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Artigos

Ser solteiro e pleno é um privilégio de poucos

O autoconhecimento é a chave para a plenitude

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Ser solteiro é um estigma profundamente enraizado em nossa sociedade e pouco importa a razão pela qual cada um o é, pois todos temos a liberdade de viver ou, pelo menos, deveríamos, da forma que nos convém. A questão é que grande parte das pessoas sofre muito preconceito pelo fato de trilhar uma vida sem relacionamento a dois. Muitas delas acabam entrando em um relacionamento que se arrasta infeliz por anos ou a vida toda por cederem à opinião alheia.

Naturalmente, uma pessoa solteira é sistematicamente questionada sobre quando vai arrumar um parceiro (a) e se torna motivo de piadas, carregando uma cruz muito pesada que a leva à frustração, fazendo-a acreditar que a felicidade realmente depende de estar em um relacionamento. Quando finalmente entra em um, contra a sua vontade, o peso da cruz dobra, pois carrega o medo de estar solteira e a infelicidade de estar se relacionando.

As situações incômodas pelas quais os solteiros passam, muitas vezes, são imperceptíveis aos olhos alheios. Por exemplo, em uma roda de amigos ou em um domingo familiar, o fato de questionar alguém por ainda estar solteiro e zombar da pessoa, pode parecer apenas uma brincadeira para quem ri, contudo, para quem está solteiro, isso, normalmente, dói de alguma forma. Como dizem, pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Este escritor que vos tece este texto, é solteiro convicto e feliz chegando aos 34 anos de idade. Como era de se esperar, os parágrafos anteriores também refletem a minha história. Lembro-me de quantas vezes fui zombado pelas pessoas nos mais diversos contextos e lugares pelo fato de eu ser solteiro. Hoje, por eu ser uma pessoa bem resolvida, feliz, de boa aparência e condição financeira, muitos acreditam que existe um problema mais grave comigo por eu não querer me relacionar. Como suportar isso tudo? A resposta vem em uma palavra composta: Autoconhecimento.

A palavra autoconhecimento não se refere a saber o seu nome, idade, origem, quem é sua família ou sobre suas habilidades profissionais ou passatempos. Autoconhecimento vai muito além disso, é como chegar ao núcleo da Terra. Você começa escavando pela Crosta Terrestre, passa para o Manto Superior, depois pelo Inferior, chegando ao Núcleo Externo e, por fim, atingindo o Núcleo Interno, que fica milhares de quilômetros Terra adentro. É dessa forma que você irá se autoconhecer. É necessário escavar-se até chegar ao seu núcleo interno, o qual somente você pode acessar.

Autoconhecimento, em termos compreensíveis, é saber quem é a pessoa que está dentro de você escondida bem lá no núcleo, ao qual você chega por meio de autoanálise e muita reflexão. Você precisa se questionar sobre muitos aspectos: quais são os meus desejos mais íntimos? Quais são os meus medos mais secretos? Qual tipo de pessoa eu sou? Quem eu gostaria de me tornar? Quais são as minhas metas de vida? Quem sou eu quando ninguém está me vendo, quando eu estou sozinho no meu quarto? Os momentos de solidão e solitude são essenciais para você se autoconhecer.

Uma vez que você comece a obter as respostas das perguntas acima, o próximo passo é buscar resolver tudo aquilo que te perturba de alguma forma: as suas fraquezas, os medos que o impendem de lutar pelos seus sonhos, a prisão da opinião alheia e, inclusive, buscar melhorar as suas atitudes desagradáveis perante as outras pessoas, pois ninguém é perfeito e faz o bem ou é bom o tempo todo. Este é o privilégio do autoconhecimento: livrar-se daquilo que te atrasa na vida e daquilo que faz você atrasar a vida das pessoas ao redor.

Após todo esse processo, por meio de reflexão e autoanálise constantes, você se tornará um solteiro livre de estigmas e prisões. Será autêntico, original, sem medo de ser quem realmente é, vivendo de acordo com as suas escolhas sem medo de ser feliz. Você saberá o que é o significado de liberdade de pensamento e de atitudes coerentes com sua própria personalidade. A partir deste momento, você será um solteiro convicto, viverá para você, pois aprendeu que a pessoa mais importante e primária de sua vida é você mesmo. As companhias serão questão de escolha e não de necessidade.

Autoconhecer-se é essencial para todas as outras pessoas, inclusive aquelas que mantém qualquer tipo de relacionamento, pois autoconhecimento é liberdade de ser originalíssimo e apenas o é quem vive livre de julgamentos alheios. Mas não se engane, autoconhecer-se leva tempo, paciência e persistência. Indico-lhes muita leitura sobre o tópico, também acrescentaria aqui filosofia e demais livros que lhe interessem também podem ajudar. Como dizia Nietzsche, nunca é alto o preço a se pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo. Pertencimento que vem por meio do autoconhecimento.

Leia Artigos – Portal Roda de Cuia outros textos que podem contribuir com o seu crescimento pessoal.

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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