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EsporteGeral

Zagallo morre aos 92 anos

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Morreu nesta sexta-feira, aos 92 anos, Mario Jorge Lobo Zagallo, um dos grandes nomes da história do futebol mundial e única pessoa a estar presente em quatro títulos de Copa do Mundo: em 1958 e 1962, como jogador, em 1970, como técnico, e em 1994, como coordenador técnico. Ele ainda esteve no comando da Seleção Brasileira em 1974 (quarto lugar) e 1998 (vice-campeão) e trabalhou novamente como coordenador em 2006.

O anúncio foi feito no perfil de uma rede social do tetracampeão. A causa da morte não foi divulgada.

A história

Nascido em Maceió (Alagoas) a 9 de agosto de 1931, Mario Jorge Lobo Zagallo chegou ao Rio ainda no colo da mãe, com oito meses de idade. O pai, Aroldo Cardoso Zagallo, foi transferido das Alagoas para o Rio de Janeiro para ser representante comercial da fábrica de tecidos Alexandria, que pertencia a seu cunhado, Mário Lobo.

Criado no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio, o menino começou a jogar ali suas primeiras peladas. Seja no terreno do Derby Club – que mais tarde se transformaria no Maracanã -, seja nos torneios de rua da Praça da Bandeira, nos quais o Ameriquinha, time onde atuava, se destacava. Com a camisa 10, jogando como meia-esquerda, o garoto canhoto não demorou para ser o destaque.

Era difícil tirar a bola de Zagallo. Tão difícil, mas tão difícil, que, do Ameriquinha, Zagallo, estudante do tradicional colégio São José, pulou para as categorias de base do América, clube do qual já era sócio e praticava vôlei, natação e tênis de mesa. E teve que contar com a ajuda do irmão, Fernando Henrique, para convencer o pai a seguir carreira de jogador de futebol profissional – seu Aroldo o queria estudando contabilidade.

Sócio contribuinte do Alvirrubro, Zagallo “pagava” para jogar. Mas não demorou a ser um dos destaques dos juvenis. Camisa 10, foi lá que o então ponta de lança trocou de posição e começou a se transformar no ponta-esquerda eficiente, de fôlego incansável, que se desdobrava com a camisa 11.

E foi ainda como juvenil do América, servindo o Exército brasileiro, que o jovem Zagallo viveu sua primeira decepção no futebol. Trabalhou como soldado na final da Copa do Mundo de 1950 e viu o povo brasileiro sofrer com a derrota da Seleção para o Uruguai por 2 a 1. A experiência doída no Maracanazo acabou servindo de ponte para a ligação que viria depois com a camisa verde-amarela.

Antes disso, no entanto, o ponta-esquerda foi para o Flamengo, ainda como juvenil. Só conseguiu roubar a posição de titular de Esquerdinha a partir de 1954. Caiu nas graças do Feiticeiro treinador paraguaio Fleitas Solich e participou com destaque na campanha do tricampeonato carioca de 1953-54-55. O ataque, formado por Joel, Paulinho, Evaristo, Dida e Zagallo, entrou para a história como um dos maiores da história do clube.

Em 1958, com Moacyr no lugar de Paulinho, o ataque foi praticamente todo convocado para a Seleção na Copa da Suécia – Evaristo não foi porque optou por jogar no Barcelona, da Espanha. E o “Formiguinha” – como já era chamado, tal o empenho e a disciplina tática para voltar e ajudar na marcação – foi o único dos quatro que se manteve titular em toda campanha do primeiro Mundial vencido pelo Brasil.

Assim que voltou campeão na Suécia, Zagallo, que com a camisa rubro-negra marcou 29 gols em 205 partidas, acabou negociado para o Botafogo. E lá também fez história. Bicampeão carioca em 1961-62, fez parte de outro quinteto ofensivo marcante, com Garrincha, Didi, Quarentinha e Amarildo.

Desses, apenas Quarentinha não jogou na campanha do bicampeonato mundial da Seleção no Chile, em 1962. Naquela época, o Botafogo dividia com o Santos e o Cruzeiro o cenário nacional. Zagallo jogou no clube até 1965, quando resolveu pendurar a chuteira aos 34 anos, depois de 299 jogos e 22 gols com a camisa alvinegra.

Foi no próprio Botafogo que Zagallo decidiu seguir a carreira de técnico. E começou nos juvenis. Não demorou muito para assumir o time principal e tornou-se comandante de outro timaço alvinegro na década, conquistando o bicampeonato carioca de 1967-68 e a Taça Brasil em 1968 numa linha de frente formada por Rogério, Gérson, Roberto, Jairzinho e Paulo Cezar.

