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Mundo

Como a crise em Belarus pode afetar o Brasil

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Belarus é um pequeno país europeu bem distante do Brasil, colado à Rússia. Ele possui pouco menos de 10 milhões de habitantes, porém, suas dimensões geográficas não o impedem de estar na mídia pelo mundo todo e inclusive, a crise que lá se estende pode afetar o Brasil.  

O caos se instaurou

Há pouco mais de um ano, mais precisamente em 9 de agosto de 2020, Aleksandr Grigorievitch Lukashenko, presidente de Belarus, se reelegia com 80% dos votos para mais um mandato, o sexto desde que se tornara presidente do país europeu em 1994. Após os resultados, violentos protestos contra Lukashenko eclodiram em Minsk, capital do país, e em outras cidades também, manifestantes foram detidos e outras dezenas ficaram feridos. “No total, em todo o país, foram detidas quase 3.000 pessoas. Durante os incidentes, mais de 50 cidadãos e 39 policiais ficaram feridos. Alguns deles estão hospitalizados”, afirma o ministério em um comunicado, que cita manifestações noturnas “não autorizadas em 33 cidades e localidades do país, conforme afirma reportagem do G1, citando o Ministério do Interior belarusso. Conforme o mesmo site, Lukashenko tem enfrentado uma onda de irritação pela forma com que estava lidando com a pandemia da corona vírus, pela situação econômica do país e pelo seu histórico de direitos humanos. Observadores estrangeiros não consideram as eleições justas e livres desde 1995 e os protestos atuais também demandam eleições livres e justas. Conforme a Organização Internacional Human Righst Watch que observa os direitos humanos pelo mundo, até a metade de novembro de 2020, três meses após as eleições, as autoridades do país haviam detido 25 mil pessoas que, de alguma forma, lutavam contra o regime.

O Brasil nesta história

Belarus é responsável por ¼ da produção mundial de cloreto de potássio – haleto metálico salino – que teve seu preço triplicado em 2021, passando de 250,00 dólares a tonelada para 770,00 dólares. O componente é amplamente usado para a adubação da terra e o Brasil depende de outros países para obtê-lo. Assim, o cenário no país europeu já está impactando os custos agrícolas e existe receio de sua falta para o plantio no próximo ano aqui no nosso país. Os cultivos mais afetados são as safras plantadas no início do ano e as culturas de inverno. Até o café e a cana de açúcar podem ser afetados.

Segundo reportagem da CNN, desde que os protestos se intensificaram nas ruas de Belarus, a partir de agosto do ano passado, os importadores brasileiros – e também do mundo – se agilizaram e anteciparam compras. Só o porto de Paranaguá, no Paraná, responsável por 30% dos volumes de fertilizantes importados pelo Brasil registrou 1 milhão a mais de toneladas em 2021, em comparação com os primeiros sete meses do ano passado.

Belarus, Canadá e Rússia representam 80% da produção mundial. Nesse mercado tão concentrado, qualquer oscilação gera efeitos imediatos. O preço do cloreto de potássio bateu US$ 1,2 mil a tonelada em 2008, quando uma mina inundou na Rússia.

Sem produção própria suficiente, o Brasil importa cerca de 85% dos fertilizantes que usa para ampliar a capacidade produtiva do solo. O principal composto é o chamado NPK, formado por proporções de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K).

Entrevista

Nos próximos dias, o Portal Roda de Cuia, em parceira com o site Assuntos Internacionais, entrevista Volha Yermalayeva Franco, representante da Embaixada Popular de Belarus no Brasil que vive em Salvador, na Bahia. Ela vai nos contar como está a situação no pequeno país europeu e um pouco de sua história.

Texto: Cássio Felipe Tartas Rogalski com informações da CNN Brasil

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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