A Nicarágua disse na terça-feira (26) que o Estado tomará posse da sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Manágua, dois dias depois que o país centro-americano saiu do grupo e expulsou alguns de seus membros.
“A Procuradoria Geral da República informa que os imóveis que ocupavam os escritórios da deplorável OEA – a desprezível OEA – foram declarados de utilidade pública e serão repassados ao Estado da Nicarágua”, disse a vice-presidente Rosario Murillo, esposa do presidente Daniel Ortega, em entrevista coletiva.
Em uma carta de segunda-feira do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, à presidente do Conselho Permanente, Elizabeth Darius-Clarke, divulgada na terça-feira, Almagro chamou a aquisição de “uma flagrante violação do direito internacional”.
A Nicarágua disse no domingo que concluiu sua retirada da OEA, atraindo fortes críticas do grupo, que disse que a decisão viola as normas internacionais.
No mesmo dia, a Nicarágua anunciou o fechamento do escritório da OEA, localizado em uma das áreas mais exclusivas da capital, e cassou as credenciais de vários representantes da OEA no país.
A OEA disse na segunda-feira que a Nicarágua “ocupou ilegitimamente” seu escritório e convocou os Estados membros para uma reunião em resposta.
“Isso nunca ocorreu mesmo durante as piores ditaduras da região, incluindo aquelas que a Nicarágua viu”, disse Almagro na carta.
Almagro convocou a OEA na terça-feira para discutir a expulsão em sua próxima reunião na manhã desta quarta-feira (27).
A Nicarágua anunciou em novembro que deixaria a OEA depois que a organização expressou preocupação com a justiça dos resultados das eleições da Nicarágua, nas quais o presidente Daniel Ortega ganhou um quarto mandato consecutivo.
A OEA disse que a saída da Nicarágua não poderia entrar em vigor até novembro de 2023, dois anos depois, de acordo com seus estatutos.
Por assessoria
