Terms & Conditions

We have Recently updated our Terms and Conditions. Please read and accept the terms and conditions in order to access the site

Current Version: 1

Privacy Policy

We have Recently updated our Privacy Policy. Please read and accept the Privacy Policy in order to access the site

Current Version: 1

Artigos

Aos rasos e insensíveis, a arte lhes é frívola

“A arte diz o indizível; exprime o inexprimível; traduz o intraduzível.” - Leonardo da Vinci

0:00

Em muitos momentos de nossas vidas buscamos o apoio das pessoas que convivem conosco, sejam elas os familiares, amigos, colegas de trabalho ou até conhecidos. Por vezes, deles conseguimos algum suporte em situações difíceis ou na busca de nossos sonhos. Em muitos casos, o apoio não aparece e nos calejamos tentando entender a razão disso, sentimos que estamos sós e que ninguém nos compreende. A certa altura, passamos a pensar que não se importam conosco e começamos a agir com desconfiança e frustração. Questionamo-nos qual seria a razão de alguém não nos apoiar em nossos sonhos, mesmo eles sendo tão belos e nobres. Sucumbimos à angústia e passamos a duvidar de nós mesmos.

Desse modo, o desamparo começa a se transformar em certa ira fazendo com que nos afastemos de muitas pessoas sentindo muita solidão, já que não nos apoiam em nossos sonhos e quando dele lhes falamos, emudecem, ficam sem reação ou mudam de assunto. Essas são atitudes que machucam e levam tempo para serem curadas. De certa forma, ficamos um pouco rancorosos em relação aos que nos cercam, pois entendemos os seus sonhos e os incentivamos, mas quando esperamos um mínimo de compreensão e apoio, recebemos o silêncio em troca. 

O tempo vai passando, você está concentrado no desenvolvimento daquele seu grande sonho. Mesmo nos momentos mais solitários, segue firme. Com sorte, surge uma ou duas pessoas que o apoiam, que demonstram crer no seu ideal e passam a caminhar ao seu lado. Seu sonho vai se moldando, mas a solidão continua ao seu lado, como sua sombra e, vez ou outra, todas aquelas pessoas que faziam parte de sua vida, passam pela sua mente, mas nenhuma delas se interessa em dar um suporte, mesmo que não entenda pelo que você está lutando. Tornam-se estranhos. 

Com o amadurecimento do seu sonho, leitura de muitos livros e convivência com algumas pessoas inteligentes, você passa a entender que a tal falta de apoio de seus familiares e amigos se deve à incapacidade de conceberem a sua ideia, ainda mais quando o seu sonho está mais para o intangível e você se originou de um mundo onde ninguém se destacou ou realizou algo grandioso. As pessoas que lá viviam sequer visitavam museus, liam livros ou apreciavam arte. Todos eram trabalhadores braçais deixando o pouco da imaginação que possuíam, ser assassinada pela tela da televisão.

Naquele mundo não havia uma alma sequer que tinha alguma sensibilidade para a arte. Eram todos da estirpe de pessoas que, ao verem uma pintura de Van Gogh, cotada por milhões de dólares, olhavam-na e diziam que seus filhos fariam qualquer coisa mais bonita. 

‘Longe’ deles, prestes a realizar o grande sonho, toneladas de desgosto se esvaem por já ter claro em mente que não podemos exigir apoio a um sonho de pessoas que não tem o mínimo de sensibilidade em relação à arte e que não leem nem as placas nas ruas. Como exigir delas que apoiem um pintor em suas pinturas, um escritor em seus escritos, um poeta em suas poesias, um músico em suas músicas. Enfim, um artista em sua arte. Ao entendê-lo, apenas confirmei aquilo que já sabia… o caminho da criação é solitário e incompressível às almas insensíveis. Não podemos esperar dos outros aquilo que eles não têm a capacidade de nos prover e, em hipótese alguma, buscar apoio, pois a única coisa que podem nos dar é a incompreensão e o silêncio. Algumas vezes, até abrem a boca, mas para nos dizer que desistamos ou que somos loucos. 

Como escritor, aprendi que a minha caminhada é solitária e, que sem a solidão ou solitude, como quiserem, não há pinturas, não há livros, não há sonhos realizados, não há inspiração aos amantes, não há beleza no mundo, não há arte. Se não fossem solitários, não teríamos o prazer de ler obras de Machado de Assis, Maria José Dupré, Sêneca, Nietzche, Schopenhauer, Dostoiévski, Edgar Allan Poe, entre tantos outros gênios que nos forneceram as melhores obras literárias que poderíamos desejar e que, infelizmente, não foram valorizados no seu tempo de vida. Sem eles, o mundo seria pequeno e sem grandes alegrias, pois a verdadeira alegria vem da arte, seja qual ela for. Sem a arte, seríamos todos insensíveis.

Gostou do texto? Siga-me em meu Instagram para acompanhar o lançamento do meu 1º livro de literatura-ficção! Também, pode conhecer o meu site onde escrevo sobre filosofia, livros e viagens.

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
X