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Mundo

Auschwitz, o mais alto grau da crueldade humana

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Não basta ouvir, ler ou assistir a documentários sobre Auschwitz para entender um dos capítulos mais sombrios da história humana recente. Período em que a crueldade humana chegou ao seu ápice destruindo a vida de milhões de pessoas e reduzindo-as à nada. Estimativas apontam que mais de 1 milhão de pessoas foram cruelmente assassinadas em Auschwitz e o mais aterrorizante é que isso foi perpetrado por outras pessoas que se julgavam superiores e objetivavam uma “raça pura” – aspas minhas, pois me questiono: O que é uma raça pura? O que é ser puro, além do sentido denotativo da palavra? É saudável julgar-se superior aos outros, simplesmente pela cor da pele ou aparência física? Isso é um pensamento de uma mente sã? São questionamentos que possuem respostas subjetivas ou não, porém, julgo, eu, uma mente que se acredita superior, como qualquer coisa, menos sadia.

Se completam 77 anos da libertação do Campo de Concentração de Auschwitz, que se localiza a 50 km de Cracóvia, no sul da Polônia, próximo à fronteira com a República Tcheca e a Eslováquia. 27 de janeiro também, por razões óbvias, marca-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto que foi criado por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de uma Assembleia Geral, pela resolução 60/7, de 1 de dezembro de 2005. A palavra Holocausto era originalmente usada para designar um sacrifício aos deuses em que a vítima era queimada. Desde a década de 1980, a palavra é utilizada para designar o extermínio em massa de cerca de seis milhões de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. O termo tem sua origem na palavra greco-latina holocaustum e significa “totalmente queimado” ou “vítima de um incêndio”.

Auschwitz location
Localização do Campo de Concentração de Auschwitz

Conforme matéria da DW, mais de 49 milhões de pessoas já visitaram o memorial no antigo campo de concentração de Auschwitz-Birkenau desde a sua abertura, em 1947. A cada ano, o local recebe mais de 2 milhões de visitantes vindos de todas as partes do mundo, mas, com a pandemia de coronavírus, o número caiu para cerca de 500 mil. Hoje, além do memorial, o local abriga um museu. Até 1945, funcionava ali um sistema de extermínio em massa de enormes dimensões. Ao lado dos três campos principais, o campo de extermínio central incluía campos auxiliares e subcampos de tamanhos variados. Para se ter uma ideia, somente o museu no campo principal de Auschwitz e o extenso Memorial de Auschwitz-Birkenau ocupam 191 hectares.

Visita a Auschwitz

Minha visita ao campo aconteceu em 4 de janeiro de 2020, quando eu fazia uma viagem à Europa Oriental que incluía a Polônia. Estive hospedado em Cracóvia por 4 dias e esse passeio estava no roteiro. Fizemos uma visita guiada de aproximadamente 2 horas de duração.

Dizer que visitar Auschwitz é triste, é dizer nada mais que o óbvio. Antes do portão de entrada, o clima é turístico. As pessoas conversam normalmente, se alimentam, bebem algo, compram suas entradas e aguardam o chamado do guia.

Ao chamado do guia, nos reunimos e seguimos em direção à entrada, quando chegamos ao portão onde está o conhecido letreiro “Arbeit macht frei”, o qual significa “O trabalho liberta”. O guia faz suas ponderações e tive a impressão de que a partir dali, uma aura de angústia e melancolia passava a me envolver. Era tocante estar em um lugar que é símbolo de uma das maiores crueldades cometidas pelos próprios humanos e que, compreensivelmente, muitas pessoas se recusavam a visitar, justamente pelo fato de não suportarem tal barbárie.

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O letreiro “Arbeit macht frei”: “O trabalho liberta” no portão de entrada

Aos poucos, fomos visitando os pavilhões onde os prisioneiros eram encarcerados, as salas administrativas, os porões, as câmaras de gás e as salas onde os corpos eram incinerados. Tudo é muito sombrio e triste; é um lugar no qual, automaticamente, você vai se sentir deprimido, pois a única parte alegre da visita é quando o guia fala sobre o dia da libertação do campo. Nem todos os livros, filmes, documentários ou outras leituras que você fizer, preparar-te-ão para lidar com os sentimentos que abundam enquanto você estiver ali.

É impossível entender a dimensão do que se passou naquele lugar. Todos os barracões, câmaras de gás e cercas que lá permanecem apenas dão uma noção do que aconteceu. Ao olhar as fotos, tente imaginar aquele local cheio de pessoas, pois grande parte dos seus pertences ainda estão lá preservados. Mais uma vez, sua imaginação poderá lhe trazer algumas ideias e noção do que lá se passou, mas jamais a proporção real.

As fotos na sequência foram tiradas no campo principal e mostram os barracões onde os prisioneiros eram mantidos. Elas também mostram os pertences dos prisioneiros que estão guardados dentro dos barracões e ao vê-los, tive a impressão de que foi o primeiro momento que realmente pude imaginar que pessoas estiveram ali e foram mortas. Ademais, há várias placas com inscrições explicando como o campo funcionava, de onde vinham os prisioneiros, suas etnias e frases marcantes ditas por pessoas influentes na época. O mais tocante para mim, foram os quase 2 mil quilos de cabelo armazenados no subsolo de um dos barracões. Fiquei chocado, pois parecia-me que eu podia sentir e ver as pessoas mortas ali; fotos não eram permitidas em respeito às vítimas.

Texto e fotos: Cássio Felipe Tartas Rogalski

Cassio Felipe

Professor, Escritor e Jornalista Especialista em Relações Internacionais e Diplomacia

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