E esse time seria base também para a Seleção tricampeã mundial no México, em 1970. Com Zagallo como treinador, após a demissão do jornalista comunista João Saldanha, que teria sido exigida pelo presidente da República, o general Emílio Garrastazu Médici. E o treinador fez suas mudanças, ao lançar Rivellino na ponta esquerda, formar a dupla de área com Tostão e Pelé e desviar Wilson Piazza para a zaga. O resultado foi uma das maiores seleções de todos os tempos e a posse definitiva da Taça Jules Rimet.

No ano seguinte ao tricampeonato pela Seleção, Zagallo dirigiu o Fluminense e conquistou o título carioca justamente contra o Botafogo em um lance polêmico reclamado até hoje pelos alvinegros da época: o lateral Marco Antônio teria feito falta no goleiro Ubirajara Motta no lance do gol de Lula, na vitória por 1 a 0.

No ano seguinte, Zagallo voltou para o Flamengo, dessa vez para comandar o time. Com craques como o argentino Doval e Paulo Cezar Caju, conquistou o Campeonato Carioca de 1972. Ficou no Rubro-Negro até 1974, ano em que comandou a Seleção mais uma vez, na Copa do Mundo da Alemanha. Após a eliminação para a Holanda de Cruyff e Neskeens, sofreu pesadas críticas por ter tido pouco conhecimento do Carrossel Holandês.

Um ano após o Mundial, Zagallo dirigiu novamente o Botafogo. Depois, alternou carreira no exterior com clubes cariocas. Treinou a seleção do Kuwait, o Al Hilal, da Arábia Saudita, a própria seleção da Arábia Saudita, Botafogo (mais duas vezes), novamente o Flamengo, Vasco (duas vezes), Bangu e os Emirados Árabes, até retornar à Seleção.

Em 1991, Zagallo aceitou o convite da CBF para ser o coordenador técnico do treinador Carlos Alberto Parreira. E aí começou uma nova fase na carreira do Velho Lobo, que entrou para a história ao se sagrar o primeiro tetracampeão mundial como jogador, treinador e coordenador técnico. E o sucesso da dupla rendeu-lhe convite para ser o técnico da Copa de 1998, na França.

Foi no ano de 1996, em amistoso contra a África do Sul, em Joanesburgo. O Brasil ganhou por 3 a 2, numa partida emocionante, na qual chegou a perder por 2 a 0. E no gol da vitória, marcado por Bebeto, no fim da partida, o Velho Lobo comemorou imitando, de braços abertos, um avião, dando o troco no técnico sul-africano, que provocara os brasileiros com o “aviãozinho” após o segundo gol.

Campeão da Copa América em 1997, na Bolívia, o treinador resolveu fazer um desabafo devido às críticas que recebia da imprensa, e pela primeira vez soltou a frase que virou um bordão popular: ‘Vocês vão ter que me engolir!

Veio a Copa do Mundo de 1998, na França. E o problema com Ronaldo na manhã da final contra a França, quando o atacante teve convulsão na concentração e só entrou em campo porque o Velho Lobo bancou a escalação, causou polêmica. Zagallo sofreu críticas pela aposta no Fenômeno. O Brasil perdeu a final por 3 a 0.

Depois, Zagallo voltou à Seleção como auxiliar técnico de Parreira, em 2004 e 2005, logo após cirurgia no duodeno que o fez perder 14kg. Em 2011, foi submetido a outra operação, de hérnia inguinal.

Em 2012, Zagallo sofreu o mais duro golpe de sua vida ao perder a mulher, Alcina de Castro Zagallo, companheira por 57 anos, vítima de insuficiência respiratória, aos 80. E foi de Alcina que o Velho Lobo, pai de quatro filhos, pegou a superstição do número 13: ela não só era devota de Santo Antônio, cujo dia de celebração é 13 de junho, como escolheu o 13 de janeiro para o casamento. Histórias que vão ficar para sempre do “eterno campeão”, com 13 letras.

Na Copa do Mundo de 2014, Zagallo já sofria com diversos problemas de saúde, que o impediram de assistir a vários jogos da competição. Na ocasião, uma infecção na coluna vertebral prejudicou a locomoção do Velho Lobo, que precisou passar por exames detalhados para tratar do problema.

O Velho Lobo foi um dos condutores da tocha olímpica no Rio de Janeiro.

Fonte: Globo Esporte

Nelsir Luterek

Empresário, colunista, especialista em TI, mentor, CTO e consultor estratégico em inovação.

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