Banco Mundial prepara pacote de ajuda ao Sri Lanka, FMI chama negociações de empréstimo de ‘frutíferas’
O Fundo Monetário Internacional disse neste sábado (23) que realizou “discussões técnicas frutíferas” com o Sri Lanka sobre seu pedido de empréstimo, enquanto o Banco Mundial disse que está preparando um pacote de ajuda emergencial para o país atingido pela crise.
O Sri Lanka, um país insular de 22 milhões de habitantes, está lutando para pagar as importações em meio a uma crise de dívida esmagadora e uma forte queda nas reservas cambiais que alimentaram a inflação crescente. Cortes de energia prolongados e escassez de combustível, alimentos e medicamentos provocaram protestos em todo o país.
O ministro das Finanças do Sri Lanka, Ali Sabry, esteve em Washington esta semana conversando com o FMI, o Banco Mundial, a Índia e outros sobre o financiamento de ajuda para seu país, que suspendeu os pagamentos de parcelas de sua dívida externa de US$ 51 bilhões.
O pacote de resposta a emergências do Banco Mundial inclui US$ 10 milhões a serem disponibilizados imediatamente para a compra de medicamentos essenciais, fundos transferidos de seu projeto de preparação para a saúde COVID-19 em andamento, disse um porta-voz do Banco Mundial.
O credor global, que junto com o FMI realizou suas reuniões de primavera nesta semana, não forneceu um valor total para seu pacote, mas Sabry disse na sexta-feira que cerca de US$ 500 milhões em ajuda estavam sendo considerados.
O porta-voz do Banco Mundial disse que o pacote alavancaria projetos existentes financiados pelo banco e redirecionaria fundos para fornecer rapidamente medicamentos, refeições para crianças em idade escolar e transferências de dinheiro para famílias pobres e vulneráveis.
O apoio para fornecer gás de cozinha, alimentos básicos, sementes e fertilizantes e outros itens essenciais também está em discussão, disse o porta-voz, acrescentando que o Banco Mundial está “profundamente preocupado” com a situação no Sri Lanka.
O FMI disse em comunicado no sábado que as conversas entre sua equipe se concentraram na necessidade de o Sri Lanka implementar “uma estratégia crível e coerente” para restaurar a estabilidade macroeconômica e fortalecer sua rede de segurança social e proteger os pobres e vulneráveis durante a atual crise.
“A equipe do FMI saudou o plano das autoridades de se engajar em um diálogo colaborativo com seus credores”, disse o chefe da missão do FMI no Sri Lanka, Masahiro Nozaki, em comunicado, depois que o país tomou medidas para explorar uma reestruturação de cerca de US$ 12 bilhões em títulos soberanos.
Sabry disse a repórteres na sexta-feira que as negociações com o FMI estavam focadas em um programa mais tradicional do Extended Fund Facility, mas que US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões em financiamento-ponte eram necessários enquanto isso poderia ser finalizado.
O FMI disse que a dívida do Sri Lanka precisa ser colocada em um caminho sustentável antes que ele possa fazer novos empréstimos a Colombo – um processo que pode exigir longas negociações com a China e outros credores do país.
Sabry disse na sexta-feira que, além do empréstimo do FMI e da assistência do Banco Mundial, o Sri Lanka está discutindo com a Índia cerca de US$ 1,5 bilhão em financiamento-ponte para ajudar a continuar as importações essenciais, e acrescentou que também se aproximou da China, do Japão e do Banco Asiático de Desenvolvimento para ajuda.
Por Reuters
