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Europa

Rússia intensifica ataques em Kherson

Após retirada de tropas russas, cidade estratégica está sob controle de Kiev. Ucrânia acusa Moscou de bombardear alvos civis na região.

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A Rússia intensificou os ataques em Kherson, no sul da Ucrânia. O Estado-Maior ucraniano afirmou nesta quarta-feira (28/12) que, apenas nas últimas 24 horas, mais de 30 mísseis caíram sobre alvos civis na cidade.

As tropas russas se retiraram de Kherson no mês passado – numa das maiores vitórias para Kiev desde o início da guerra, em fevereiro. Localizada na foz do rio Dnipro e servindo como porta de entrada para a península da Crimeia, Kherson é estrategicamente importante.

A alegria dos moradores da cidade com a retirada russa foi breve. Moscou tem promovido uma série de bombardeios na região. No sábado, um ataque russo deixou dez mortos e 58 feridos.

Segundo autoridades locais, o bombardeio desta quarta em Kherson se concentrou em alvos civis. Moscou, porém, nega estar atacando civis na Ucrânia.

Intensos combates também foram registrados nesta quarta em Bakhmut – cidade ainda controlada pelos ucranianos – na região de Donetsk –, e ao norte, ao redor de Svatove e Kremina, na província de Lugansk, onde as forças ucranianas tentam romper a defensiva russa.

Além de Bakhmut, as ações militares russas continuam em Avdliv, no leste do país, onde o exército inimigo tem concentrado grande número de tropas, veículos blindados e armamento pesado.

Um novo ataque com mísseis também foi relatado em Kharkiv no início desta quarta-feira, enquanto as autoridades regionais pedem que a população permaneça em locais seguros ou vá para abrigos. Sirenes de alerta de bombardeiros ecoaram pela manhã em todo o país.

Plano de paz

A guerra entra em seu 11º mês e não há nenhuma perspectiva de um fim próximo. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, propôs um plano de paz com dez pontos, que prevê que a Rússia respeite a integridade territorial da Ucrânia e retire suas tropas.

O Kremlin, porém, rejeitou nesta quarta-feira a proposta e exige que a Ucrânia aceite a anexação de parte de seus territórios promovida por Moscou, após a realização de pseudorreferendos em Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia.

“Não pode haver plano de paz para a Ucrânia que não leve em conta a realidade atual do território russo, com a anexação de quatro regiões”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Reconstrução do país

Apesar dos persistentes ataques a infraestruturas críticas, o presidente ucraniano lançou uma mensagem de esperança à população quanto às perspectivas econômicas do país. 

Após falar com o diretor do fundo de investimentos BlackRock, o maior em gestão de ativos, Zelenski garantiu que empresas do mundo todo acreditam na vitória da Ucrânia e estão dispostas a investir na reconstrução do país.

“Recebi mais uma confirmação de que as empresas do mundo desenvolvido acreditam em nossa vitória e estão prontas para investir em nossa reconstrução”, declarou o governante ucraniano.

Segundo dados do governo, mais de 700 objetos de infraestrutura crítica foram destruídos na Ucrânia desde o início da guerra, entre eles gasodutos, pontes e estações de geração de energia. Desde outubro, Moscou concentrou os ataques em estações elétricas, causando apagões e cortes no abastecimento de água em todo o país.

cn/lf (Reuters, Efe, dpa)

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