2021lwx seja 2 trilhões de vezes mais brilhante que o Sol.

A equipe quer agora coletar mais dados sobre a explosão, medindo diferentes comprimentos de onda, incluindo raios-X, que podem revelar a superfície e a temperatura do objeto.

As possíveis causas da explosão

Os astrônomos trabalham com várias explicações possíveis para a grande explosão cósmica. Uma delas é que a AT2021lwx seja uma supernova – uma explosão estelar poderosa e luminosa –, embora o brilho emitido por ela seja dez vezes maior do que qualquer supernova observada anteriormente.

Outra possibilidade seria o que se chama de evento de perturbação de marés, um fenômeno astronômico que ocorre quando uma estrela é despedaçada ao ser sugada por um buraco negro supermassivo. Mas a AT2021lwx ainda é três vezes mais brilhante que esses eventos, e Wiseman afirma que sua pesquisa não aponta nessa direção.

O único evento cósmico brilhante comparável é o quasar, quando buracos negros supermassivos engolem enormes quantidades de gás no centro das galáxias. Mas esse fenômeno costuma ter um brilho oscilante, enquanto a AT2021lwx explodiu repentinamente há três anos e segue em chamas.

“Essa coisa nós nunca, nunca vimos antes – simplesmente surgiu do nada”, afirmou Wiseman.

No novo estudo, publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, a equipe internacional de pesquisadores expõe o que eles acreditam ser o cenário mais provável.

A teoria deles é que uma única nuvem massiva de gás – cerca de 5.000 vezes maior que o Sol – está sendo lentamente consumida por um buraco negro supermassivo.

Mas Wiseman lembra que, “na ciência, nunca há certeza”. A equipe está trabalhando em novas simulações para ver se sua teoria é “totalmente plausível”, acrescentou.

Um problema dessa hipótese é que os buracos negros supermassivos ficam no centro de galáxias – e para uma explosão desse tamanho, a galáxia teria que ser tão vasta quanto a Via Láctea, afirmou o astrônomo. Mas não foi possível localizar uma galáxia nas proximidades da AT2021lwx.

“Isso é um enigma absoluto”, admitiu Wiseman.

Agora que os astrônomos sabem o que procurar, eles estão fazendo uma varredura nos céus para ver se a ciência não deixou passar outras explosões semelhantes.

ek (AFP, DPA, Efe)

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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