O Poder Legislativo de Erechim prestou merecida homenagem a personalidades negras que contribuíram para o desenvolvimento do município e que são exemplos de superação e luta contra o preconceito racial.
No último dia 29, em uma sessão especial, a Câmara de Vereadores entregou o Troféu Castelinho, maior honraria da Casa do Povo, em solenidade que homenageou o ex-juiz Antônio Carlos Ribeiro; o professor e militante do movimento negro Aldori Nascimento da Silva; a ex-rainha do Clube Treze de Maio, Lourdes Pereira; a professora e membro fundador do Movimento Étnico-Cultural dos Negros de Erechim (MENE), Claudete Duarte Milkiewicz; o funcionário público Claudio Artur Santos Oliveira; a professora aposentada Margarete Fátima da Silva; o gari Antônio Carlos Gomes da Rosa; o atleta Jurandir de Jesus; e o MENE, representado pelos membros Monique Rosset e André Ribeiro.
A proposta teve a iniciativa dos vereadores Ale Dal Zotto (PSB) e Claudemir de Araújo (PTB) e da presidente Ana Oliveira (MDB). Dal Zotto, representando os demais legisladores, usou a tribuna para reforçar a necessidade do reconhecimento da importância da comunidade afro-brasileira e do combate ao racismo.
Também frisou a necessária valorização da contribuição dos afro-brasileiros para a história de Erechim. “Ao longo de sua centenária história, nossa cidade inúmeras vezes negligenciou o papel fundamental destes grupos junto ao desenvolvimento local, e é por isso que iniciativas como cotas e o Dia da Consciência Negra são fundamentais para combatermos todas as formas de racismo”, ressaltou.
Trajetórias reconhecidas
Celebrado em 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra representa a luta da comunidade afro-brasileira contra a discriminação e a busca por igualdade. A data é uma referência à morte de Zumbi dos Palmares, considerado um ícone da resistência à escravidão no Brasil. Simbolicamente, passou a ser uma oportunidade de exaltar o papel exercido pelos negros na sociedade, através do reconhecimento às contribuições políticas, culturais, religiosas, artísticas, acadêmicas, desportivas, entre outras.
Em nome do MENE e dos demais agraciados, o historiador André Ribeiro destacou as trajetórias de vida de todos os homenageados, enfatizando o enfrentamento à discriminação. “Quem conhece, quem conviveu com essas pessoas sabe muito bem do valor que elas têm. Graças a todos vocês estamos aqui hoje, que a história de vida de cada um continue iluminando nossa luta contra o racismo e contra o preconceito”, sublinhou.
Adupé
“Receber o Troféu Castelinho, é um símbolo de reconhecimento social, a nossa história, a nossa luta e principalmente dos 12 anos de trabalho do MENE na sociedade, escolas e comunidades em Erechim e Região levando a nossa Negritude em suas diversas facetas”, explica Monique Rosset.
Monique agradece a contribuição de cada um que ajudou a fortalecer a causa: “Nosso Adupé (obrigado) a todos que de alguma forma, fazem e fizeram parte desta conquista, que nos faz cada vez mais ter a certeza de que estamos no caminho certo! E que nos fortalece para dar continuidade as nossas lutas!”
Disponibilizamos uma pequena galeria de fotos do evento:
